O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

26 de maio de 2008

Teologia da Libertação e Luta Armada

(J. Ricardo A. de Oliveira)




Penso que para compreeender-se bem a Teologia da libertação é preciso se contextualizá-la nos textos bíblicos que deram origem a esta ótica do cristianismo, hoje execrada pelas correntes mais radicionlistas da Igreja Católica Romana.
Pode-se enxergar uma TdL já no Êxodo, no episódio de Moisés e a sarça ardente. Alí Deus vem a público cobrar de Moisés que vá enfrentar o faraó para LIBERTAR o seu povo que vivia oprimido. São vários os textos proféticos, no primeiro testamento, em que podemos encontar a presença do Deus que vem exigir a libertação de seu povo oprimido. 
Isaias tem uma grande variedade de textos que tratam da libertação do povo. No segundo testamento, a vinda do próprio Jesus, tem esse caráter libertador. Outro ponto importante é o questionamento que a TdL faz ao modelo católico da atualidade. Entendem os teólogos desta corrente que a base do cristianismo está claramente descrita no livro dos Atos dos Apóstolos. Uma leitura atenta deste livro vai nos revelar que as primeiras comunidades frequentavam diariamente o Templo e " partiam o pão nas casas". Não havia sacerdotes. O que se diz hoje, que o batismo torna o batizado um sacerdote, era realmente praticado e não só para constar. Todo este clericalismo existente não fazia sentido. Haviam "Presbíteros" sim, mas o que hoje é entendido como sinônimo de sacerdote, na época significava ancião. Pedro foi o "presbítero" escolhido por Jesus que como judeu designou como líder o ancião, ou seja, o mais velho do grupo = o presbítero.
Também em Atos pode se ver o episódio da discussão de Pedro e Paulo, no famoso concílio de Jerusalém. Pode-se observar claramente que Pedro não posava de papa. Ele é contestado e acaba cedendo. Portanto ele não detinha o poder absoluto que se quer que acreditemos. A figura do papa só aparece muito mais tarde lá pelo final do sec III. Toda a crítica que os tradicionais fazem á TdL praticamente baseia-se no fato de que para a TdL, a verdadeira Tradição cristã, foi a que ocorreu nos primeiros três seculos do cristianismo e, para os tradicionalistas  a tradição é a igreja medieval que muito pouco tem a ver com os ensinamentos e a prática de uma espiritualidade de um filho de carpinteiro e uma trupe de pescadores rudes e iletrados.
Recomendo o Livro "A Igreja católica" do padre e teólogo Hans Küng, silenciado pelo Vaticano além dos de Leonardo Boff, é claro, para uma correta compreensão do que é TdL - Teologia da libertação.








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