O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

25 de outubro de 2022

Não há o que temer para quem segue o Deus verdadeiro e sabe reconhecê-lo em sua intimidade.

 

Tenho ouvido relatos de oposição ao Papa Francisco e á ala progressista da igreja, que segue literalmente o discurso que encontramos no cap 25 do evangelho de Mateus. O que se vê hoje acontecendo em várias dioceses e nas comunidades chamadas de Vida e Aliança é algo que envergonha qualquer cristão consciente. Mas não podemos nos iludir, isso de certa forma, acontece há muitos séculos.

A igreja, em sua maioria, desde que se tornou “religião oficial”, esteve do lado oposto da mensagem Jesus. Ela se colocou do lado dos poderosos.  Houve tempos em que ela mesma era a poderosa e se ocupava mais dos bens, do que do Bem. Na verdade, os pequenos grupos que se alinham à mensagem dos evangelhos sempre foram perseguidos.  Muitos foram considerados heréticos e chegaram a ser exterminados pelas cruzadas. O próprio Francisco em Assis foi muito mal visto e acusado de desencaminhar jovens, de atentar contra a ordem.  E isso é muito antigo. Os padres do deserto, os eremitas, na verdade foram os primeiros a sofrer perseguição, exatamente por isso se isolaram e enterraram boa parte dos manuscritos que não tinham sido aceitos pela igreja "oficial". Aliás essa ideia de igreja oficial é algo bem diferente das comunidades autocéfalas dos primeiros tempos, e a convocação do primeiro concilio, o de Jerusalém, mostra bem, isso.

É muito triste ver que o Espírito Santo suscitou um papa para tentar colocar a igreja mais próxima e fiel à mensagem original, e ele seja tão criticado e desrespeitado.
A mensagem de Jesus não é muito palatável em um mundo que prefere o individualismo e a exterioridade, ela é muito questionadora e propõe que se saia em direção ao outro. O Amar ao próximo como a ti mesmo é algo muito descabido para um mundo de “leis de Gerson” e que se pauta por uma razão cínica. A própria estrutura monárquica da igreja, sofreria por parte do Nazareno, sérias e severas críticas.

Mas se pensarmos que se o filho de Deus não foi poupado, porque o mundo iria poupar quem resolve segui-lo? O mundo prefere o luxo, a pompa e o exagero de cardeais de longas caudas vermelhas, as celebrações espetaculosas que mostram bem com quem está o poder material. Comunidades como a Canção Nova entre  outras, com seus templos e pregações sentimentais e de um falso piedosismo recheado de ameaças de condenação eterna, para garantir o que sempre foi instrumento de poder na igreja, o medo e a culpa. E tudo isso com um apoio às vezes bem explicito a quem dissemina a morte, o genocídio, o preconceito e toda sorte de ódio. Neste cenário vamos encontrar  sacerdotes falastrões que sabem muito bem acusar, mas que ninguém lhes investigue a conduta, preocupados com a imagem, a vaidade e o sucesso financeiro para que angariem cada vez mais alma$$$.
Grandes santuários que diferem radicalmente de alguém que afirmava: não ter nem lugar onde repousar a cabeça, são evidencias de quanto se está distante do incômodo Galileu, que ousou desafiar os sacerdotes e poderosos de seu tempo.


Pensar  as vezes é algo doloroso. É um exercício que pode nos levar a conclusões como se sentir enganado, ou ter sido enganado por toda uma vida. Mas é necessário, porque apesar do desalento, no que se refere a espiritualidade, essa dor, esse desapontamento pode nos levar a um vazio, um grande vazio, mas é neste vazio, que pode-se encontrar aquele que simplesmente Éque não tem nome, e é como na música do Milton:
 O “Que todos os meus nervos estão a rogar/ Que todos os meus órgãos estão a aclamar
Que uma aflição medonha me faz implorar /O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá/ O que não tem juízo.
Esse é o Deus que busco seguir, é a Ele que eu adoro em Pneuma e Alethéia, em espírito e em verdade. Ele não habita em templos feitos por mãos, ele está e sempre estará, no meio de nós.

Quando se segue e se adora Àquele que disse que o Reino de Deus está no meio de nós, não há o que temer. Se Ele habita em mim e em todos os de BOA VONTADE, ele jamais compactuará com a morte, a mentira, o preconceito, o ódio e o desprezo pela vida. O Deus da minha fé, é o Deus do AMOR, o Deus que a TODOS inclui sem nenhuma distinção,



28 de agosto de 2022

O Rio da minha vida. As 71 voltas em torno do sol.

E o sol deu mais uma volta pelo céu.  Confesso que tenho a impressão, que desta vez, o acelerador estava o tempo todo acionado. É como se eu tivesse dormido e acordado 365 dias depois em uma só noite. Mas quando penso com mais cuidado, percebo que muita coisa aconteceu neste um ano. Foram dias de apreensão, de medo até. Temos tido que aprender a viver sob as mais variadas ameaças. Cada dia parece ter uma, ou várias provas a serem vencidas. Tenho a nítida impressão que aqueles anos de paz e tranquilidade, como um rio que corre lentamente em direção ao oceano, se transformaram em verdadeiras corredeiras que exigem atenção e cuidado o tempo todo. O importante, na verdade, é não esquecer de fluir e ter a certeza de que no final, o que se vai encontrar, não há a menor dúvida, é o grande mar.

É lá que todos iremos nos encontrar um dia.
A todo momento, e em tudo, não podemos esquecer que que o principal é a aprendizagem, o crescimento e o fluir, tendo o amor como regra e a fraternidade como princípio.

Sou muito grato ao criador que me proporcionou essas 71 (setenta e uma) voltas em torno do sol.
Sou grato pela luz desse sol, que iluminou sempre o meu caminho.
Sinto muito pelos tropeços que me detiveram no caminho, e dos momentos em que recusei temporariamente a ir adiante.
Peço ao grande criador que me perdoe por minha imaturidade e se algumas vezes fui rebelde e me recusei a aprender a lição.
Faço questão aqui de declarar o meu eterno amor a Ele , fonte de toda a vida, e de todo amor que banha nosso universo.


É como eu certa vez escrevi:
A minha vida é como um rio.
Da nascente à grande vazão,
A novidade é a constante.
Nenhuma gota repete um caminho já feito.
Tudo é novo, similar, parecido talvez,
mas sempre novo.
Numa curva como agora, 
O murmurar das aguas ansioso
Repete a eterna pergunta:
Quanto ainda falta para ao grande mar chegar?
Loucuras de rio afoito,
Que não percebe que o melhor do trajeto
É a simplicidade do suave marulhar.

Que eu continue a agradecer esse fluir de energia, que há cada ano, me presenteia sempre com um novo, simples e desafiante marulhar cotidiano. 


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11 de agosto de 2022

"Alfredinho" um padre que escolheu viver entre os rejeitados.

 

"ALFREDINHO", foi um padre suíço  que  pertenceu à congregação dos filhos da caridade, que na década de 1980, criou a "irmandade do servo sofredor".



BIOGRAFIA

Frédy Kunz, nasceu no dia 12 de fevereiro de 1920, em Berna (Suíça)

Em 1926, mudou-se, juntamente com a sua família, para Arbois (França).

Na infância, devido ao sobrenome de origem alemã era discriminado por outras crianças, no contexto de grande rivalidade entre os países no período posterior à primeira guerra mundial.

Aos onze anos de idade, começou a trabalhar em na cozinha de um hotel, no início, apenas durante as férias escolares. a partir dos 13 anos, quando terminou os estudos, passou a trabalhar até quinze horas por dia. o patrão o tratava com muita severidade, incluindo tapas da na cara e chutes no traseiro, quando executava tarefas com lentidão e, em troca, recebia uma baixa remuneração.

Aos 16 anos de idade, ingressou na Juventude Operária Católica (JOC).
Em 1940, durante a conquista da França pela Alemanha nazista, o regimento no qual servia foi capturado. Durante a época na qual foi prisioneiro de guerra, organizou grupos de oração e de assistência aos doentes.

Enquanto era prisioneiro de guerra, recusou-se a trabalhar para os nazistas em troca de um melhor tratamento como prisioneiro.

O contato com o sofrimento no campo de concentração o levou a meditar sobre o Cântico do Servo Sofredor, (Isaías,53), que contém os seguintes versos:

“.. desprezado e rejeitado pelos homens,

homem do sofrimento e experimentado na dor;

como indivíduo de quem a gente esconde o rosto,

ele era desprezado e nem tomamos conhecimento dele.

Todavia, eram as nossas doenças que ele carregava,

eram as nossas dores que ele levava em suas costas.

E nós achávamos que ele era um homem castigado,

um homem ferido por deus e humilhado.

Mas ele estava sendo transpassado por causa de nossas revoltas,

esmagado por nossos crimes.

Caiu sobre ele o castigo que nos deixaria quites;

e por suas feridas é que veio a cura para nós.  ”


 

Posteriormente, diria que:

“ É nos cânticos do servo de Deus que Jesus descobriu sua missão. Ele é o servo sofredor por excelência. E hoje, ele continua sua paixão e ressurreição na carne dos pobres humilhados, rejeitados, conduzidos ao matadouro. São esses pobres que purificam nossa humanidade corrompida pelo consumismo, pelo luxo, pelo desperdício, pela sexualidade desenfreada, pela violência. São as suas feridas que nos curam. Se nosso mundo de estupidez e de horrores não afunda de vez, é graças a esses servos sofredores. Seu espírito de resistência, sua disposição a perdoar pode converter aquele que detém o poder e o dinheiro, aquele que é vítima dos falsos deuses do mundo materialista. Quando o pobre, mergulhado nesse mistério, sem saber, adquire a inteligência do que ele vive, alguma coisa nasce. Porque a vocação do servo sofredor não é de ficar eternamente pisado. Ele é portador de uma esperança. Quando Isaías fala no meio dos cativos, ele pressente uma libertação. ”

Após a segunda guerra mundial, ingressou em um seminário, depois, alguém que conhecia suas características, o aconselhou a ingressar na Congregação dos Filhos da Caridade, uma congregação fundada em Paris (França), no dia 25 de dezembro de 1918, pelo padre Jean-Emile Anizan (1853-1928) e que tem como propósito a evangelização das classes trabalhadoras.

Em 1954, foi ordenado sacerdote.

Em 1955, depois de um ano atuando em uma paróquia em Paris, foi enviado para Montreal (Canadá), onde foi capelão da JOC e organizou o círculo Mximiliano Maria Kolbe que tinha como missão conseguir ajuda para pessoas necessitadas.

Entre 1962 e 1968, dedicou-se à Pastoral Vocacional e passou a pregar em retiros espirituais.

Em 1968, foi enviado para a diocese de Crateús (Ceará - Brasil), então dirigida por Dom Antônio Batista Fragoso, um dos participantes do Pacto das Catacumbas, que pretendia transformar a igreja católica em uma entidade a serviço dos mais pobres e das suas lutas para sair da miséria e da exploração.

Naquela cidade, concedeu a unção dos enfermos a uma jovem prostituta, de apenas 22 anos, que, duas semanas depois, faleceria de Tuberculose. Após o falecimento, Alfredinho alugou o barraco onde vivia a prostituta e naquele local, exerceria por três anos suas funções religiosas, convivendo com pessoas marginalizadas.

Em 1976, quando sofria de uma hérnia de disco, indagou ao biblista Carlos Mesters o sentido de tamanho sofrimento. Esse questionamento, levou Mesters a escrever o A Missão do Povo que Sofre", que apresenta Os Quatro Cânticos do Servo de Javé como quatro passos que o sofredor faz para descobrir-se servo.

No início de março de 1981, em decorrência de uma forte seca na região, dezenas de flagelados chegaram à cidade de Crateús em busca de alimentos. Naquele contexto, organizou a campanha "Porta Aberta aos Famintos" (PAF), pelo qual, às pessoas dispostas a doar comida aos famintos colocavam um cartaz com os referidos dizes na porta de suas casas. Essa campanha ajudou a alimentar milhares de camponeses pobres.

Irmandade do Servo Sofredor ( ISSO)

No dia 7 de janeiro de 1977, Alfredinho começou a pregar em um retiro que tinha como tema a figura do "Servo Sofredor" no Seminário da Prainha, em Fortaleza. Esse encontro contou com sete participantes que decidiram se reencontrar uma vez por ano, esse foi o surgimento da “Irmandade do Servo Sofredor” (ISSO), que teria como padroeiro São Maximiliano Maria Kolbe.

Alfredinho, um verdadeiro santo que viveu entre nós fez sua Páscoa no dia 12 de agosto de 2000, em Santo André (Brasil).


17 de julho de 2022

Parada para ouvir a voz interior


É preciso ouvir a sabedoria que vem de dentro e o momento é de silenciar e observar. 
Fora o que acontece no plano físico temos que considerar a grande batalha no plano espiritual. 
Atravessamos momentos muito difíceis. 
Além disso é preciso colocar em pratica o que se aprendeu com a física quântica e com a lei de Atração. Se ficarmos vibrando, só reclamação Das coisas que estão erradas, vamos pouco a pouco nos enredando neste novelo negativo até estarmos totalmente sufocados. 

É preciso muita serenidade e atenção.
Temos que plasmar internamente a mudança para que ela ocorra do lado de fora,
 

É tempo de ação e não de reclamação.
Pode parecer muito difícil, mas no momento é o que nos compete fazer.

Paz, silêncio e Luz a todos!

5 de junho de 2022

Pentecostes

 

A Festa de Pentecostes é um marco solido da fé cristã. A narrativa de Lucas no livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-13) revela que os discípulos estavam reunidos no mesmo local dos encontros anteriores (os discípulos se reuniam de modo secreto e escondido, pois temiam perseguições por estarem envolvidos com Jesus, que fora condenado como malfeitor).

Pentecostes é o evento em que os discípulos perdem o medo e encontram através da força do Espírito Santo a coragem de testemunhar o Evangelho e assumir todos os riscos inerentes à vocação.

As línguas de fogo representam a força do alto, a intervenção divina e a luz do Espírito Santo que ilumina, aquece e encoraja. Pode-se dizer que as línguas de fogo são a unção de Deus para a nova missão dos discípulos. Eles até agora reunidos a portas fechadas, deixam o lugar e partem corajosamente para anunciar a missão, a paixão e a ressureição de Jesus.     (Frei Isidoro Mazzarolo)


                              
Quando vejo esta imagem, tão divulgada pela igreja nesta época de Pentecostes, fico me perguntando: se Maria e as outras mulheres que seguiam Jesus estavam também entre os apóstolos, Certamente que sim, pois o relato afirma que eram muitos. Com toda certeza também como eles, receberam a efusão do Espírito Santo.  Não deixaram de ser mulheres. Por que então resolveram ir além das decisões de Deus e privar as mulheres do sacerdócio?

Será que o Espírito de Deus escolheu em quem se manifestar?
Tenho pavor de incoerências.

Pedro pelo menos teve a humildade de admitir em uma outra situação que se o espírito havia se derramado sobre os "impuros", não seria ele que faria objeção. Mas parece que o magistério atual prefere outro caminho... 

 

Que o Espírito Santa traga Luz, muita Luz para que se possa ter um novo caminho mais inclusivo e genuinamente Cristão.
 Que ele nos dê coragem neste momento difícil de nossa história.



14 de maio de 2022

Wesak - a lua cheia de Touro - Bênçãos sobre a humanidade

 


O FESTIVAL DO VALE DO WESAK

Estamos hoje na lua cheia do signo de Touro.
Os espiritualistas comemoram o Wesak ou o festival do Buda.
É um importante momento de reflexão e aprofundamento .

No Livro "Os Mestres e a Senda" do bispo da Igreja Católica Liberal, Leadbeater, na pag 269 também traz uma descrição deste festival bem interessante: Existe uma linda lenda descrita por C. W. Leadbeater, Alice Bailey e muitos outros, sobre uma cerimônia que acontece no Himalaia durante Wesak.

Seres humanos perfeitamente integrados e liberados, livres de karma e da necessidade de encarnar – nossos verdadeiros mestres espirituais e gurus – se congregam nesse determinado vale. Usando padrões de dança e sons, eles produzem uma intensa meditação evocativa. A invocação é então focalizada e recebida pelo Cristo trabalhando juntamente com Buda.

                     

Acreditando-se ou não na lenda, ela tem uma qualidade mística que fala diretamente ao coração:

Existe um vale de elevada altitude aos pés das cordilheiras Himalaia/Tibete, cercado de altas montanhas por todos os lados menos o nordeste, onde há uma pequena passagem. O vale tem, portanto, a forma de uma garrafa, com o gargalo virado para o nordeste, e ele se alarga bastante em direção ao sul. Na parte mais ao norte, perto do pescoço da garrafa, encontra-se uma vasta rocha achatada. Não existem árvores ou arbustos no vale, que é coberto por uma espécie grosseira de relva, mas as encostas das montanhas são cobertas de árvores.

Na época da lua cheia de Touro, peregrinos vindos de todos os distritos vizinhos começam a chegar; os homens santos e os lamas se encaminham para o vale e se posicionam nas partes ao sul e ao meio, deixando a parte nordeste relativamente vazia. Aí, diz a lenda, reúne-se o grupo daqueles Grandes Seres que são os Encarregados na Terra do Plano de Deus para o nosso planeta e para a humanidade… Os estudiosos do esoterismo podem chamá-Los os Mestres da Sabedoria, a Hierarquia Planetária… Ou podemos chamá-los os Rishis das escrituras hindus, ou a Sociedade das Mentes Iluminadas… Eles são os Grandes Intuitivos e os Grandes Companheiros que, em sua sabedoria, amor e conhecimento, servem de muralha de proteção em volta de nossa raça, e que querem nos ajudar passo a passo (como Eles mesmos foram guiados no Seu tempo) da escuridão para a luz, do irreal para o real, da morte para a imortalidade. Esse grupo de conhecedores da divindade são os participantes principais do Festival de Wesak. Eles se alinham na ponta nordeste do vale, em círculos concêntricos, e se preparam para um grande ato de serviço…


À medida que se aproxima o momento da lua cheia, um silêncio começa a tomar conta da multidão e todos olham em direção ao nordeste. Começam a fazer certos movimentos rituais, nos quais os Mestres agrupados e seus discípulos de todos os graus adotam posições simbólicas e formam, no chão do vale, símbolos significativos como a estrela de cinco pontas, com o Cristo colocado no ponto mais alto; ou um triângulo, com o Cristo colocado no ápice; ou a cruz, e outras formas conhecidas, todas contendo um significado profundo e potente. Tudo isso acontece ao som da entoação de determinadas palavras e frases esotéricas. A expectativa da multidão que observa e espera vai aumentando, e a tensão se torna real e crescente.

Parece que todo o grupo sente uma estimulação, ou potente vibração, que tem o efeito de acordar a alma de todos os presentes, fundindo o grupo num só todo, elevando a todos num só grande ato de pedido espiritual, de prontidão e de expectativa…

O canto e o entrelaçamento rítmico tornam-se mais fortes e todos os participantes e espectadores elevam seus olhos para o céu, na direção da parte estreita do vale. Apenas alguns minutos antes da hora exata da lua cheia se pode ver um pequeno ponto brilhante no céu. Ele se aproxima mais e mais, e sua claridade, e a definição de seu contorno vão aumentando, até que a forma do Buda pode ser vista, sentado na posição de pernas cruzadas, vestido com seu manto cor de açafrão, banhado em luz e cor, com sua mão estendida abençoando. Quando ele chega ao ponto exatamente acima da grande pedra, pairando no ar acima das cabeças dos três grandes Senhores, um grande mantra, entoado somente uma vez por ano durante o festival, é entoado pelo Cristo, e toda a multidão que está no vale se prostra com o rosto no chão. Esta invocação instaura uma tal vibração, ou corrente de pensamento, que sua potência se eleva do grupo de aspirantes, discípulos e iniciados que a entoam e atinge o próprio Deus.

Este é o momento supremo do intenso esforço espiritual que transcorreu durante o ano, e gera uma revitalização espiritual da humanidade e efeitos espirituais que duram pelos meses subsequentes. O efeito da Grande Invocação é universal e cósmico, e serve para nos ligar com aquele centro cósmico de força espiritual de onde vem toda a criação. A bênção é dada e o Cristo – como representante da humanidade – a recebe em confiança, para distribuí-la.

Desta maneira, assim diz a lenda, o Buda retorna uma vez por ano para abençoar o mundo, transmitindo, através do Cristo, uma vida espiritual renovada. Lentamente, então, o Buda se afasta e sua imagem diminui na distância, até que somente um fraco ponto de luz pode ser visto no céu, e depois desaparece.

Toda a bênção cerimonial, do momento em que o ponto aparece até o momento em que desaparece, dura apenas oito minutos. O sacrifício anual do Buda (porque não é fácil para Ele voltar) termina, e Ele volta mais uma vez àquele elevado local onde trabalha e espera. Ano após ano ele volta para abençoar; ano após ano a cerimônia se repete. Ano após ano Ele e Seu grande irmão, o Cristo, trabalham em íntima cooperação para o benefício espiritual da humanidade.


