O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

7 de outubro de 2013

Hans Küng por ele mesmo


"A vida continua, mas onde nos leva? Mais cedo ou mais tarde, ela termina, e eis que chega o momento de examinar a situação, eis o tempo certo para publicar o terceiro e último volume das minhas memórias". É assim que o professor Hans Küng, o mais renomado e influente teólogo católico crítico do mundo, exorta no prefácio do seu livro que é publicado agora na Alemanha, Erlebte Menschlichkeit. Erinnerungen (em tradução livre: Humanidade vivida. Memórias), Pieper Verlag, do qual antecipamos alguns trechos.
A reportagem é de Andrea Tarquini, publicada no jornal La Repubblica, 02-10-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Um livro extraordinário, porque revela pela primeira vez a correspondência entre Küng e o Papa Francisco sobre a reforma da Igreja. Portanto, esse livro, ainda mais do que os volumes anteriores, Erkämpfte Wahrheit (Verdade conquistada) e Umstrittene Wahrheit (Verdade contestada), leva-nos ao coração dos dramas e das esperanças atuais da Igreja.
"Küng através de três papados" poderia ser outro título do livro. Depois do ostracismo sob Wojtyla, eis o teólogo rebelde de Tübingen esperar em uma retomada do diálogo com o Vaticano de Ratzinger. Esperança rapidamente desapontada.
Mas eis depois a surpresa. Ratzinger encontra a coragem de renunciar, e o conclave surpreendentemente elegeBergoglio. Que escolhe o nome da esperança, Francisco, e dá passos de reforma. Trocando cartas e sinais com o grande teólogo rebelde.
Epístolas extraordinárias, sem qualquer formalidade: o papa que veio de Buenos Aires assina "Francisco" e ponto final, e nunca perde a oportunidade de exaltar em cada linha o papel crítico desse teólogo que há décadas a Cúria havia banido.
De todos os modos, também um thriller de primeira classe, em suma, mas escrito por um intelectual da Igreja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário