O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

31 de dezembro de 2015

Oração de Ano Novo



Querido Pai
Neste momento entre um ano que termina e um outro que está prestes a começar, queremos diante de Ti fazer uma reverencia e honrar o teu senhorio e nossa alegre filiação.
 Olhando o ano que termina acredito que temos muito mais motivos para agradecer do que para lamentar ou reclamar.
Agradecemos a saúde, os sentimentos, as boas emoções, os encontros e a fraternidade. Pelo amor que nos une como família, por nossa fé, pela abundancia de recursos com que você Pai nos presenteia com sua bondade infinita. Te agradecemos pela esperança que nunca nos abandonou, e pela estrela que indicou o caminho, como aos Magos, por onde devíamos percorrer em segurança  caminhos que nos conduziram à felicidade.
Você  Pai que conhece o interior de nossos corações  sabe que temos muito mais para agradecer do que para pedir ou lamentar.
Em tuas mãos colocamos mais uma vez a graça da vida e a alegria de viver.
Perdoa-nos Pai se ainda somos lentos no perdão e na compreensão de teus caminhos e projetos. Aumenta a nossa fé, amplia a nossa compreensão e ajuda-nos a crescer no amor de tí que se revela em todos aqueles que passam por nós diariamente.
Queremos agora Pai, colocar em tuas mãos a nossa vida por inteiro, os nossos projetos, nossas metas deste ano que está iniciando. Toma-nos em tuas mãos, conduz as nossas vidas e nos faz pessoas melhores, mais amorosas, capazes de perdão e  compreensão pelas dificuldades de nossos  companheiros de jornada nesta terra. Amplia a nossa compreensão e aumenta a nossa fé.
Que em cada momento do ano de 2016 possamos te revelar em cada comportamento e atitude para que todos possam ver a tua luz que brilha em cada um de nós.
Assim é porque tu queres que seja assim.
Que assim seja então !

Amém

19 de dezembro de 2015

É preciso parar esta onda que espalha mau humor e ódio !

J. Ricardo A. de Oliveira


Hoje no supermercado eu no caixa vi uma cena que me deu o que pensar.
Uma senhora perguntou a um senhor se aquela fila era a fila dos idosos. 
Ele olhou-a de alto a baixo e mandou: 
Porque, tá querendo entrar aqui? Vê se toma vergonha que você é muito nova.
A senhora visivelmente envergonhada olhou para ele e disse: 
Senhor eu só fiz uma pergunta.
E de volta ele vociferou:
É se colar colou , né ?
Ela educadamente respondeu: 
Eu tenho sessenta e dois anos tenho direito a entrar nesta fila, não entrei na sua frente, só perguntei...
E Ele:
Que sessenta o escambau que você não tem cara de sessenta. Novinha querendo passar a perna nos outros
.

 A essa altura a senhora já tinha ido para uma outra fila mais distante, mas isso não impediu que as pessoas ao redor do tal velho continuassem a falar absurdos. A senhora já transformada em “aquela zinha”, ou “a espertinha” e outros absurdos até lógico chegar nas críticas ao governo, à presidente e tudo o que temos visto e ouvido no nosso dia a dia.
Lembrei de que ainda nesta semana que passou presenciei esse tipo de discussão com certa frequência na rua e até mesmo uma briga, entre duas mulheres que rolavam no chão até um ambulante, vendedor de empadas, resolver interferir, e mesmo levando uns tapas de ambas, conseguiu separar aquela cena grotesca. Vi gente brigando e aos palavrões impedir o transito em plena Praça Saens Peña. Parece que todos estão com os nervos à flor da pele.

Percebo que a semente que vem sendo lançada há alguns anos parece que começa a germinar. São anos e anos de noticiários despejando desgraças, e coisas desagradáveis diariamente, notícias sobre escândalos, roubalheira. É como se houvesse uma programação para incutir na cabeça das pessoas que não temos saída, que tudo vai muito mal. Que não devemos acreditar que podemos ter dias felizes e que vivemos em um lugar maravilhoso invejado por todo mundo.



Toda essa situação de ódio, revolta parece atender a uma programação.  Sempre fomos um povo cordato, hospitaleiro, que gosta de festa, de futebol e extremamente alegre. A Alegria sempre foi a marca dos brasileiros, sempre sorridentes e que em qualquer lugar fazem a diferença quando em grupo. Fico com a impressão de que estamos perdendo esta característica. O que venho percebendo nas ruas é um ódio crescente, um constante mal humor, como se os todos estivessem prontos para explodir. Ainda outro dia, andando pela rua esbarrei de leve em uma senhora e já estava me virando e dizendo “me perdoe senhora”, mas não deu tempo. A reação dela foi de aos berros dizer: seu idiota não olha por onde anda sua cavalgadura? 

Não sei, ou não quero acreditar que saiba, a quem interessa este estado de coisas. A Única coisa que sei é que precisamos mudar esta situação. É urgente voltar ao estado de ânimo que tínhamos, à alegria de viver, a àquele espírito característico que provocava nos estrangeiros o comentário: “são brasileiros”, como se isso explicasse tudo.

Tenho muitos amigos virtuais e em sua maioria são professores, terapeutas, sacerdotes católicos ou protestantes, dirigentes espíritas e de cultos afro. Gente que fala ao povo, que tem um espaço para fazer alertas e esclarecer. Penso que eles poderiam ajudar na conscientização das pessoas. Serem anunciadores da necessidade de olharmos o mundo com olhos mais compassivos e alegres. Acredito que poderiam dedicar uma parte de suas falas à restauração do bom humor, da esperança e do sonho. A alegria, como aliás o Papa Francisco tem alertado, é fundamental para a vida, para a saúde e para a construção de um mundo melhor.
 Façamos então todos nós uma cruzada contra o mau humor, vãos rejeitar toda essa campanha de más notícias, de notícias de desgraças, vamos parar de falar de desgraças,
Vamos investir em dias melhores, em sonhos que abandonamos e projetos que deixamos de acreditar. Vamos juntos construir um mundo novo acreditando que um outro mundo é possível.

30 de novembro de 2015

Uma história que se eternizou através dos tempos.


Sem Era nem Beira
(Pe. Zezinho)

José trabalhava na carpintaria,
cuidando zeloso da sua Maria.
Maria esperava chegar sua hora,
no ventre levava seu filho e Senhor.
Mas eis que um decreto os arranca do teto
que foi testemunha do mais puro amor.
E assim foi que antes de haveres nascido,
te vistes banido pelo imperador.
Por longas estradas que ainda não vias,
sem eira nem beira calado seguias.
No ventre materno escondido rumavas
p'ra onde mandava teu Pai lá do Céu.
Mas eis que em Belém não encontras morada,
Maria cansada não pôde esperar.
E assim Tu nascestes mirando as estrelas,
no ventre da terra e distante do lar.
A Tua pobreza escondia um segredo,
e naquele palácio o patrão teve medo.
E diz que um rei paranóico e doente,
num gesto demente mando te matar.
Mas eis que José pressuroso e aflito,
se exila no Egito p'ra te proteger.
E assim foi que ainda pequeno e calado,
te viste exilado p'ra sobreviver.
Voltaste do exílio para Galiléia,
que o filho do rei governava a Judéia.
Na carpintaria da casa de aldeia,
não representavas perigo nenhum.
José e Maria te viram crescendo,
e era alí um por todos e todos por um.
Mas eis que o fiel carpinteiro morria,
levaste Maria p'ra Carfanaum.
A vida era dura, passavam os dias,
o tempo chegara e de casa partias.
Alguem perguntou de que em lado moravas,
disseste em resposta o que dizem milhões.
"Se queres saber o caminho que eu traço,
acompanha meu traço, vem ver e sentir.
As aves do céu e as raposas tem casa,
mas eu nem sequer tenho aonde dormir."
Eu olhos os milagres de arquitetura,
colossos enormes rasgando as alturas.
E penso no povo que sofre e padece
por falta de teto de amor e de pão.
E leio o decreto que o tira do teto
porque não pagou seu patrão e credor.

E tu que já foste pisado e esmagado,
exilado e humilhado. Liberta teu povo, liberta Senhor.
E tu que já foste pisado e esmagado,
exilado e humilhado. Liberta teu povo, liberta Senhor.


21 de novembro de 2015

Os sinais estão aí...Vento quebra ao meio a árvore de Natal da Lagoa !

Vento quebra ao meio a árvore de Natal da Lagoa !



Para quem entende os símbolos, acho que é hora de trocar a velha música de Natal da Simone (Então é Natal...) por aquela outra: Começar de Novo...
A árvore quebrada da Lagoa Rodrigo de Freitas, símbolo do Natal Carioca é como a carta da Torre do Tarot a nos lembrar que a construção quebrou, faliu, desabou. Só nos resta uma alternativa: começar uma nova empreitada. 

        



 Mas não é só a reconstrução da árvore da lagoa, porque esta é só um símbolo. O papa já disse que não faz sentido comemorar  Natal em plena Guerra, e certamente ele se refere a todos os tipos de guerra..  Guerras mundiais e guerras particulares de nosso dia a dia.

Não foi só a árvore que quebrou é todo um estado de coisas que nos rodeia não só no Rio como em todo Brasil. Os sinais apontam para a necessidade de novos paradigmas, as novas perguntas já não podem ser respondidas pelas velhas práticas esclerosadas da velha política, da lei de Gérson e da Razão Cínica.
Por enquanto estamos tendo os sinais, mas se não formos capazes de dar as respostas adequadas certamente algo mais sério e contundente vai acabar acontecendo.
No passado, nossos antepassados sabiam ler os sinais dos tempos, precisamos recuperar essa sensibilidade sob pena de sermos mais uma espécie em extinção.




7 de novembro de 2015

A mentira que vivemos



Vídeo Excelente,para assistir mais de uma vez.

Deveria ser obrigatória a exibição deste filme nas escolas seguido de debate,

 enquanto há tempo...





Diwali – A festa das Luzes na India



É uma festa hindu alegre, que comemora o triunfo do bem sobre o mal e ilumina os lares e corações de todos que participam com esperança para o novo ano. Diwali, também conhecido como o Festival das Luzes é um festival de cinco dias centrada na família e na comunidade comunhão marcados com luzes, fogos de artifício, feiras de rua, oração e música. Como o nome sugere muito da celebração envolve acender velas ou pequenos Diyas, (espécie de lamparinas) que são acesas para indicar a vitória pessoal do bem sobre o mal e o retorno da fé. Este festival começa luminescentes cada dia antes do sol nascer com as cidades toda iluminada por milhares de velas acesas, faróis e lâmpadas. As flores são amarradas em guirlandas e envolvem as casas e empresas assim como as pessoas invadem as ruas para compartilhar sua alegria com os outros. Na terceira noite dos fogos de artifício iluminarão o céu. Todo mundo comemora, e usam o que tem de melhor usa para um novo ano de muita Luz, Fartura e Alegria.

diyas

 Em 2015, o Diwali começa com Dhanteras, e vai de 9 até 13 de novembro. As principais festividades ocorrem no terceiro dia (este ano, no dia 11 de novembro).
Cada dia do festival tem um significado diferente.
O primeiro, Dhanteras, marca o início do Diwali e é dedicado a celebrar a riqueza. A Deusa Lakshmi é adorada para proporcionar prosperidade, e as pessoas tradicionalmente compram ouro.

O segundo dia é conhecido como Naraka Chaturdasi. Krishna e a Deusa Kali são aclamados por ter destruído o demônio Narakasura e pela libertação de 16 mil princesas cativas neste dia.



No terceiro e principal dia, várias pequenas lâmpadas de argila (chamados diyas) e velas são acesas e colocadas nas casas, enquanto os fogos de artifício são disparados por todos os cantos, legitimando o nome de “Festival das Luzes”. Os indianos também limpam e decoram suas casas com rangoli (arte popular Hindu), compram roupas novas, apostam e trocam presentes e doces durante o festival.



No quarto dia, os comerciantes recomeçam o ano e oferecem preces.

O quinto e último dia, conhecido como Bhai Duj, é dedicado aos irmãos e eles se reúnem para compartilhar comida e honrar o vínculo entre eles.


4 de novembro de 2015

As 108 contas do Japamala

E em primeiro lugar, o que vem a ser um Japamala? 


Japamala
(Japa = repetição, Mala = cordão ou colar) é um objeto antigo de devoção espiritual, conhecido também como rosário de orações no ocidente. É um artesanato muito utilizado para ajudar nas orações e mentalizações como marcador.

"Japa" é uma palavra em sânscrito que vem da raiz verbal "jap", que significa "murmurar, sussurrar".
"Japa" é a prática feita pelos yogis na repetição em tom de murmúrio de mantras, de passagens das escrituras, ou do nome de uma divindade.
A repetição destes mantras, o "Japa", é uma "corrente", um "cordão de energia".
Mala é uma palavra de vários significados em sânscrito, porém neste caso, ela quer dizer, apenas, "cordão de contas".
Temos então duas correntes, uma espiritual, "Japa" e outra material, "Mala". Assim, as energias espirituais invocadas "Japa", energizam o "Mala".
Geralmente, o "mala", utilizado para o "japa", "murmurar", contém 108 contas.
Um Mala pode conter contas que também formam divisões de 108, de modo que o mesmo cálculo possa ser mantido.
Chegar ao "Meru", a conta central no mala, mostra que você fez o seu "japa" por 108 vezes. Completar o circuito de 108 mantras é um passo a mais no caminho da elevação espiritual. Cada Volta realizada no "Mala", é um degrau na escada para a união com o éter divino.
Um "mala" estimula seu usuário a fazer os "japas" diariamente.





Por que 108 contas em um Japamala?

Algumas pessoas me perguntam as vezes o porque das 108 contas do japamala, segue abaixo um bom resumo:

A frequência mais alta das rádios FM é 108.0.

108 = 0108 número forte Hebreu = neblina, vapor do solo a partir do qual as nuvens se formam, assim chamado porque envolve e cobre a Terra como um véu.

Esta derivação também é confirmada pela raiz árabe "med", que significa o que guarda e fortalece qualquer coisa, defesa.

Também significa atmosfera.

1-0-8 é o número de emergência na Índia (tal como 9-1-1 nos EUA).

Uma frase comum na India é "Ligue 108 e salve uma vida".

Para se ter uma idéia, este número é produto de operações matemática simples e precisas. Por exemplo, ao se multiplicar 1 elevado a ele mesmo por 2 elevado à 2ª e por 3 elevado à 3ª, o resultado é 1 x 4 x 27 = 108.

O alfabeto sânscrito possui 54 letras ou fonemas masculinos e 54 que são chamados femininos, resultando em 108 fonemas.

