O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

27 de outubro de 2015

D. Helder e o preto velho




O teólogo Marcelo Barros recorda que, uma vez, acompanhou o arcebispo a uma favela.
Passando pelas vielas, D. Hélder cumprimentava as pessoas e entrava em cada barraco.
Chegou atrasado ao centro comunitário, onde as pessoas o esperavam para uma reunião. Numa das casas, um senhor da Umbanda deu-lhe de presente uma imagem de um Preto Velho (um dos espíritos da religião africana).
D. Hélder chegou à reunião, trazendo nos braços o Preto Velho.


A quem se espantou com o atraso, explicou: 
“Estava me encontrando com um irmão, do qual séculos me distanciaram”.

Quando lhe perguntaram se o contato do arcebispo com líderes de outras religiões negras não favorecia o sincretismo e a confusão, D. Hélder respondeu: 
“O sincretismo existe desde que os nossos antepassados obrigaram os negros a se batizarem. Durante séculos, eles foram obrigados a viver a sua fé de modo escondido. O que eu faço é reconhecer o seu direito a exercerem a sua religião. Sei que muitos, desde crianças, são, ao mesmo tempo, católicos e de um culto afro. Conhecendo-os, vejo que são pessoas de tanta fé e tão dedicadas aos outros que só posso pensar que essa integração faz bem”.

Com os agradecimentos ao amigo Jorge Alexandre que publicou esta passagem no Facebook

O trauma infantil que transformou o Papa


A reveladora carta na qual o Papa conta sobre uma dificuldade que marcou dolorosamente sua infância e que lhe ensinou uma grande lição


O sacerdote e destacado mariólogo brasileiro Alexandre Awi, em uma entrevista dada no Chile em abril de 2015, compartilhou uma inédita e emotiva vivência do Papa Francisco, que nos mostra sua “humanidade” e a riqueza espiritual que, desde a infância, forjou a alma daquele que é hoje o Vigário de Cristo na terra.

O Pe. Alexandre conta que, logo após a JMJ 2013 (na qual trabalhou como tradutor e secretário do Papa Francisco), escreveu para uma revista salesiana do Brasil um artigo sobre a “cultura do encontro”, comentando a riqueza pastoral, espiritual e outras que, a seu ver, o Papa oferece ao mundo com esta proposta.

Já no Documento de Aparecida (e muito antes dele), o atual Vigário de Cristo se referia a esta questão, que foi um eixo temático nas catequeses do seu pontificado. Mas o que o Pe. Alexandre desconhecia era que o anseio por uma “cultura do encontro” estava profundamente arraigado nas experiências vividas na infância por Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco.

Foi o próprio Pontífice quem revelou isso ao Pe. Alexandre, em uma carta na qual lhe agradece pelo seu artigo:
 “Obrigado pelo artigo sobre a cultura do encontro. Acho que preciso lhe contar algo sobre esta expressão. Quando refizeram a fachada da catedral de Buenos Aires, optaram por copiar o modelo da Madeleine de Paris e, como era a época da reorganização nacional e se buscava a unidade da nação, optaram por esculpir no frontispício a cena do encontro de José com seus irmãos. Essa imagem me tocou profundamente – acho que, em parte, devido à minha história familiar e, em grande parte, pela graça de Deus.

Em minha família, houve uma longa história de desencontros. Tios, primos brigados e separados. Quando se comentava algum caso desses ou se pré-anunciava alguma briga, eu, criança, chorava muito, escondido, e às vezes oferecia algum sacrifício ou alguma penitência, para que essas coisas não acontecessem. Isso me machucava muito. Graças a Deus, na minha casa, meus pais e os 5 irmãos vivíamos em paz.

Acho que esta história da minha infância me marcou muito e foi criando no meu coração a vontade de que as pessoas não brigassem, de que continuassem unidas. E, se brigassem, que depois se reconciliassem.

Releio o que escrevi e me dá um pouco de vergonha, mas acho que nesta história já uma espécie de semente do que, com o passar dos anos e de maneira conceitual, chamei de ‘cultura do encontro’. 
É um anseio que carrego desde criança.”


Fonte :
http://pt.aleteia.org/2015/06/22/


Com meus agradecimentos à amigaNara Rubia Ribeiro que compartilhou a matéria do site Aleteia

25 de outubro de 2015

Sínodo. Mensagem do Papa: defender o homem e não ideias


Após os vários agradecimentos a todos os que contribuíram para um percurso sinodal de intenso ritmo de trabalho o Papa Francisco disse ter-se interrogado sobre o que “há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?”



