O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

30 de abril de 2012

Praça Saens Penña-orgulho dos Tijucanos - 101 anos

 S. Penña 2010

Hoje 30 de abril , a Praça Saens Penña, coração do Bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro  faz 101 anos.
Como eu tenho saudades da praça da minha infância, dos muitos cinemas, do Cinema Metro Tijuca e das matinês do Ton & Jerry, do cinema Olinda, que na adolescência eu vi filmes de Felini, Pasolini e Buñuel. Saudades do Café Palheta e do Cine América antes de virarem Farmácias ! E do Cinema Carioca, que o triste destino o transformou em Igreja Universal...

S. Penña década de 50/60

Eu acho que estou velho, mas digam de verdade se a praça  não era linda ?
Em termos de cultura, era o máximo:  9 (nove)  Cinemas: Carioca( hoje Igreja Universal), América  
(hoje drogaria Pacheco), Metro( hoje C&A), Art-Palácio(hoje Leader), Skye (que osteriormente virou Tijuca I e II - hoje Casa &Vídeo), Cine Rio (hoje Banco Itaú), Tijuca Palace( hoje curso Miguel Couto) , Bruni Tijuca (hoje labs D'or),  Britania, e Cinema III ( hoje uma igreja evangelica) e mais  2(dois) teatros...
Hoje na praça não temos cinemas, nem teatros...
A modernidade maltratou muito a minha Tijuca...

28 de abril de 2012


DEUS SEGUNDO SPINOZA   

“Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero  que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. 
Eu  quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o  que Eu fiz para ti. 

Pára de ir a esses
templos lúgubres,  obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a  minha casa.
Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos  rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu  amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu  nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou  que tua sexualidade 
fosse algo mau.
O sexo é um presente  que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase,  tua alegria. Assim, não me culpes por tudo 
o que te fizeram  crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas  que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer,  numa paisagem, 
no olhar de teus amigos, nos olhos de teu  filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!
Confia em mim  e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu  trabalho? 

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo,  nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.  Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a  perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações,  de prazeres, de sentimentos, 
de necessidades, de  incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se  respondes a algo que eu pus em ti? 
Como posso te castigar  por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia  criar um lugar para queimar
a todos meus filhos que não se  comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode  fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer  tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te  controlar, 
que só geram culpa em ti.

Respeita teu  próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que  te peço é que prestes atenção a tua vida, 
que teu estado de  alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um  degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio  para o paraíso. 
Esta vida é o único que há aqui e agora, e o  único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há  prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva  um placar. 
Ninguém leva um registro.
Tu és absolutamente  livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.
Não te  poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um  conselho. Vive como se não o houvesse. 
Como se esta fosse  tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir.  Assim, se não há nada,
terás aproveitado da oportunidade que  te dei.
E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar  se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste,
se te divertiste... Do que mais gostaste? O que  aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor,  adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero  que me sintas em ti. 
Quero que me sintas em ti quando beijas  tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando  acaricias
teu cachorro, quando tomas banho no  mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu  acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que  agradeçam. 
Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti,  de tua saúde, de tuas relações, do mundo. 
Te sentes olhado,  surpreendido?... Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me  louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como  papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu  estás aqui, 
que estás vivo, e que este mundo está cheio de  maravilhas. Para que precisas de mais milagres? 
Para que  tantas explicações?
Não me procures fora! Não me acharás.  Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em  ti.

Baruch Spinoza. 

As sábias palavras são de  Baruch Espinoza - nascido em 1632 em Amsterdã, falecido em Haia  em 21 de fevereiro de 1677, foi um dos grandes racionalistas do  século XVII dentro da chamada Filosofia Moderna, juntamente com  René Descartes e Gottfried Leibniz. Era de família judaica  portuguesa e é considerado o fundador do criticismo bíblico  moderno. Acredite, essas palavras foram ditas em pleno Século  XVII. 
Continuam verdadeiras e atuais até a data de hoje.  

10 de abril de 2012

O Sudário de Turim

O Artigo do Paulo é antigo, mas como a Veja está trazendo o tema á tona  pedi autorização ao Paulo e ele concedeu para que publicasse aqui os comentários dele.
Já conhecia o artigo dele publicado em 2001 e acho muito interessante a leitura.
J Ricardo









