O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

22 de outubro de 2016

Quando se vai um amigo...



Desde que você chegou por aqui sempre nos entendemos muito bem, eu era um adolescente e seus conselhos a minha mãe me foram muito uteis. Embora houvesse uma grande diferença de idade tínhamos uma visão do cristianismo bem parecida. Tão parecida que acabamos colegas de pré-vestibular para Psicologia. Em nossas conversas o meu e o seu jeito critico sobre algumas posturas combinava perfeitamente, e isso nossos anéis de tucum podiam atestar, até mesmo quando alguns tentavam demonizar esse simbolo da opção cristã pelos mais necessitados. Éramos muitos a lhe admirar. As crianças que corriam ao seu encontro, os jovens, que recebiam as suas broncas cheias de amor, os adultos e os mais velhos a quem você sabia tão bem tranquilizar e aliviar o coração. Você tinha esse dom de saber falar ao coração de cada um, de convencer-nos que o amor de nosso Deus era infinitamente maior do que qualquer falta que pudéssemos cometer.


Você nos ensinou a sermos inclusivos como Jesus, a deixar os julgamentos de lado, a na hora do ofertório, oferecer tudo, mas tudo mesmo, principalmente as nossas limitações, as nossas falhas, a entregar nas mãos do Pai exatamente aquilo que somos, com todos os nossos defeitos. quase posso ouvir você dizendo e olhando para nós:  vai! entrega! sem medo! se coloque por inteiro, coloque a sua vida aqui neste altar.


Embora a gente saiba que vai sentir saudade, tenho certeza de que hoje o céu está em festa, imagino que Santo Afonso estará de braços abertos para receber esse seu filho muito amado. Quanto a nós ganhamos um grande intercessor.

Descanse em Paz Pe. Marques, um descanso merecido depois de tantas ocupações e tantas realizações, os seus amigos especiais são muito gratos pela realização de uma obra fantástica, a Casa da Convivência. São gratas também as muitas famílias que aconselhou como psicólogo/sacerdote, além delas as incontáveis crianças que passaram pelo catecismo da Santo Afonso que durante muitos anos, por sua causa, tinha a fama de ser o melhor da arquidiocese. Foi uma jornada maravilhosa e você meu amigo e confessor, merece toda a nossa admiração.




A igreja do Brasil lhe deve a catequese dos especiais, uma luta sua em um tempo em que ninguém acreditava ser possível. Você desbravou e abriu muitos caminhos, cabe a nós caminhar e aprimorá-los.




Fica para nós essa saudade incomoda e a falta de alguém que celebre a Eucaristia com esse sorriso e essa intimidade que nos fazia sentir Jesus alí, bem perto de nós. 

                                                   

Quem ousará abrir caminhos e ouvir as criticas pela ousadia de fazer o novo?
Quem não se lembra da primeira vez que você colocou as crianças à sua volta no altar 
no momento da consagração?
Colocar especiais como acólitos?
Santa Ousadia !
Santa Alegria!
Santa disponibilidade para acolher a tantos.




Para nós o sentimento mais forte será sempre a gratidão.
Receba o nosso carinho e no céu continue a rezar por nós.

Até um dia Pe. Marques


+ 22-10-2016







15 de outubro de 2016

15 de Outubro - Dia do Professor

O texto abaixo circula na internet desde 2009. e eu o escolhi para homenagear a todos os professores neste seu dia. è um texto de alerta e de denúncia.

Aproveito a oportunidade para agradecer a todos os meus professores a quem devo tudo aquilo que sei e o que sou.


A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES.

 O ano é 2.050 D.C. - Trata-se de  uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
   – Vovô, por que o mundo está acabando?
     A calma da pergunta revela a inocência da alma infante.
 E no mesmo tom vem a resposta:
     – Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
     – Professores?
Mas o que é isso?
O que fazia um professor?
   O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e  dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas.
Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
– Eles ensinavam tudo isso?
Mas eles eram sábios?
– Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios.
Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
     – E como foi que eles desapareceram, vovô?
  – Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade.
O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação.Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
 Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos.
Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”.
 Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas.
Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. Os professores eram vítimas da violência física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos.
Viraram saco de pancadas de todo mundo.
 Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovadora sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação
do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse.
“Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas.
 E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas.
Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
 Em seguida, os professores foram desmoralizados.
Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão, sindicalistas – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade.
E assim a profissão mais importante na antiguidade extinguiu-se.