O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

26 de julho de 2014

A IMPORTÂNCIA DE SERMOS NÓS MESMOS!

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Certo dia, um discípulo, que era muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o discípulo sentiu-se repentinamente inferior.
Ele então disse ao Mestre?
- “Por que estou me sentindo inferior”?
Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes.
Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum.
Por que estou me sentindo assustado agora?"
O Mestre falou:
- "Espere. Quando todos tiverem partido, responderei".
Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o discípulo estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o discípulo perguntou novamente:
- "Agora você pode me responder por que me sinto inferior?"
O Mestre o levou para fora. Era uma noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte.
Ele disse:
- Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior:
Por que me sinto inferior diante de você?
Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.
O discípulo então argumentou:
- Isto se dá porque elas não podem se comparar.
E o Mestre replicou:
- Então não precisa me perguntar.
Você sabe a resposta.
Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem.
Você é o que é, e simplesmente existe.
Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.
Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas.
O canto de um pássaro é tão necessário quanto nós, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.
Simplesmente olhe à sua volta.
Tudo é necessário e tudo se encaixa.
É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou mais baixo, ninguém é superior ou inferior.
Cada um é incomparavelmente único.
Você é necessário e basta.
Na Natureza, tamanho não é diferença.
Tudo é expressão igual de vida!
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22 de julho de 2014

Por uma teologia que verdadeiramente liberte




As atitudes de Israel, nesta campanha para destruir a Palestina tem me ajudado a questionar muitas coisas. Que há um Deus apesar das religiões e que estas ao longo da história tem se colocado , quase sempre frontalmente em oposição às ideias que esse Deus sempre expressou eu tenho a cada dia menos dúvidas.
Algumas O apresentam como um Deus vingador, outras como um Deus amoroso, mas mesmo estas não abrem mão de um Deus ciumento e que se mostra com um porrete na mão pronto a castigar aqueles que não agirem de acordo com as regras..
Não consigo entender como Deus pode escolher um povo e abandonar os demais, como um Deus que é amor pode condenar alguém a sofrer eternamente, sem lhe dar outra chance. Lembro então de um lema de uma sociedade esotérica que diz que "Não há religião superior à verdade."
Descubro em mim alguns estragos produzidos por uma crença religiosa e que ainda luto por me libertar.
Penso então no paraíso e percebo que o grande porteiro, aquele que impede a nossa volta é empregado não de uma, mas de quase todas as religiões, já que por Deus, para aqueles que tem coragem suficiente de desafiar as falsas verdades o paraíso está completamente disponível para quem quiser voltar.
A senha para abrir a porta é uma só: AMAR sem reservas e crer que o amor de Deus é infinito.
De minha parte acho que a tarefa prioritária de uma teologia libertadora é a cada dia rever esses conceitos empoeirados que ainda aprisionam a humanidade, seja em que expressão religiosa for.