O número nove é considerado um número sagrado para os Hindus, 1 + 0 + 8 = 9.

O “108? também aparece como a representação do chackra cardíaco;

no Shri Yantra; nos textos védicos, onde 108 é o número em que se divide o tempo entre passado, presente e futuro;

na astrologia, com seu 9 planetas e 12 casas ( 9×12 =108);

na astronomia, que mede o diâmetro do Sol como sendo 108 vezes o diâmetro da Terra.

E ainda 108 são o número de Gopis de Krishna, 108 são os Upanisades, 108 são o número de contas do japamala e poderia citar ainda muito mais sobre o número 108.

É conhecido que o Mala ou rosário usado em toda a Índia, e que se espalhou pelo mundo, tanto dentro da religião Hindu, como em outras religiões possui 108 contas.

Este número “108” é um número sagrado, por diversas razões.

Estas razões são matemáticas e metafísicas (como a própria matemática).

Os antigos indianos eram excelentes matemáticos. Não houve matéria no campo da Álgebra e da Geometria, que não tenha sido estudado por eles.

Este número é produto de operações matemática precisas, por exemplo, se multiplicarmos 1 na primeira potência, por 2 na segunta potência, este resultado por 3 na terceira potência, teremos 108. isso porque o produto de 1 na 1, é 1, e de 2 na 2 é 4, e 3 na 3 é 27, portanto, 1 x 4 x. 27 = 108.

Mas talvez a influência mais direta do número 108 não tenha apenas relação matemática, mas sagrada com os fonemas do “alfabeto” sânscrito e a divisão do cosmo, de tempo e espaço.

Por sua vez, o alfabeto sânscrito possui 54 letras ou fonemas que são chamados masculinos, e 54 que são chamados femininos, sendo conhecidos como Siva e Sakti, respectivamente, e que somados resultam em 108.

Há uma série de outras colocações que encheriam muitos livros. Nós iremos aqui colocar alguns aspectos, e que o leitor terá por satisfeito seu interesse no sagrado número 108.

Vejamos, então, alguns aspectos e como eles dizem respeito ao número sagrado 108:

Sri Yantra

Outra grande fonte de meditação no sagrado 108 é o Sri Yantra.

Este símbolo sagrado é conhecido como o monte Meru.

Neste Yantra Marmas ou pontos, onde três linhas se entrecruzam, e há 54 sub-cruzamentos.

Cada um destes cruzamentos são masculinos e femininos, qualidades de Siva e Sakti.

Portanto, estes 54 cruzamentos, sendo masculinos e femininos, resultam no número 108. Por conseguinte, este número 108 define o Sri Yanta, bem como o próprio corpo humano.

Igualmente, o número nove é considerado um número sagrado para os Hindus, e se somarmos o número 108, da seguinte forma 1 + 0 + 8, teremos o número 9, que multiplicado por 12, também resultará em 108.

Isso se deve pela ciência da numerologia, em que cada número e seqüência, bem como arranjos, possuem um significado profundo, além da objetividade que pretende dar a matemática vulgar.

Chakra do coração

O Chakra do coração, ou do vórtice de energia do Anahata, possui linhas de interseção. Os Vedas dizem que há 108 linhas de energia no Chakra do coração, onde o Paramatma está residindo. É a partir do Chackra do coração que o Yogi atinge a iluminação do Sahasrara ou Chakra do auto da cabeça,

cuja energia é levada pelo canal central ou Sushumna para a coroa da realização em Deus.

Pontos Marmas

No corpo sutil há pontos de captação de energia.

Estes pontos são chamados de Marmas, e são como pontos de interseção por sobre os Nadis ou canais de distribuição de energia. Os textos védicos afirmam que há 108 Marmas por sobre o corpo, e que têm reflexos no corpo físico e nas diversas funções vitais.

O tempo

O tempo é dito que possui 108 sentimentos, os quais estão em número de 36 no passado, 36 no presente, e 36 no futuro.

Esta relação da psicologia da percepção do tempo, no mundo finito, é considerada uma dilação do Akasha.

Astrologia

A astrologia védica ou Jyotish considera os 9 planetas visíveis, bem com as 12 casas das constelações, chamados de Manshas ou Chandrakalas.

A relação de 9 x 12 é igual a 108.

A palavra Chandrakala é composta de Chandra = lua, e Kalas, divisões do tempo.

O diâmetro do sol é 108 vezes maior do que o da Terra.

Gopis do Senhor Krishna

Sri Krishna, o Senhor Supremo, protagonista do Bhagavad-gita, tinha 108 Gopis ou servas fixas, e 108 mil esposas. Isso é transcendental e não pode ser comparado com as coisas da paixão mundana e leviandade chula.

Relações diversas

O número 108 quando divido em porções fracionárias, possui 54, 36, 27, e nove.

Então há Malas ou rosários com estas subdivisões, e o devoto faz os devidos arranjos para completar as 108 voltas.

Islamismo: no Islã, o número 108 é usado como representante de Deus.

Sikh: na tradição Sikh, o número 108 está presente nas suas mantas de la, que possuem 108 nós na seqüência, além daqueles que estão nos seus Malas de japa.

Chineses: os budistas chineses, por notória influência da Índia, usam malas de 108 contas, que eles chamam de Su-chu, dividindo este Mala em 3 divisões de 36 contas.

Estágios da Alma: as Escrituras dizem que a alma possui 108 estágios na sua jornada por sobre a Terra, e se não atinge a liberação, deverá voltar para o seio de Paramatma e retornar mais tarde para uma nova jornada de 108 vidas.

Meru: em um Mala ou rosário, há uma pedra maior chamada de Meru. Ela não faz parte das 108 contas em seqüência, e marca o início e o fim de um Mala de Japa (canto do Mantra).

Pitágoras: para este filósofo grego, que bebeu da sabedoria dos matemáticos indianos, em viagens que fez para o continente indiano, como facilmente podemos ver na sua biografia, dizia que o número 9 era o limite para todos os números.

Todos os outros nomes existem e vêm do mesmo, isso é, de 0 a 9,

e com estes números pode-se fazer uma quantia infinita, nos seus diferentes arranjos.

Upanishadas: há 108 Upanishads principais.

Estes Upanishads estão agrupados em categorias dentro de os Vedas.

O agrupamento destes textos sagrados está conforme a seguir:

Rig-veda (10): Aitareya , Atmabodha, Kaushitaki, Mudgala, Nirvana, Nadabindu, Akshamaya, Tripura, Bahvruka, Saubhagyalakshmi.

Yajurveda (50): Katha, Taittiriya , Isavasya , Brihadaranyaka, Akshi, Ekakshara, Garbha, Prnagnihotra, Svetasvatara, Sariraka, Sukarahasya, Skanda, Sarvasara, Adhyatma, Niralamba, Paingala, Mantrika, Muktika, Subala, Avadhuta, Katharudra, Brahma, Jabala, Turiyatita, Paramahamsa, Bhikshuka, Yajnavalkya, Satyayani, Amrtanada, Amrtabindu, Kshurika, Tejobindu, Dhyanabindu, Brahmavidya, YogakundalinI, Yogatattva, Yogasikha, Varaha, Advayataraka, Trisikhibrahmana, mandalabrahmana, Hamsa, Kalisantaraaa, Narayana, Tarasara, Kalagnirudra, Dakshinamurti, Pancabrahma, Rudrahrdaya,
SarasvatIrahasya.

SamaVeda (16): Kena, Chandogya, Mahat, Maitrayani, Vajrasuci, Savitri, Aruneya, Kundika, Maitreyi, Samnyasa, Jabaladarsana, Yogacudaman, Avyakta, Vasudevai, Jabali, Rudrakshajabala.

Atharvaveda (32): Prasna , Mandukya, Mundaka, Atma, Surya, Narada-Parivrajakas, Parabrahma, Paramahamsa-Parivrajakas, Pasupatha-Brahma, Mahavakya, Sandilya, Krishna, Garuda, Gopalatapani, Tripadavibhuti-mahnarayana, Dattatreya, Kaivalya, Nrsimhatapani, Ramatapani, Ramarahasya, HayagrIva, Atharvasikha, Atharvasira, Ganapati, Brhajjabala, Bhasmajabala, Sarabha, Annapurna, Tripuratapani, Devi, Bhavana, Sita

No Hinduísmo 108 é o número de Gopis de Krishna nos Seus passatempos 108 são os locais sagrados para os Vaishnavas 108 são as contas do Mala para o Japa 108 são os Upanishads 108 são os Divyadeshes ou sagrados Tirthas, da Índia até o Nepal.

108 são as águas sagras instaladas em Muktinath, no Nepal.

Sanatana-dharma Com certeza, a conclusão do que vem a ser o número sagrado 108 deve-se aos Vedas, e a forma como os textos e métrica védica está a escrever os sagrados ensinamentos da Suprema Personalidade de Deus.

Há um livro escrito por Khurana, que dá as explicações que espelham bem estas colocações da métrica védica.

Diz ele, um círculo possui 360 graus, os quais quando multiplicados por 60 resultam em 21.600 minutos num círculo.

O número 60 advém de 60 Ghatis, os quais são sagrados.

Um Ghati é igual a 24 minutos, 60 Ghatis são 24 horas, a divisão de um dia.

Um Ghati é dividido em 60 partes ou Palas.

Então, estes Palas multiplicados por 60 resultam em 3.600.

Este valor multiplicador por 60, por um Pala contém 60 Vipalas, resulta, novamente, em 21.600.

A metade deste valor é a fase do dia, e a outra metade a fase da noite.

Então, 21.600 dividido por 2, resulta em 10.800.

Para fins práticos, usa-se 108.

Este ritmo ajuda a controlar o ritmo do tempo, bem como do espaço, permanecendo em harmonia com a natureza e a forma como ela se regula.

Um passatempo do Srimad Bhagavatam e do Tantra Shastra

Há uma história védica, chamada de “108 Pithas” ou lugares sagrados, onde há um passatempo do Senhor Siva e Sati devi. Esta história está completa no 4 Canto do Bhagavata-purana.

O passatempo narra que o Senhor Siva estava sempre em profunda meditação.

O Seu asceticismo estava gerando um grande calor por sobre o universo.

Por conseguinte, toda a existência estava correndo enorme perigo, e o Senhor Brahmaa (Seu pai), interferiu diante de Maa Shakti Devi, a mãe do universo, para que usasse Seu poder, no sentido de seduzir o Senhor Siva e demovê-Lo da Sua posição.

Então Maa Sakti concordou, e que iria nascer como Sati, filha de Sri Daksha.

O Senhor Siva havia ficado muito impressionado com o asceticismo de Sati, e com Sua extraordinária beleza.

Então Ele retornou a forma humana e casou-Se com Ela.

Anos mais tarde, numa festa, o pai de Sati Devi insultou o Senhor Siva.

Sati ficou tão humilhada que entrou em profunda meditação, tendo em vista imolar-Se.

O Senhor Siva ficou com o Seu coração despedaçado.

Ele chegou até o local do sacrifício de fogo, e tentou interferir agarrando o corpo de Sati, levando-A para o céu.

Mas na medida em que fazia isso, 108 pedaços do corpo de Sati Devi caíram e Se espalharam por sobre a Terra.

Eram 108 pedaços, que tornaram os locais onde caíram inteiramente sagrados.

Desde esta época estes locais são adorados e fonte de constante peregrinação

Lembrando:

Para quem usa o japamala com 108 contas, é feito apenas uma volta recitando os mantras.

Para quem usa japamala de 54 contas, é feito ida e volta (2x54=108) recitando os mantras

Para quem usa japamala de 27 contas, é feito ida e volta duas vezes (4x27=108) recitando os mantras.

Sabemos o porque 108 é um numero mágico,

então use e abuse da energia!!

SEMPRE, consagre seu japamala à um ser de luz que você tenha mais afinidades, e sempre que fizer seus mantras ou orações, peça para que esse ser de luz ative os mantras em seu ser.

Um outro beneficio de usar um japamala:

O japamala pode ser feito em cristais, o que além da energia dos mantras, podemos associar a energia dos cristais.

Temos aí uma poderosa ferramenta, que une, energias de todos os lados.
Link da matéria e créditos: Portal Somos Todos Um 

A pasteurização do absurdo não tem graça.

(J. Ricardo A. de Oliveira)

De onde veio a brilhante ideia de que todos tem que concordar com tudo ?
Eu gosto de azul, mas você pode gostar de amarelo. 
Eu posso ser botafoguense e você flamenguista. Não precisamos nos matar por essa diferença.
Eu posso admirar o presidente Lula e você achar que um outro presidente seria melhor para o Brasil.
Você pode discordar do governo da presidenta, mas não precisa desrespeitá-la, agredí-la ou xingá-la, da mesma forma que eu não preciso odiá-lo por discordar de mim.
Eu sou contra o aborto mas isso não quer dizer que você não possa se posicionar a favor. Eu sou cristão e você pode ser muçulmano.
Não é porque eu sou hétero que vou espancar e humilhar quem tem outro tipo de orientação sexual. A homo afetividade não é doença, portanto não há o que curar, não é contagiosa. 
O que precisa de tratamento e cura é o preconceito.



Pelamordeeussss! 

Cada um é cada um.
Deus nos deu o livre arbítrio para que pudéssemos escolher.
Então vamos tornar a buscar o caminho da Paz e do respeito mútuo, sejamos civilizados e vamos respeitar a opinião alheia, ouví-la e escolher, cada um tem o direito de exercer a sua liberdade de escolha.
Vamos contribuir para diminuir esse ódio que está tirando a paz de um país que sempre foi admirado por sua cordialidade , afetividade e hospitalidade.
A diversidade nos enriquece e amplia as possibilidades.
Chega de exclusão e preconceito!

27 de outubro de 2015

D. Helder e o preto velho




O teólogo Marcelo Barros recorda que, uma vez, acompanhou o arcebispo a uma favela.
Passando pelas vielas, D. Hélder cumprimentava as pessoas e entrava em cada barraco.
Chegou atrasado ao centro comunitário, onde as pessoas o esperavam para uma reunião. Numa das casas, um senhor da Umbanda deu-lhe de presente uma imagem de um Preto Velho (um dos espíritos da religião africana).
D. Hélder chegou à reunião, trazendo nos braços o Preto Velho.


A quem se espantou com o atraso, explicou: 
“Estava me encontrando com um irmão, do qual séculos me distanciaram”.

Quando lhe perguntaram se o contato do arcebispo com líderes de outras religiões negras não favorecia o sincretismo e a confusão, D. Hélder respondeu: 
“O sincretismo existe desde que os nossos antepassados obrigaram os negros a se batizarem. Durante séculos, eles foram obrigados a viver a sua fé de modo escondido. O que eu faço é reconhecer o seu direito a exercerem a sua religião. Sei que muitos, desde crianças, são, ao mesmo tempo, católicos e de um culto afro. Conhecendo-os, vejo que são pessoas de tanta fé e tão dedicadas aos outros que só posso pensar que essa integração faz bem”.

Com os agradecimentos ao amigo Jorge Alexandre que publicou esta passagem no Facebook

O trauma infantil que transformou o Papa


A reveladora carta na qual o Papa conta sobre uma dificuldade que marcou dolorosamente sua infância e que lhe ensinou uma grande lição


O sacerdote e destacado mariólogo brasileiro Alexandre Awi, em uma entrevista dada no Chile em abril de 2015, compartilhou uma inédita e emotiva vivência do Papa Francisco, que nos mostra sua “humanidade” e a riqueza espiritual que, desde a infância, forjou a alma daquele que é hoje o Vigário de Cristo na terra.

O Pe. Alexandre conta que, logo após a JMJ 2013 (na qual trabalhou como tradutor e secretário do Papa Francisco), escreveu para uma revista salesiana do Brasil um artigo sobre a “cultura do encontro”, comentando a riqueza pastoral, espiritual e outras que, a seu ver, o Papa oferece ao mundo com esta proposta.

Já no Documento de Aparecida (e muito antes dele), o atual Vigário de Cristo se referia a esta questão, que foi um eixo temático nas catequeses do seu pontificado. Mas o que o Pe. Alexandre desconhecia era que o anseio por uma “cultura do encontro” estava profundamente arraigado nas experiências vividas na infância por Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco.

Foi o próprio Pontífice quem revelou isso ao Pe. Alexandre, em uma carta na qual lhe agradece pelo seu artigo:
 “Obrigado pelo artigo sobre a cultura do encontro. Acho que preciso lhe contar algo sobre esta expressão. Quando refizeram a fachada da catedral de Buenos Aires, optaram por copiar o modelo da Madeleine de Paris e, como era a época da reorganização nacional e se buscava a unidade da nação, optaram por esculpir no frontispício a cena do encontro de José com seus irmãos. Essa imagem me tocou profundamente – acho que, em parte, devido à minha história familiar e, em grande parte, pela graça de Deus.

Em minha família, houve uma longa história de desencontros. Tios, primos brigados e separados. Quando se comentava algum caso desses ou se pré-anunciava alguma briga, eu, criança, chorava muito, escondido, e às vezes oferecia algum sacrifício ou alguma penitência, para que essas coisas não acontecessem. Isso me machucava muito. Graças a Deus, na minha casa, meus pais e os 5 irmãos vivíamos em paz.

Acho que esta história da minha infância me marcou muito e foi criando no meu coração a vontade de que as pessoas não brigassem, de que continuassem unidas. E, se brigassem, que depois se reconciliassem.

Releio o que escrevi e me dá um pouco de vergonha, mas acho que nesta história já uma espécie de semente do que, com o passar dos anos e de maneira conceitual, chamei de ‘cultura do encontro’. 
É um anseio que carrego desde criança.”


Fonte :
http://pt.aleteia.org/2015/06/22/


Com meus agradecimentos à amigaNara Rubia Ribeiro que compartilhou a matéria do site Aleteia

25 de outubro de 2015

Sínodo. Mensagem do Papa: defender o homem e não ideias


Após os vários agradecimentos a todos os que contribuíram para um percurso sinodal de intenso ritmo de trabalho o Papa Francisco disse ter-se interrogado sobre o que “há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?”



Muitas as respostas encontradas pelo Santo Padre para completar o significado do Sínodo: a importância do matrimonio, escutar as vozes das famílias e dos pastores, olhar e ler a realidade, testemunhar o Evangelho como fonte viva de novidade eterna, afirmar a Igreja como sendo dos pobres e dos pecadores e abrir horizontes para difundir a liberdade dos Filhos de Deus.
Em particular, o Papa Francisco considerou que a experiência do Sínodo fez compreender melhor que defender a doutrina é defender o seu espírito e o homem em vez de ideias:
“A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão.”
Francisco recordou Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI e no final do seu intenso discurso afirmou que “para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!”
Publicamos aqui  o texto integral do Santo Padre:
Amadas Beatitudes, Eminências, Excelências, Queridos irmãos e irmãs!
Quero, antes de mais, agradecer ao Senhor por ter guiado o nosso caminho sinodal nestes anos através do Espírito Santo, que nunca deixa faltar à Igreja o seu apoio.
Agradeço de todo o coração ao Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, a D. Fabio Fabene, Subsecretário e, juntamente com eles, agradeço ao Relator, o Cardeal Peter Erdö, e ao Secretário Especial, D. Bruno Forte, aos presidentes delegados, aos secretários, consultores, tradutores e todos aqueles que trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja: um cordial obrigado!
Agradeço a todos vós, amados padres sinodais, delegados fraternos, auditores, auditoras e conselheiros, párocos e famílias pela vossa activa e frutuosa participação.
Agradeço ainda a todas as pessoas que se empenharam, de forma anónima e em silêncio, prestando a sua generosa contribuição para os trabalhos deste Sínodo.
Estai certos de que a todos recordo na minha oração ao Senhor para que vos recompense com a abundância dos seus dons e graças!
Enquanto acompanhava os trabalhos do Sínodo, pus-me esta pergunta: Que há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?
Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse.
Seguramente não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinamo-las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia.
Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do Matrimonio entre homem e mulher, fundado sobre a unidade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana.
Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vieram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro.
Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família.
Significa que procuramos olhar e ler a realidade, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, economica, moral e de prevalecente negatividade.
Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem «endoutriná-lo» como pedras mortas para as jogar contra os outros.
Significa também que espoliamos os corações fechados que, frequentemente, se escondem mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas.
Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou melhor dos justos e dos santos quando se sentem pobres e pecadores.
Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível.
No caminho deste Sínodo, as diferentes opiniões que se expressaram livremente – e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos – enriqueceram e animaram certamente o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa «impressos prontos», mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.1
E vimos também – sem entrar nas questões dogmáticas, bem definidas pelo Magistério da Igreja – que aquilo que parece normal para um bispo de um continente, pode resultar estranho, quase um escândalo, para o bispo doutro continente; aquilo que se considera violação de um direito numa sociedade, pode ser preceito óbvio e intocável noutra; aquilo que para alguns é liberdade de consciência, para outros pode ser só confusão. Na realidade, as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral, se quiser ser observado e aplicado, precisa de ser inculturado.2 O Sínodo de 1985, que comemorava o vigésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, falou da inculturação como da «íntima transformação dos autênticos valores culturais mediante a integração no cristianismo e a encarnação do cristianismo nas várias culturas humanas».3 A inculturação não debilita os valores verdadeiros, mas demonstra a sua verdadeira força e a sua autenticidade, já que eles adaptam-se sem se alterar, antes transformam pacífica e gradualmente as várias culturas.
Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas.
E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procurámos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que «todos os homens sejam salvos» (1 Tim 2, 4), para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver.
Amados irmãos!
A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia (cf. Rm 3, 21-30; Sal 129/130; Lc 11, 37-54). Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho (cf. Lc 15, 25-32) e dos trabalhadores invejosos (cf. Mt 20, 1-16). Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os mandamentos, criados para o homem e não vice-versa (cf. Mc 2, 27).
Neste sentido, o necessário arrependimento, as obras e os esforços humanos ganham um sentido mais profundo, não como preço da Salvação – que não se pode adquirir – realizada por Cristo gratuitamente na Cruz, mas como resposta Àquele que nos amou primeiro e salvou com o preço do seu sangue inocente, quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5, 6).
O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor (cf. Jo 12, 44-50).
Do Beato Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Por conseguinte podemos pensar que cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende n’Ele uma chama de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação (...). Deus, em Cristo, revela-Se infinitamente bom (...). Deus é bom. E não apenas em Si mesmo; Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera… Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e Lhe dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. Vemos, assim, o nosso arrependimento tornar-se a alegria de Deus».5
Por sua vez São João Paulo II afirmava que «a Igreja vive uma vida autêntica, quando professa e proclama a misericórdia, (...) e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador das quais ela é depositária e dispensadora».6
Também o Papa Bento XVI disse: «Na realidade, a misericórdia é o núcleo da mensagem evangélica, é o próprio nome de Deus (...). Tudo o que a Igreja diz e realiza, manifesta a misericórdia que Deus sente pelo homem, portanto, por nós. Quando a Igreja deve reafirmar uma verdade menosprezada, ou um bem traído, fá-lo sempre estimulada pelo amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10, 10)».7
Sob esta luz e graça, neste tempo de graça que a Igreja viveu dialogando e discutindo sobre a família, sentimo-nos enriquecidos mutuamente; e muitos de nós experimentaram a acção do Espírito Santo, que é o verdadeiro protagonista e artífice do Sínodo. Para todos nós, a palavra «família» já não soa como antes, a ponto de encontrarmos nela o resumo da sua vocação e o significado de todo o caminho sinodal.8
Na verdade, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!
Obrigado! 
Obrigado!
_____________________________
1 Cf. PAPA FRANCISCO, Carta ao Magno Chanceler da "Pontificia Universidad Católica Argentina", no centenário da Faculdade de Teologia, 3 de Março de 2015.
2 Cf. PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, Fé e cultura à luz da Bíblia. Actas da Sessão Plenária de 1979 da Pontifícia Comissão Bíblica, LDC, Leumann 1981; CONC. ECUM. VAT. II, Gaudium et spes, 44.
3 Relação final (7 de Dezembro de 1985), II/D.4: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 22/XII/1985), 652.
4 «Em virtude da sua missão pastoral, a Igreja deve manter-se sempre atenta às mudanças históricas e à evolução das mentalidades. Certamente não para se submeter a elas, mas para superar os obstáculos que possam opor-se à recepção das suas recomendações e das suas directrizes» (Entrevista ao Cardeal Georges Cottier, La Civiltà Cattolica, 3963-3964, 8 de Agosto de 2015, p. 272).
5 Homilia, 23 de Junho de 1968: Insegnamenti 6, 1968, 1177-1178.
6 Carta. enc. Dives in misericordia, 30 de Novembro de 1980, 13. Disse também: «No mistério pascal, (…) Deus mostra-Se-nos por aquilo que é: um Pai de coração terno, que não se rende diante da ingratidão dos seus filhos, e está
sempre disposto ao perdão» (JOÃO PAULO II, Alocução do «Regina Caeli», 23 de Abril de 1995: Insegnamenti 18/1, 1995, 1035). E descrevia a resistência à misericórdia com estas palavras: «A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem» (Carta enc. Dives in misericordia, 2).
7 Alocução do «Regina Caeli», 30 de Março de 2008: Insegnamenti 4/1, 2008, 489-490. E, referindo-se ao poder da misericórdia, afirma: «É a misericórdia que põe um limite ao mal. Nela expressa-se a natureza muito peculiar de Deus - a sua santidade, o poder da verdade e do amor» (Homilia no Domingo da Divina Misericórdia, 15 de Abril de 2017: Insegnamenti 3/1, 2007, 667).
8 Uma análise, em acróstico, da palavra «família» ajuda-nos a resumir a missão da Igreja na sua tarefa de: Formar as novas gerações para viverem seriamente o amor, não como pretensão individualista baseada apenas no prazer e no «usa e joga fora», mas para acreditarem novamente no amor autêntico, fecundo e perpétuo, como o único caminho para sair de si mesmo, para se abrir ao outro, para sair da solidão, para viver a vontade de Deus, para se realizar plenamente, para compreender que o matrimónio é o «espaço onde se manifesta o amor divino, para defender a sacralidade da vida, de toda a vida, para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente» (Homilia na Missa de Abertura do Sínodo, 4 de Outubro de 2015) e para valorizar os cursos pré-matrimoniais como oportunidade de aprofundar o sentido cristão do sacramento do Matrimónio; Aviar-se ao encontro dos outros, porque uma Igreja fechada em si mesma é uma Igreja morta; uma Igreja que não sai do seu aprisco para procurar, acolher e conduzir todos a Cristo é uma Igreja que atraiçoa a sua missão e vocação; Manifestar e estender a misericórdia de Deus às famílias necessitadas, às pessoas abandonadas, aos idosos negligenciados, aos filhos feridos pela separação dos pais, às famílias pobres que lutam para sobreviver, aos pecadores que batem às nossas portas e àqueles que se mantêm longe, aos deficientes e a todos aqueles que se sentem feridos na alma e no corpo e aos casais dilacerados pela dor, a doença, a morte ou a perseguição; Iluminar as consciências, frequentemente rodeadas por dinâmicas nocivas e subtis que procuram até pôr-se no lugar de Deus criador: tais dinâmicas devem ser desmascaradas e combatidas no pleno respeito pela dignidade de cada pessoa; ganhar e reconstruir com humildade a confiança na Igreja, seriamente diminuída por causa da conduta e dos pecados dos seus próprios filhos; infelizmente, o contratestemunho e os escândalos cometidos dentro da Igreja por alguns clérigos afectaram a sua credibilidade e obscureceram o fulgor da sua mensagem salvífica; Labutar intensamente por apoiar e incentivar as famílias sãs, as famílias fiéis, as famílias numerosas que continuam, não obstante as suas fadigas diárias, a dar um grande testemunho de fidelidade aos ensinamentos da Igreja e aos mandamentos do Senhor; Idear uma pastoral familiar renovada, que esteja baseada no Evangelho e respeite as diferenças culturais; uma pastoral capaz de transmitir a Boa Nova com linguagem atraente e jubilosa e tirar do coração dos jovens o medo de assumir compromissos definitivos; uma pastoral que preste uma atenção particular aos filhos que são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares; uma pastoral inovadora que implemente uma preparação adequada para o sacramento do Matrimónio e ponha termo a costumes vigentes que muitas vezes se preocupam mais com a aparência duma formalidade do que com a educação para um compromisso que dure a vida inteira; Amar incondicionalmente todas as famílias e, de modo particular, aquelas que atravessam um período de dificuldade: nenhuma família deve sentir-se sozinha ou excluída do amor e do abraço da Igreja; o verdadeiro escândalo é o medo de amar e de manifestar concretamente este amor.
[01826-PO.01] [Texto original: Italiano]

[B0817-XX.01]

13 de outubro de 2015

" Uma declaração internacional de teólogas/os"


"O Sínodo não pode se reduzir às questões relacionadas com o matrimônio cristão. Acreditamos que é prioritário que ele contribua para a eliminação das causas de exclusão e pobreza de milhões de famílias a partir da opção ético-evangélica pelas pessoas pobres e marginalizadas."
Publicamos aqui a "Declaração Internacional de Teólogas e Teólogos sobre o Sínodo", assinada por inúmeros estudiosos de vários países, vinculados à Associação de Teólogas e Teólogos João XXIII. A declaração foi publicada no sítio Religión Digital, 12-10-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Não pertence à Fé da Igreja o fato de manter intacto um determinado modelo de família, próprio de um tempo e de uma cultura. Segundo os Evangelhos, Jesus de Nazaré foi profundamente crítico com o modelo de família do seu tempo e da sua cultura. Por isso, a Associação de Teólogas e Teólogos João XXIII considera necessário apresentar ao Sínodo dos Bispos que está sendo realizado em Roma as seguintes propostas:
1. Acreditamos que é preciso respeitar as diferentes identidades, opções e orientações sexuais como expressão da pluralidade de formas de viver a sexualidade entre os seres humanos. Consequentemente, devem ser reconhecidas naIgreja Católica a homossexualidade e os casamentos homossexuais em igualdade de condições que a heterossexualidade e os casamentos heterossexuais. Não se devem excluir as pessoas cristãs homossexuais de nenhuma tarefa, atividade e responsabilidade eclesial, nem da participação nos sacramentos.
Não parece se compaginar o respeito às pessoas não heterossexuais com a sua exclusão de determinadas funções eclesiais, como, por exemplo, o exercício como padrinho em um batizado ou o ministério sacerdotal e teológico. Ambas exclusões que foram produzidas recentemente na diocese de Cádiz com um transexual e na Congregação para a Doutrina da Fé com um sacerdote homossexual, e que demonstram uma clara discriminação em razão da orientação sexual e desmentem a ideia tão repetida nos documentos do magistério eclesiástico de acolhida às pessoas não heterossexuais.
2. Acreditamos que deve ser revista a condenação indiscriminada da interrupção voluntária da gravidez por parte do magistério eclesiástico. Consideramos necessária a revogação do cânone 1.398 do Código de Direito Canônico, que decreta a excomunhão para quem produz o aborto, se este for produzido, e que é contrária à absolvição do pecado do aborto decretada pelo Papa Francisco por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Também deve ser respeitado o direito das mulheres de decidir em consciência sobre essa matéria.
3. Não existem razões bíblicas, teológicas, históricas, pastorais e menos ainda dogmáticas para excluir os homens casados ou mulheres de quaisquer ministérios eclesiais, ordenados ou não ordenados. A igualdade dos cristãos e das cristãs pelo batismo deve se traduzir em condições iguais para homens e mulheres no acesso ao âmbito do sagrado, na elaboração da doutrina teológica e moral, assim como na participação nas responsabilidades eclesiais e nos órgãos diretivos, sem discriminação alguma por razões de gênero, etnia ou classe social. Por isso, pedimos que se eliminem os obstáculos ideológicos, culturais e disciplinares de caráter sexista e se leve a cabo a plena incorporação das mulheres nos âmbitos indicados, incluindo o acesso ao sacerdócio e ao episcopado.
4. Em relação ao divórcio, não existe dogma de fé que o impeça, nem que proíba o acesso das pessoas separadas ou divorciadas que voltaram a se casar à Eucaristia. A atual disciplina excludente nessa matéria, talvez compreensível no passado, hoje não tem justificação e, longe de aproximar as pessoas nessa circunstância à comunidade cristã, as marginaliza, afasta e estigmatiza. Além disso, carece de fundamento evangélico.
Por isso, acreditamos que o Sínodo dos Bispos deve eliminar tal proibição, atualmente vigente, e facilitar o acesso à comunhão eucarística para as pessoas separadas ou divorciadas que voltaram a se casar, sem lhes impor qualquer exigência corretiva. Nós, pessoas crentes, somos sujeitos morais com capacidade para decidir livremente
em consciência nesse campo. Tal decisão deve ser respeitada.
5. É necessário reconhecer os importantes avanços levados a cabo pelo feminismo na igualdade entre homens e mulheres e na libertação destas. À luz desses avanços, deve ser revisada a estrutura patriarcal da doutrina
e da prática sobre o matrimônio cristão.
6. O Sínodo não pode se reduzir às questões relacionadas com o matrimônio cristão. Acreditamos que é prioritário
que ele faça uma análise da situação de pobreza e de exclusão social em que se encontram milhões de famílias,
que a denuncie profeticamente, que expresse a sua solidariedade com as famílias mais vulneráveis e contribua
para a eliminação das causas de tal situação a partir da opção ético-evangélica pelas pessoas pobres
e marginalizadas.
Assinam esta declaração:
Xavier Alegre. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
José Arregi. Teólogo. Espanha
Olga Lucía Álvarez. Associação Presbíteras Católicas Romanas. Colômbia
Juan Barreto. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Fernando Bermúdez. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Leonardo Boff. Ecoteólogo, membro do Comitê da Carta da Teerra e escritor. Brasil
Ancizar Cadavid Restrepo. Teólogo. Colômbia
José María Castillo. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
José Centeno. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Juan Antonio Estrada. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Máximo García. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Antonio Gil de Zúñiga. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Ivone Gebara. Teóloga e filósofa. Brasil
Hernández Fajardo Axel. Professor aposentado da Escola Ecumênica das Ciências das Religiões.
Universidad Nacional. Costa Rica
Rosa María Hernández. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Mary Hunt. Teóloga. Women's Alliance for Theology, Ethics and Ritual (WATER).
Gabriela Juárez Palacio. Teóloga. Sócia-fundadora das Teólogas e Investigadoras.
Rosa Leiva. Federação Latino-Americana de Presbíteros Casados. Equador
Juan Masiá. Teólogo. Japão
Federico Mayor Zaragoza. Presidente da Fundação Cultura de Paz e da Comissão Internacional
contra a Pena de Morte. Espanha
Cyprien Melibi. Teólogo. Camarões
Arnoldo Mora Rodríguez. Sócio-fundador do Departamento Ecumênico de Investigações (DEI).
Costa Rica
Mario Mullo. Federação Latino-Americana de Sacerdotes Casados. Equador
Carmiña Navia. Teóloga. Colômbia
Marisa Noriega. Teóloga. Sócia-fundadora da Associação Mexicana de Reflexão Teológica Feminista.
México
Gladys Parentelli. Auditora no Concílio Vaticano II. Venezuela
Federico Pastor. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Victorino Pérez Prieto. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Suyapa Pérez Scapini. Teóloga. El Salvador
Margarita Mª Pintos. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Javier Omar Ruiz Arroyave. Ativista. Masculinidades Libertadoras. Colômbia
José Sánchez Suárez. Teólogo. Comunidade Teológica do México
Santiago Sánchez Torrado. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Fernando Silva. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Aida Soto Bernal. Associação Presbíteras Católicas Romanas. Colômbia
Juan José Tamayo. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Elsa Tamez. Teóloga e biblista. México
Andrea Toca. Teóloga. Sócia-fundadora da Associação Mexicana de Reflexão Teológica Feminista.
México
Fernando Torres Millán. Teólogo. Coordenador do Kairós Educativo. Colômbia
Olga Vasquez. Teóloga. El Salvador
Evaristo Villar. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Juan Yzuel. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha

10 de outubro de 2015

Os paradigmas estão mudando !

Ainda não nos demos conta de algo extraordinário que está acontecendo.
Créditos para
Autor e Emprendedor |  Compartilhando minhas experiências de nova economia | gustavotanaka.com.br

https://medium.com/@gutanaka/h%C3%A1-algo-de-grandioso-acontecendo-db8120e49c9f


Há alguns meses, me descolei da sociedade, me libertei das amarras e medos que me prendiam ao sistema. E desde então, passei a ver o mundo sob uma diferente perspectiva. A perspectiva de que tudo está se transformando e a maioria de nós sequer se deu conta disso.
Por que o mundo está se transformando? Nesse post vou listar os motivos pelo qual acredito nisso.
1- Ninguém aguenta mais o modelo de emprego
Cada um está chegando no seu limite. Pessoas que trabalham em grandes corporações não aguentam mais seus empregos. A falta de propósito começa bater à porta de cada um como um grito de desespero do peito.
As pessoas querem sair. Querem largar tudo. Veja quantas pessoas tentando empreender, quantas pessoas tirando períodos sabáticos, quantas pessoas estão em depressão no trabalho, quantas pessoas em burnout.
2- O modelo do empreendedorismo também está mudando.
Há alguns anos, com a explosão das startups, milhares de empreendedores correram para suas garagens para criar suas ideias bilionárias. A glória dos empreendedores era conseguir um investidor. Grana do investidor na mão era praticamente a taça da copa do mundo.
Mas o que acontece quando você recebe um aporte de investidor?
Você volta a ser um funcionário. Você tem pessoas que não estão alinhadas com seu sonho, que não estão nem aí para seu propósito e tudo passa a girar em função do dinheiro. O retorno financeiro passa a ser o principal driver.
Muita gente está sofrendo com isso. Excelentes startups começaram a patinar porque o modelo de buscar dinheiro nunca tem fim.
É preciso uma nova forma de empreender. E tem muita gente boa já fazendo isso.
3- O surgimento da colaboração
Muita gente já se ligou que não faz sentido ir sozinho. Muita gente já acordou para essa loucura que é a mentalidade do “cada um por si”.
Pare e pense friamente. Não é um absurdo, nós que somos 7 bilhões de pessoas vivendo no mesmo planeta, nos separarmos tanto? Que sentido faz, você e as milhares (ou milhões) de pessoas que vivem na mesma cidade virarem as costas umas para as outras? Cada vez que começo e pensar nisso, fico até desanimado.
Mas felizmente as coisas estão mudando. Todos os movimentos de economia colaborativa estão apontando nessa direção. A direção da colaboração, do compartilhamento, da ajuda, de dar as mão, da união.
E isso é lindo de se ver. Até emociona.
4- Estamos começando finalmente a entender o que é a internet
A internet é uma coisa incrivelmente espetacular e somente agora, depois de tantos anos, estamos conseguindo entender o seu poder. Com a internet, o mundo se abre, as barreiras caem, as separação acaba, a união começa, a colaboração explode, a ajuda surge.
Alguns povos fizeram revoluções com a internet, como a Primavera Árabe. Aqui no Brasil estamos começando a usar melhor essa ferramenta magnífica.
A internet está derrubando o controle de massa. Não tem mais televisão, não tem mais uns poucos jornais dando as notícias que querem que a gente leia. Cada um vai atrás daquilo que quer. Cada um se une com quem quiser. Cada um explora o que quiser explorar.
Com a internet, o pequeno passa a ter voz. O anônimo passa a ser conhecido. O mundo se une. E o sistema pode quebrar
5- A queda do consumismo desenfreado
Por muitos anos fomos manipulados, estimulados a consumir como loucos. A comprar tudo que era lançado, a ter o carro mais novo, o primeiro iphone, as melhores marcas, muita roupa, muito sapato, muito muito, muito tudo.
Mas as pessoas já começaram a sacar que isso tudo não faz sentido. Movimentos como o lowsumerism, slow life, slow food, começam a aparecer pra mostrar que nos organizamos da forma mais absurda possível.
Cada vez menos gente usando carro, cada vez menos pessoas comprando muito, cada vez mais gente trocando roupas, doando, comprando usado, dividindo bens, compartilhando carros, apartamentos, escritórios.
A gente não precisa de nada disso que falaram que a gente precisava.
E essa consciência quebra qualquer empresa que vive do consumo desenfreado.
6- Alimentação saudável e orgânica
A gente era tão louco que aceitou comer qualquer lixo. Era só ter um sabor gostoso na língua que beleza.
A gente era tão desconectado, que os caras começaram a colocar veneno na nossa comida e a gente não falou nada.
Mas aí um pessoal começou a acordar e começaram a dar força pro movimento de alimentação saudável, de consumo de orgânicos.
E isso vai ganhar força.
Mas o que que isso tem a ver com economia e trabalho? Tem tudo a ver!
A produção de alimentos é a base da nossa sociedade. A indústria alimentícia é uma das principais do mundo. Se a consciência muda, se nossa alimentação muda, a forma de consumo muda, e as grandes corporações precisam acompanhar essas mudanças.
O pequeno produtor está voltando a ter força. As pessoas começando a plantar sua própria comida também.
E isso muda toda a economia.
7- Despertar da espiritualidade
Quantos amigos você tem hoje que fazem yoga? E meditação?
Quantas pessoas faziam isso 10 anos atrás?
A espiritualidade por muitos anos era coisa do pessoal do esoterismo. Era coisa de gente esquisita do misticismo.
Mas felizmente isso está mudando. Chegamos no limite da nossa racionalidade. Pudemos perceber que só com a mente racional não conseguimos entender tudo que se passa aqui. Tem mais coisa acontecendo e eu sei que você quer entender.
Você quer entender como essas coisas que acontecem aqui funcionam. Como a vida opera, o que rola depois da morte, o que é essa parada de energia que tanto falam, que que é física quântica, como é que os pensamentos podem se materializar e criar nossa realidade, o que são as coincidências e sincronicidades, por que quem medita é mais tranquilo, como é possível curar com as mãos, e essas terapias alternativas que a medicina não aprova, mas funcionam?
Empresas promovendo meditação aos funcionários. Escolas ensinando meditação para crianças.
8- Movimentos de desescolarização
Quem criou esse modelo de ensino? Quem escolheu as matérias que você precisa estudar? Quem escolheu os tema que são estudados nas aulas de história? Por que não nos ensinaram sobre outras civilizações antigas?
Por que uma criança deve aprender a obedecer regras? Por que ela deve assistir a tudo em silêncio? Por que ela deve vestir uniforme?
Prestar uma prova para provar que você aprendeu?
Criamos um modelo que forma seguidores do sistema. Que prepara pessoas para serem seres humanos ordinários e medianos.
Mas felizmente também, tem muita gente trabalhando para mudar isso. Movimentos de desescolarização, hackschooling, homeschooling.
Talvez você nunca tenha pensado nisso e esteja em choque com o que estou colocando aqui.
Mas tudo isso está acontecendo.
Silenciosamente, as pessoas estão acordando, se dando conta da loucura que é viver nessa sociedade.
Olhe para todos esses movimentos e tente pensar que tudo está normal.
Eu acho que não está.
Há algo de muito extraordinário acontecendo no mundo.
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 Créditos para
Autor e Emprendedor |  Compartilhando minhas experiências de nova economia | gustavotanaka.com.br

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