O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

1 de outubro de 2010

Padre Zezinho - ADORADORES RADICAIS

Pe. José Fernandes de Oliveira (Pe Zezinho)
Ouvi esses dias um pregador falar da “cultura de pentecostes” e do “povo de adoradores radicais”. Não se aprofundou, por isso não sei o que ele quis afirmar. Se explicasse em que consiste esta cultura dentro da cultura cristã e, dentro da Igreja Católica o que significa ser um “adorador radical” seria mais fácil dialogar com ele.
É que eu me considero pregador da cultura do coração solidário e penso que sou um adorador moderado. Sigo ou tento seguir Mt 5, 23. Já, Jesus diz que a oferta diante do altar espera. O radical é criar um clima de paz. A oferta pode vir depois. Mas o diálogo tem que vir agora, já.
Então, não acho que basta louvar e orar. Releio Mateus 7, 15-23 e vejo que Jesus põe a justiça em primeiro lugar. Primeiro o justo, depois adorador. Posso citar mais de 200 passagens dos evangelhos que apontam para a justiça, a fraternidade, a caridade e a ajuda aos irmãos como caminho de luz, de paz e de salvação. Sei também que há pelo menos outras mil passagens que mostram que a oração salva e liberta. Entendo, então, que é preciso agir e orar. Num caso nós abrimos a porta do lado de fora. No outro Deus a abre do lado de dentro.
Encaro o céu como o lado de dentro da vida. É como tudo começou e para onde tudo irá um dia. Deus está lá e também no lado de fora. Ele é onipresente. Somos apenas presentes aqui, mas somos convidados, pela justiça, pela compaixão e pela caridade a criar a paz ao nosso redor e, com isso, abrir nós mesmos as portas do céu do lado de fora. O céu tem dois tipos de fechaduras: as de dentro e as de fora.
Somos, pois, convidados a falar com o Pai e o Espírito Santo e pedir a intercessão
do Filho, sem esquecer de pedir aos salvos por ele que também orem por nós. De tanto orar e tocar a campainha do céu Deus nos abre as portas do lado de dentro. Então o céu se nos abre. Estou convencido que Jesus tem as chaves e que as portas são muitas. No céu espero ver muitos seres humanos bons que chegaram lá por outras portas. É minha forma de ser ecumênico. Jesus deu a entender que é assim. Releio Mateus 25, 31-46 e me torno cada dia mais ecumênico.


fonte: http://www.padrezezinhoscj.com/index.php
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