A foto do cardeal Burke que apareceu esta semana me levou a
refletir e a ir longe...
Fiquei a imaginar que tipo de cristianismo chegou até nós. E isso me levou a pesquisar e a rever coisas escritas, procurar livros e anotações e um frio percorreu a espinha. Isso não é cristianismo. Mas que cristianismo chegou até nós? Muitas vezes, muitos de nós costumamos culpar Trento pelos absurdos. Mas O concílio na verdade não é o culpado. Os absurdos na igreja não começaram em 1545. É preciso assumir que muito antes do concílio de Trento, os Burkes da vida já eram figurinhas carimbadas na igreja com suas caudas, e esquisitices. Aliás se fossem só caudas até que não seria tão terrível. Mas o que falar das cruzadas, das mortes encomendadas, dos envenenamentos para obter poder, do assassinato de papas, reis, de amantes concubinas de bispos e toda sorte de apoios perversos a monarcas que mudavam de lado conforme mudava o vento do poder e dos tesouros. E as matanças em nome de Deus, a "Santa" Inquisição e a escravização do povo? O que pensar de toda aquela gente faminta, morrendo de peste e os prelados protegidos em seus priorados, monastérios e palácios. Peço que me perdoem, mas não consigo ver nenhum vestígio do jovem galileu nesta história.
Fiquei a imaginar que tipo de cristianismo chegou até nós. E isso me levou a pesquisar e a rever coisas escritas, procurar livros e anotações e um frio percorreu a espinha. Isso não é cristianismo. Mas que cristianismo chegou até nós? Muitas vezes, muitos de nós costumamos culpar Trento pelos absurdos. Mas O concílio na verdade não é o culpado. Os absurdos na igreja não começaram em 1545. É preciso assumir que muito antes do concílio de Trento, os Burkes da vida já eram figurinhas carimbadas na igreja com suas caudas, e esquisitices. Aliás se fossem só caudas até que não seria tão terrível. Mas o que falar das cruzadas, das mortes encomendadas, dos envenenamentos para obter poder, do assassinato de papas, reis, de amantes concubinas de bispos e toda sorte de apoios perversos a monarcas que mudavam de lado conforme mudava o vento do poder e dos tesouros. E as matanças em nome de Deus, a "Santa" Inquisição e a escravização do povo? O que pensar de toda aquela gente faminta, morrendo de peste e os prelados protegidos em seus priorados, monastérios e palácios. Peço que me perdoem, mas não consigo ver nenhum vestígio do jovem galileu nesta história.
Penso
que na verdade os tradicionalistas sempre foram a igreja, o que é novo são os
restauradores. Esses sim são o ponto fora da curva. Um Francisco de Assis entre
outros poucos, que ousaram e quase pagaram com a vida, buscar o verdadeiro
Jesus nesta instituição que desde que se aliou ao poder romano matou e
substituiu por outro o verdadeiro e incômodo Joshua. Não é Burke, Lefebvre, João
Clá, ou Plinio de Oliveira ou qualquer outro conservador, fundamentalista que
estão fora da norma nesta igreja. São os Franciscos, o de Assis e o de Roma, e
essa teimosia de atender o pedido de Jesus para restaurarem a sua igreja que
são nota destoante nesta igreja que se perdeu do Cristo.
Será que alguém consegue imaginar um jovem cercado de gente
da pior espécie para os padrões da sociedade cristã atual sendo levado a sério
em uma pregação em uma praça qualquer de alguma cidade do mundo? Qualquer jovem
malvestido que brada para o povo que passa qualquer um daqueles “ Ai de vós”
que Jesus gritou aos quatro ventos, ou dizendo alto e bom som qualquer das bem-aventuranças?
Seria tido como louco, drogado, embriagado, um vagabundo qualquer. O livro dos Atos dos Apóstolos sempre me
deixou com uma estranha sensação de que algo não bate, não encaixa. O livro “A
Igreja Católica” do teólogo Hans Kung então me sacode as bases e os alicerces
das minhas crenças. A história dos concílios, os livros de crônicas do período medieval,
a Reforma Protestante e a Contra- reforma... Deus meu como estamos distantes...