Texto  envado pelo Paulo Urban

Acordei hoje cedo com telefonas de dois amigos, um deles advogado, informando-me que a Revista Veja desta semana, ediçao 2263, de 4 de abril de 2012, traz matéria de capa sobre o Santo Sudário, parte dela plagiando texto meu, no que se refere às minhas ideias, ponto de vista e maneira de argumentar sobre o tema, conforme matéria que publicamos faz onze anos, na Revista Planeta, edição 343, de abril de 2001.
Bem... lá fui eu comprar a Revisita e acabo de ler a matéria. Mas observo: "Não, não creio que seja plágio de modo algum, embora, convenhamos, a cronologia sobre o manto publicada pela Veja em forma de box na matéria, ao longo das seis páginas a isso dedicadas, com datas e fatos especialmente escolhidos, esteja de fato 'ipsis literis' atrelada à cronologia que publiquei originalmente em nosso texto de 2001". Também os pontos nevrálgicos sobre o assunto que elegi para compor uma matéria convincente sobre o tema, elementos estes que cumprem provar a veracidade do Sudário, vejo aqui, foram praticamente os mesmos escolhidos pela jornalista que assina a publicação de Veja desta semana. Mas tampouco vejo plágio algum nisso, ademais, o importante mesmo é que o assunto seja devidamente divulgado. Afinal, a verdade sempre prevalece, ainda que seja preciso 2 mil anos para tanto.
Enfim, só tenho que dar meus reiterados parabéns à nossa colega jornalista que ousa trazer mais uma vez à tona, em data oportuna, este polêmico tema, e o faz de modo a confirmar, ratificar e atestar aquilo que alguns pesquisadores - e isso muito antes do inglês Thomas de Wesselow, autor do livro "O Sinal", Cia das Letras - motivo de sua matéria - já vêm dizendo desde quando o malfadado teste de datação pelo Carbono 14, realizado na década de 1990, fez espalhar pelo mundo enorme monta de boatarias e outros equívocos a respeito do Sagrado Manto.
Enfim, convido nossos leitores todos a que leiam, pois, ambas as matérias. A revista Veja, todos sabem, pode ser encontrada, por exemplo, na Banca de jornais aqui ao lado de minha casa; já nosso texto sobre o Santo Sudário, onze anos antes atestando ser legítima tal relíquia bíblica, pode ser lido em nosso site, o "Amigo da Alma", bastando para tanto clicar sobre o link que oferecemos abaixo:   
O SUDÁRIO DE TURIM

é sugestão de leitura de Paulo Urban
para esta sexta-feira da Paixão.
Embora publicado em abril/2001,
o artigo permanece plenamente atualizado,
posto que leva em conta as últimas
e mais contundentes revelações sobre o pano de linho,
feitas pelo cientista espanhol Leoncio Garza-Valdes,
cujos estudos atestam a completa legitimidade do Sudário.
Dr. Garza-Valdes é médico microbiologista,
prof. da Universidade do Texas, 
e autor da obra "O DNA de Deus",
editora Mandarim, 2000. 
O texto, ricamente ilustrado,
pode ser lido no site: www.amigodaalma.com.br
Para acessá-lo, basta clicar sobre o link:
2009/12/27/o-sudario-de-turim/
PAULO URBAN,
SONETISTA do AQUARISMO,
médico psiquiatra, Psicoterapeuta do Encantamento
P.S. 1) Visite também www.paulourban.com.br , leia e assine (deixando seu comentário) O Manifesto da Nova Consciência

8 de abril de 2012

Uma manhã radiante que anuncia a nova Vida.

J. Ricardo A. de Oliveira



Naquela manhã, diante do túmulo vazio, 
Maria de Magdala encontra-se com Jesus.
É a ela que ele pede que avise a Pedro e aos outros.


Foi ela que junto com Maria permaneceu até o fim aos pés da cruz.

Foi a ela que ele escolheu dar primeiro esta notícia:
Estou aqui, eu vencí!
Da mesma forma que os apóstolos acreditaram
no que parecia impossível,
é preciso manter sempre acesa a esperança,
manter firme o sonho
de que uma nova maneira de viver é possível:
mais fraterna, igualitária e amorosa.

Que a nossa páscoa seja a certeza
de que caminhamos todos para a luz,
para a igualdade,
para o renascimento da Paz,
da justiça e da alegria para todos, sem exceções.

Jesus Ressuscitou!
Jesus chegou ao fim de sua jornada,
abriu-nos a possibilidade de também ressuscitarmos.
Deus nos enviou seu filho para que nos tornássemos
Filhos seus, irmãos de Jesus.
Cada um de nós, ao final de sua jornada
encontrará a porta aberta,
e de cada lado desta porta
Jesus de um lado e Maria do outro
para nos receber e nos dar as boas vindas
ao mundo dos justos.



O AMOR venceu!

É tempo de ressuscitar os sorrisos,
o amor, a certeza de novos e melhores dias
Ressuscitar a Alegria e a esperança.
Ressuscitar a vontade de lutar
por um mundo que tenha a face do mestre.
Um mundo que seja o pré-anuncio do Reino do Pai.



Feliz Páscoa !

.

7 de abril de 2012

Páscoa - Passagem

Jean-Yves Leloup 

Sede passantes
Este tema da passagem é o tema da Páscoa. 
Pessah em hebraico, quer dizer passagem. 
A passagem, no rio, de uma margem à outra margem, a passagem de um pensamento a outro pensamento, a passagem de um estado de consciência a outro estado de consciência. 
A passagem de um modo de vida a um outro modo de vida.
Somos passageiros.
A vida é uma ponte e, como diziam os antigos, não se constrói sua casa sobre uma ponte. 
Temos que manter, ao mesmo tempo, as duas margens do rio, a matéria e o espírito, o céu e a terra, o masculino e o feminino e fazer a ponte entre estas nossas diferentes partes, sabendo que estamos de passagem.
É importante lembrar-se do carácter passageiro de nossa existência, da impermanência de todas as coisas, pois o sofrimento geralmente é de querermos fazer durar o que não foi feito para durar.
A grande páscoa é a passagem desta vida mortal para a vida eterna, é a abertura do coração humano ao coração divino.
É a passagem da escravidão para a liberdade, passagem que é simbolizada pela migração dos hebreus, do Egito para a terra Prometida.Mas não é preciso temer o Mar Vermelho.
O mar de nossas memórias, de nossos medos, de nossas reações.
Temos que atravessar todas estas ondas, todas estas tempestades, para tocar a terra da liberdade, o espaço da liberdade que existe dentro de nós.
Sede passantes. 
Creio que esta palavra é verdadeiramente um convite para continuarmos nosso caminho a partir do lugar onde algumas vezes paramos.
Observemos o que pára a vida em nós, o que impede o amor e o perdão, onde se localiza o medo dentro de nós. 
É por lá que é preciso passar, é lá o nosso Mar Vermelho.
Mas, ao mesmo tempo, não esqueçamos a luz, não esqueçamos a liberdade, a terra que nos foi prometida


4 de abril de 2012

O papel do artista/comunicador nesse mundo "sem sentido" em que vivemos

O papel do artista/comunicador nesse mundo "sem sentido" em que vivemos

Daniel Pinchbeck, o autor de "2012, o ano da Profecia maia", acabou de escrever um artigo para a revista "Under the Influence" -Postado pela amiiga/artista Ana Gibson-Segue um trecho:

Os artistas e criadores de mídia têm uma grande responsabilidade nesses tempos. Infelizmente, a maior parte da nossa cultura funciona atualmente como um adjunto da mega-máquina corporativa e do complexo industrial militar. Mesmo a arte e a literatura muito sofisticadas frequentemente têm o efeito de distrair as pessoas e distanciá-las de qualquer idéia de compromisso com o planeta ou do desejo de servir ao processo de transformação que precisa ocorrer na nossa civilização e na nossa espécie para que tenham um futuro. Há um niilismo** subjacente a grande parte da nossa cultura que provem da ideologia recebida– o sistema de crenças não comprovadas– do materialismo secular: a crença de que apenas a matéria tem importância, de que nenhuma forma de continuidade da alma ou do espírito pode existir além da morte. 
Infelizmente, os mundos glamurosos da arte e da moda – a cultura global do bacana – tendem a corroborar um estilo de vida baseado no consumo, vaidade e egocentrismo excessivos. Isso é necessário para que se continue vendendo produtos, acessórios e marcas de luxo sobretaxados – mas de nada ajuda uma ecologia planetária na qual os recursos estão sendo rapidamente esgotados, na qual bilhões de pessoas são ameaçadas de falta de água doce e das necessidades básicas da vida, na qual as armas de destruição em massa são criadas em laboratórios secretos do governo. 
Os biólogos celulares observaram que a verdadeira função da comunicação não é transmitir informação e sim coordenar o comportamento. O comportamento das células é coordenado através de informações transmitidas na forma de sinais químicos recebidos através da membrana celular. Os meios de comunicação têm o efeito de coordenar o comportamento de multidões ao mostrar-lhes o que fazer – consumir, fantasiar acerca dos famosos, fofocar etc. – e o que não fazer: tornar-se agentes catalisadores de uma ecologia planetária, resistir à tirania, criar comunidades saudáveis, dar a sua energia para que a humanidade cresça como um todo e assim por diante. 
O filósofo político Antonio Negri ressalta que a forma de produção mais importante ou “hegemônica” da nossa época não é mais os bens materiais, como no século XIX, mas a “produção imaterial” de imagens, narrativas, tecnologias sociais, modos como grupos e comunidades se formam e assim por diante. Em uma época na qual a produção imaterial é central, a principal coisa produzida e reproduzida é a própria subjetividade. De certo modo, a mídia é uma fábrica que produz consciência em escala global. 
Os artistas e os criadores de mídia têm o papel crucial de construir a narrativa ou a mitologia que subjaz à civilização e empurra as pessoas à ação. Nossa cultura exige uma rápida inversão de polaridades da sua ideologia governante, através de todas as formas de expressão criativa e contação de histórias. O que os artistas e os criadores de mídia precisam desenvolver, sobretudo, é a coragem moral de reconhecer todas as dimensões da emergência planetária, sem se afastarem dela. Ao realizarem sua iniciação pessoal rumo a novos níveis de consciência e compaixão, o seu trabalho refletirá isso automaticamente.
**niilismo= conceito filosófico que aponta, acentua a desvalorização do sentido das coisas. É a morte do sentido. Para que; por que; se não há luz no fim do túnel; não há ancoradouro. É uma abissal ausência de fundamento nas coisas, no mundo, no existir...É um estado de viver/existir "dando de ombros", às vezes nem isso....