O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

22 de julho de 2021

Sobre absurdos e a Graça

                                        

Eu sempre tive como uma verdade que onde há Absurdo, há também Graça.

Muitos que me conhecem sabem que desde 05 de maio 2008 mantenho o Blog cujo nome, “O absurdo e a Graça”, que foi inspirado no título do livro autobiográfico de um de meus queridos mestres, Jean Yves Leloup.

Ao longo dos 13 anos de existência, o blog  que conta hoje mais de 220 mil visualizações, tem procurado se manter nesta linha de procurar mostrar que há “Graça”, 
apesar de tantos absurdos. De uns tempos para cá tenho notado que há algo errado acontecendo com a humanidade e os absurdos parecem superar a possibilidade  de se encontrar, com facilidade, Graça a partir deles.

Hoje mesmo me surpreendo com o fato de o ódio crescente e irracional possa fazer com que “adultos” usem crianças, para extravasar sua doença, como no caso recente da filha de Manuela D’ávila.
Por outro lado em situações como a a ocorrida no Jacarezinho, ou ainda, o descaso com mais de meio milhão de brasileiros mortos, me deixam perplexo e sem conseguir encontrar a Graça a partir destes fatos.
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As vezes  tenho a sensação de que estou chovendo no molhado, outras penso que só encontrarei a “Graça”, justamente olhando de frente para esses absurdos. Fato é que hoje são muitos os absurdos e em alguns momentos me deixam surpreso, porque encontro em pessoas que pensei conhecer, comportamentos completamente fora do contexto esperado.
Não entendo que pessoas que se dizem religiosas, cristãs, possam agredir irmãos seus de mesma crença, por defenderem posições políticas diferentes, ou questionar a coerência do apoio a políticos que defendem e agem em oposição à mensagem expressa no evangelho. Não consigo compreender posicionamentos de sacerdotes que parecem andar na contramão da opção preferencial da igreja e preferem se envolver com exterioridades e com a aparência.  E o que dizer destas novas igrejas evangélicas e sua teologia da prosperidade e a supervalorização dos bens materiais. Renderam-se à Mamon?  Mas parece que
 alguns espíritas não ficam atrás, com apoios à pena de morte, e a quem  admira e valoriza a tortura. Médiuns de renome endossando fake News e assumindo posições muito pouco caridosas, como que esquecendo a máxima de que fora da caridade não há salvação. Infelizmente não fica aí, até judeus, vemos endossando o coro dos apoiadores de ideias fascistas, como que esquecidos do que o nazi fascismo fez a seu povo...

É desanimador constatar esses absurdos que parece não ter fim.
Tenho certeza de que a “graça” deve  estar se manifestando, só que de forma muito silenciosa, de forma mais reservada.
Seja  no atendimento às famílias em necessidade, ou através dos profissionais da saúde em atividades quase sacerdotais, no apoio às vítimas desse flagelo que se abateu sobre a humanidade, se pode vislumbrar a atuação da Graça.

Vale aqui a título de reflexão aquela máxima que o Jean Yves gosta de citar de que ouvimos sempre a destruição da floresta com o barulhos das árvores que caem, mas não somos capazes de ouvir o som das sementes que germinam e que serão as árvores amanhã.

Sigamos confiantes de que tudo colabora para a evolução e o crescimento, mesmo que não possamos ver com clareza no momento em que os acontecimentos ocorrem.  Sementes ainda germinam entre as pedras e se tornarão com certeza belos bonsais naturais.