O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

11 de agosto de 2017

A dificil arte da convivência

Eu realmente gostaria de entender o que está acontecendo no mundo. 
Parece que  num repente todo mundo perdeu o senso de medida e passou a achar que pode dizer e fazer o que bem entende para além do respeito e da caridade para com o próximo. De postagens na rede social à nova treta com a  composição do Chico as metralhadoras estão sempre à postos. E lá vem pedras...tenho a impressão que alguma coisa destravou a censura e o ego inflado passou a dominar.  Em conjunto com o “caboclo reclamador” a intolerância vem também crescendo a olhos vistos. O pior é que muitos não percebem que se comportam exatamente da forma que criticam. A capacidade de raciocínio parece que se tornou inversamente proporcional à capacidade de ouvir e interpretar os fatos.
 Desta forma, que ninguém se assuste que alguém defenda veementemente a criminalização do aborto por ele ser contra a VIDA e, essa mesma pessoa afirmar que: ”bandido bom é bandido morto” ou que ela defenda a pena de morte como solução para a diminuição da criminalidade. Além disso parece que vivemos na era dos preconceitos.  Tenho me perguntado quando foi que perdemos a capacidade de nos relacionar com o que é diferente. Porque é tão difícil aceitar hoje a individualidade e a pluralidade. Porque não nos damos conta de nossa rigidez quando criticamos tanto a dos outros.
Tenho pensado muito que o mundo não é pasteurizado, há uma pluralidade de cores de sons de nuances. Um cristal apresenta faces que revelam aspectos diferentes de uma mesma realidade. Porque mesmo tendo preferência por um lado eu não posso tolerar, e aceitar que outros possam ter preferências diferentes.
Sinto que estamos nos aproximando de uma encruzilhada muito difícil de ser ultrapassada e que só conseguiremos atravessá-la se formos capazes de ir além das divergências e juntos, de mãos dadas, nos ajudemos mutuamente. Caso contrário será o fim, a destruição, o extermínio.


São tempos difíceis que amar passou a ser piegas. Consumir é a palavra de ordem, quando o que nos salvará será justamente o seu oposto, o comungar, ou seja, a capacidade de se fazer um com o outro, a capacidade de saborear a presença ou preservar as individualidades na relação em comum.
É preciso resgatar sorrisos, promover encontros  de amizade semear amor e colher compaixão.
O projeto humano é  bonito demais para se perder pelos caminhos do egoísmo e da violência barata, frutos da ganância e da sede de poder.



Um comentário:

  1. Per FEITO ! Obrigada porque somas alento a tua busca da esperança de que ...

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