O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

6 de maio de 2008

Coisas de criança

Quantos sonhos adormeci na esperança.
Quanta vida abandonei,
Imaginando ser coisa de criança.
Até hoje não entendo:
Porque será que é tão chato ser adulto.

Há dias, quando todos dormem,
Ando, cismando pela casa.
Encontro um lugar,
Sozinho, no escuro
E me ponho a sonhar.
Remexo lembranças
Remendo enredos aflitos
Da vida madura.
Troco tudo de lugar.
Deponho governos, revogo leis...
Vou a todas as igrejas, 
E liberto Deus, que eles insistem em prender.
Um dia desses, no meio da lida noturna,
Um padre fez menção de me agarrar,
justo no momento
Em que eu acordava Jesus,

Coitado, cansado, trancado no altar.

De outras vezes corro até os palácios,
Mudo todas as leis, abro todos os cofres...
Seria bom ser sempre criança...

Melhor ainda, ser adulto.
E não deixar de sonhar.
Viver num mundo onde as guerras
Tivessem apenas  violência de revólveres de espoleta.
Onde a fome, fosse só a ansiedade
De esperar a hora de lanchar,

Onde tristezas e dificuldades
Fossem apenas coisas do "faz de conta".

E crescer, não nos fizesse
Tão frios,
Sérios,
E, sobretudo tristes 
Por nossa insistência
Em não querer
A voltar a ser criança...
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário