O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

31 de março de 2018

Uma crucificação em nossos dias




Num exercício de imaginação, fiquei hoje após a meditação sobre a crucificação de Jesus entre ladrões, pénsando em como seria esta cena em nossos dias e em uma das nossas capitais do Sul/sudeste.
Imaginei aquela cruz e as pessoas ao redor a gritar: Vai pra Cuba! Ladrão! Enganador! Gentalha! Quem manda ficar vivendo com pobres, negros e putas, agora colhe o que plantou. Bandido bom é bandido morto ! Imediatamente lembrei de há algum tempo atrás o rapaz que foi amarrado a um poste, por ter furtado alguma coisa.
Lembrei como as pessoas se apressam a julgar e a fazer o que chamam de “justiça”, sem se preocupar em avaliar o que realmente aconteceu, os motivos que levaram aquela pessoa a cometer aquele ato.
Pensei também, como disse ontem, naquelas três figuras de rosto sofrido e desesperadas com a perda de alguém a quem amavam e por quem eram tão amadas: Maria, Madalena e João. E um dos justiceiros repetindo aquilo que se tornou quase um mantra: Tá com peninha? Leva pra casa!
Dois mil anos ainda não foram suficientes para sensibilizar os corações da humanidade e para que aprendêssemos a saber o que estamos fazendo.

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