Diante disso a morte de João Paulo I, a renúncia de Bento XVI, os vários escândalos
financeiros e sexuais nada mais são que repetição de algo que vem se repetindo
ao longo destes quase dois mil anos. Será
que cabe falar em uma tradição? Em magistério da igreja? Qual tradição? A de
Jesus e dos apóstolos, ou essa que manchou de sangue e vergonha os séculos em
nome de um outro jesus? Qual magistério, o dos apóstolos, ou esse outro que inclui
alguns papas que nem cristãos eram?
É muito triste, inclusive para mim que por um breve período de tempo tive o "Dom" como diretor espiritual e com o concílio vivi a esperança da mudança que deu origem ao surgimento de verdadeiros santos como o Ir Marcelo, o Leonardo Boff, frei Beto e D Paulo e Ir Pedro Casaldáliga, e muitos outros além dos atuais como o amigo Cesar Kuzma. É triste constatar que eles na verdade são a exceção. São os perseguidos e cassados como Jon Sobrino, Leonardo Boff, e até assassinados como D. Romero, Pe. Burnier, Pe. Herrique Pereira Neto e o próprio João Paulo I. Esses lutadores, esses verdadeiros guardiões do verdadeiro cristianismo não tem lugar nesta igreja, que sobreviveu anunciando um Cristo que nada tem a ver com o verdadeiro, que não segue os seus ensinamentos. É essa igreja, a mesma que Francisco está tentando colocar nos trilhos, tal como o outro xará seu, de Assis, tentou mas não conseguiu, porque foi traído por seus iguais e sufocado pelo peso de uma igreja imperial, de uma igreja comprometida com o luxo e com a defesa dos poderosos. Espero que o nosso Francisco não morra de desgosto como o outro que não conseguiu fazer valer a regra que queria para sua ordem mendicante.
Sei que vivemos tempos em que tudo
parece desmoronar e isso me dá uma sensação boa, a de que é possível que Francisco
de Roma consiga a restauração da instituição que Francisco de Assis não
conseguiu.
Por hora me contento em tentar ser como aquelas primeiras comunidades, que se reuniam para ouvir a palavra, partiam o pão nas casas, e tentavam fazer do amor a sua maior lei, sendo que este último tópico confesso ainda é muito difícil de cumprir.
É muito triste, inclusive para mim que por um breve período de tempo tive o "Dom" como diretor espiritual e com o concílio vivi a esperança da mudança que deu origem ao surgimento de verdadeiros santos como o Ir Marcelo, o Leonardo Boff, frei Beto e D Paulo e Ir Pedro Casaldáliga, e muitos outros além dos atuais como o amigo Cesar Kuzma. É triste constatar que eles na verdade são a exceção. São os perseguidos e cassados como Jon Sobrino, Leonardo Boff, e até assassinados como D. Romero, Pe. Burnier, Pe. Herrique Pereira Neto e o próprio João Paulo I. Esses lutadores, esses verdadeiros guardiões do verdadeiro cristianismo não tem lugar nesta igreja, que sobreviveu anunciando um Cristo que nada tem a ver com o verdadeiro, que não segue os seus ensinamentos. É essa igreja, a mesma que Francisco está tentando colocar nos trilhos, tal como o outro xará seu, de Assis, tentou mas não conseguiu, porque foi traído por seus iguais e sufocado pelo peso de uma igreja imperial, de uma igreja comprometida com o luxo e com a defesa dos poderosos. Espero que o nosso Francisco não morra de desgosto como o outro que não conseguiu fazer valer a regra que queria para sua ordem mendicante.
Sei que muita gente vai me achar, para variar, herege, mas já não tenho ilusões
e nem certezas quanto ao que chegou até nós da verdadeira tradição dos primeiros tempos.
Por hora me contento em tentar ser como aquelas primeiras comunidades, que se reuniam para ouvir a palavra, partiam o pão nas casas, e tentavam fazer do amor a sua maior lei, sendo que este último tópico confesso ainda é muito difícil de cumprir.
História dos 21 Concílios da Igreja – de Niceia ao Vaticano
II Christopher M. Bellito Edições Loyola
A Igreja Católica – Hans Kung – Objetiva
História do Cristianismo- Paul Johnson- Imago
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