21 de abril de 2022

Tretas e mais tretas ...

 No país da "treta", está claro que tudo é possível, de minha parte já estou bastante indisposto e seguir com isso seria forçar o vômito.

Há dias venho observando e tentando me adaptar á algumas interferências e pequenas discordâncias daquilo que eu venho postando. Seja o "pavão misterioso" de Petrolina, em que me disseram que eu devia aprender a não julgar, ou o 19 de Abril que aprendi que não posso mais chamar de "Dia do Índio" ou até mesmo numa piada sobre o carnaval fora de época. Há um quê de gozo das pessoas em procurar tretas. Ontem estava vendo, por acaso, uma youtuber que falava da importância das discórdias e das tretas como entretenimento nos reality shows, e concluía que o atual reality global "flopou" porque teve pouca discórdia e poucas discussões e muito poucas brigas. E para culminar, até treta com STF o chefe máximo da nação resolveu criar com seu indulto.
Doravante, até que a náusea melhore fico com amenidades como músicas e fotos de minha cidade amada ou comentários sem maiores consequências.

28 de janeiro de 2022

Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila, ao abraçar o samba...( Noel Rosa)

 Eu nasci aqui, neste bairro e neste Boulevard, em uma maternidade que ficava a poucos metros e tinha o mesmo nome da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes. Fiz o meu ensino primário numa escola também no Boulevard 28 de Setembro. Escola que existe até hoje "escola Argentina". Moro na vizinhança de Vila Isabel, no bairro do Maracanã, que é um bairro entre a Vila Isabel e a Tijuca. Vila Isabel.


João Batista Viana Drumond (1825-1897), o abolicionista Barão de Drumond, resolveu levantar, em 1872, um bairro nas terras da Fazenda dos Macacos que havia recém-adquirido. Encantado com Paris, o barão entregou o traçado do bairro ao arquiteto e engenheiro Francisco Bitencourt da Silva (fundador do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro). O bairro foi projetado com toques franceses, e batizado de Vila Isabel, em homenagem à filha de D.Pedro II, tendo ruas com nomes de abolicionistas.
A principal avenida recebeu o nome de Boulevard 28 de Setembro, em comemoração à data da assinatura da Lei do Ventre Livre. A praça do bairro foi nomeada Sete de Março, em homenagem ao dia da constituição do Gabinete do Primeiro Ministro Visconde de Rio Branco, que promoveu a famosa Lei de 1871, que determinava a libertação dos nascidos de mães escravas. A segunda rua em importância recebeu o nome de Teodoro da Silva, que havia assinado a Lei com a Princesa. Após a morte de Drumond, a praça passou a chamar-se Barão de Drumond.
Em 1873, o Barão havia criado a Companhia Ferro Carril de Vila Isabel, para a ligação do centro da cidade com o bairro.
Além de ter sido o primeiro bairro planejado da cidade, Vila Isabel abrigou o primeiro jardim zoológico do Rio de Janeiro. Como pretexto para incentivar a visita, o ingresso possuia um número representando um animal; no final do dia era efetuado um sorteio com prêmios em dinheiro. Esta a origem do jogo do bicho.
A foto é um cartão postal que mostra o boulevard. O canteiro central fora construído para facilitar o acesso do público ao bonde. O texto sobre a Vila Isabel foi copiado do Facebook Celia Fernanda FontouraFotos, Fatos e Histórias do Rio Antigo

21 de janeiro de 2022

O maravilhoso Thay nos deixou

Ele que espalhou tanta luz que possa repousar na clara luz.

A Comunidade Internacional da Aldeia de Plum do Budismo No vo anuncia que o nosso querido professor Thich Nhat Hanh faleceu pacificamente no Templo T ừ Hi ếu em Hu ế, Vietname, às 00:00 horas de 22 de Janeiro de 2022, aos 95 anos. Convidamos a nossa família espiritual global a tirar alguns momentos para estar quieta, para voltar à nossa respiração consciente, enquanto juntos mantemos Thay nos nossos corações em paz e amorosa gratidão por tudo o que ele ofereceu ao mundo.