O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

12 de setembro de 2013

A retomada das atividades de construção do Reino que andava bastante atrasada.




O papa Francisco escreveu uma carta a Eugenio Scalfari fundador do jornal La Repubblica que está em
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/523614-papa-francisco-escreve-ao-la-repubblica-um-dialogo-aberto-com-os-nao-crentes#.UjHgxS_l1Es.twitter
É um primor, uma obra de amor à missão que Jesus nos deu de construir o Reino do Pai. Inspirado na carta e também em algumas conversas nas comunidades eu resolvi escrever a reflexão abaixo.

O caminho da construção do Reino não é em linha reta, nem tampouco da maneira como nós achamos que é o mais certo.  Hoje tenho clareza disso. Já vi e viví uma igreja caminhando na direção que o evangelho aponta e quando isso mais crescia, uma eleição de um papa mudou o rumo e por longos anos andamos na mesmice e perseguidos como hereges. Quando pensamos que tudo ia mudar veio um outro papa mais radical e chegamos até a pensar que seria o fim da igreja fiel ao evangelho e ai, mais uma vez nos surpreendemos, e um novo papa nos acena com o resgate da opção preferencial pelos pobres.
O Espirito Santo já deixou claro que o tempo é dele. Tudo caminha e aos poucos vai se organizando. Muitos grupos carismáticos já começaram a mudar o seu perfil. O papa já disse com toas as letras que não ássistencialismo que ele está falndo. Não é fazer caridade "PARA" os menos favorecidos, trata-se de fazer " COM " eles. Ir as periferias, ir até onde estão os excluídos. Se tudo seguir como parece, daqui ha alguns anos teremos uma igreja mais de acordo com o evangelho de Jesus. Mas isso leva tempo, não é do dia para noite e terá certamente muita resistência.
Devemos ficar atentos porque às vezes de onde menos se espera vem a mudança ... Basta  Confiar e seguir em frente sendo a mudança que queremos que seja a realidade. È preciso acreditar que  o mundo muda quando nós mudamos.
No caminho de Jesus tem lugar para todos os que tem boa vontade, tem lugar até mesmo para aleluiados, para conservadores desde que estejam abertos à mudança e à realidade do evangelho. Importa a intensão e a ação na construção do reino, a forma como isso for ser feita, tem pouca importância. Toda a importância reside em cuidar dos pequeninos do reino, aqueles que Jesus disse que são na realidade, Ele próprio.
 A Teologia da Libertação duante as ultims déadas foi surrada com criticas que a chamavam de Marxista- Socilaista.  Eu tenho repetido e quase já estou rouco de tanto dizer que QUEM É CRISTÃO NÃO PRECISA SER MARXISTA OU SOCIALISA. O cristianismo é muito mais radical do que estas duas ideologias juntas. Mas há uma grande diferença entre estas ideologias e a teologia que não é ideologia. No Marxismo e no socialismo é permitido matar pela causa, no cristianismo há um pequeno detalhe para diferenciar esta questão, não é permitido matar em hipótese alguma, na verdade no cristianismo só é permitido MORRER pala causa.
Já estou muito velho para frequentar PJs, anda não inventaram uma PV, a pastoral da velhice , mas fico muito preocupado porque o que tenho visto até aqui nas nossas comunidades, o principal interesse é sempre a politica partidária e a revolução. Como se, para se fazer TdL fosse preciso sempre ser contra, sempre pregar a revolução e desculpar os atos de uma pseudo esquerda e condenar o que parece não ser "de esquerda".
Há sim uma revolução a ser feita, mas é uma revolução de valores, de aprimoramento das atitudes individuais. Uma Guerra contra todo e qualquer preconceito que ai está. Até aquele preconceito tão comum que temos com relação ao que é diferente de nós. Coisa do tipo: se é RCC é alienado, se é louvor é coisa sentimentaloide, se é oração é coisa de carolas... E assim vamos criando divisões e nos afastando de uma espiritualidade que não é só luta, discussão, mas é fundamentalmente AÇÃO. E por ação eu entendo coisas como abrir mão de levar vantagem em tudo ( Lei de Gerson), ter uma atitude respeitosa pra com o parceiro (a) e não usar apenas as pessoas como muleta ou apoio e descartar quando aparecer alguém mais interessante para ”ficar”. A responsabilidade pela vida. Tem muita gente que defende o aborto para poder tansar sem responsabilidade, sem respeitar a seriedade e a beleza de uma união entre duas pessoas. Neste tipo de ora-ação está a nossa capacidade de ser solidário, investir tempo em trabalhar pela educação e conscientização daqueles que tem menos oportunidade. Demonstrar com nosso comportamento e atitude que somos pessoas comprometidas com valores muito diferentes, valores de respeito ao semelhantes, de prioridade pelos menos favorecidos e excluídos. Valores que se expressam em atitudes contrárias ao consumismo , ao desperdício e à pilhagem do meio ambiente.
Neste caminho traçado por Jesus há espaço para todos, desde um Pedro, pescador ignorante e bronco a um José de Arimatéia, membro do sinédrio e homem de posses que pode proporcionar a Jesus uma sepultura. Tem lugar para um centurião Romano do império opressor e que queria que Jesus curasse seu amante. Para um Mateus que era cobrador de impostos. Tem lugar para as mulheres excluídas pela sociedade Judaica. Tem lugar até para os revolucionários como o Che, desde que não o confundamos como o modelo de cristão a ser copiado e adorado.
Neste caminho só não tem lugar para quem não pretende se questionar e se modificar e se abrir às necessidades de construir o reino de justiça, amor e paz.

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