Muitas as respostas encontradas pelo Santo Padre para completar o significado do Sínodo: a importância do matrimonio, escutar as vozes das famílias e dos pastores, olhar e ler a realidade, testemunhar o Evangelho como fonte viva de novidade eterna, afirmar a Igreja como sendo dos pobres e dos pecadores e abrir horizontes para difundir a liberdade dos Filhos de Deus.
Em particular, o Papa Francisco considerou que a experiência do Sínodo fez compreender melhor que defender a doutrina é defender o seu espírito e o homem em vez de ideias:
“A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão.”
Francisco recordou Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI e no final do seu intenso discurso afirmou que “para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!”
Publicamos aqui  o texto integral do Santo Padre:
Amadas Beatitudes, Eminências, Excelências, Queridos irmãos e irmãs!
Quero, antes de mais, agradecer ao Senhor por ter guiado o nosso caminho sinodal nestes anos através do Espírito Santo, que nunca deixa faltar à Igreja o seu apoio.
Agradeço de todo o coração ao Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário-Geral do Sínodo, a D. Fabio Fabene, Subsecretário e, juntamente com eles, agradeço ao Relator, o Cardeal Peter Erdö, e ao Secretário Especial, D. Bruno Forte, aos presidentes delegados, aos secretários, consultores, tradutores e todos aqueles que trabalharam de forma incansável e com total dedicação à Igreja: um cordial obrigado!
Agradeço a todos vós, amados padres sinodais, delegados fraternos, auditores, auditoras e conselheiros, párocos e famílias pela vossa activa e frutuosa participação.
Agradeço ainda a todas as pessoas que se empenharam, de forma anónima e em silêncio, prestando a sua generosa contribuição para os trabalhos deste Sínodo.
Estai certos de que a todos recordo na minha oração ao Senhor para que vos recompense com a abundância dos seus dons e graças!
Enquanto acompanhava os trabalhos do Sínodo, pus-me esta pergunta: Que há-de significar, para a Igreja, encerrar este Sínodo dedicado à família?
Certamente não significa que esgotamos todos os temas inerentes à família, mas que procuramos iluminá-los com a luz do Evangelho, da tradição e da história bimilenária da Igreja, infundindo neles a alegria da esperança, sem cair na fácil repetição do que é indiscutível ou já se disse.
Seguramente não significa que encontramos soluções exaustivas para todas as dificuldades e dúvidas que desafiam e ameaçam a família, mas que colocamos tais dificuldades e dúvidas sob a luz da Fé, examinamo-las cuidadosamente, abordamo-las sem medo e sem esconder a cabeça na areia.
Significa que solicitamos todos a compreender a importância da instituição da família e do Matrimonio entre homem e mulher, fundado sobre a unidade e a indissolubilidade e a apreciá-la como base fundamental da sociedade e da vida humana.
Significa que escutamos e fizemos escutar as vozes das famílias e dos pastores da Igreja que vieram a Roma carregando sobre os ombros os fardos e as esperanças, as riquezas e os desafios das famílias do mundo inteiro.
Significa que demos provas da vitalidade da Igreja Católica, que não tem medo de abalar as consciências anestesiadas ou sujar as mãos discutindo, animada e francamente, sobre a família.
Significa que procuramos olhar e ler a realidade, melhor dito as realidades, de hoje com os olhos de Deus, para acender e iluminar, com a chama da fé, os corações dos homens, num período histórico de desânimo e de crise social, economica, moral e de prevalecente negatividade.
Significa que testemunhamos a todos que o Evangelho continua a ser, para a Igreja, a fonte viva de novidade eterna, contra aqueles que querem «endoutriná-lo» como pedras mortas para as jogar contra os outros.
Significa também que espoliamos os corações fechados que, frequentemente, se escondem mesmo por detrás dos ensinamentos da Igreja ou das boas intenções para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas.
Significa que afirmamos que a Igreja é Igreja dos pobres em espírito e dos pecadores à procura do perdão e não apenas dos justos e dos santos, ou melhor dos justos e dos santos quando se sentem pobres e pecadores.
Significa que procuramos abrir os horizontes para superar toda a hermenêutica conspiradora ou perspectiva fechada, para defender e difundir a liberdade dos filhos de Deus, para transmitir a beleza da Novidade cristã, por vezes coberta pela ferrugem duma linguagem arcaica ou simplesmente incompreensível.
No caminho deste Sínodo, as diferentes opiniões que se expressaram livremente – e às vezes, infelizmente, com métodos não inteiramente benévolos – enriqueceram e animaram certamente o diálogo, proporcionando a imagem viva duma Igreja que não usa «impressos prontos», mas que, da fonte inexaurível da sua fé, tira água viva para saciar os corações ressequidos.1
E vimos também – sem entrar nas questões dogmáticas, bem definidas pelo Magistério da Igreja – que aquilo que parece normal para um bispo de um continente, pode resultar estranho, quase um escândalo, para o bispo doutro continente; aquilo que se considera violação de um direito numa sociedade, pode ser preceito óbvio e intocável noutra; aquilo que para alguns é liberdade de consciência, para outros pode ser só confusão. Na realidade, as culturas são muito diferentes entre si e cada princípio geral, se quiser ser observado e aplicado, precisa de ser inculturado.2 O Sínodo de 1985, que comemorava o vigésimo aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II, falou da inculturação como da «íntima transformação dos autênticos valores culturais mediante a integração no cristianismo e a encarnação do cristianismo nas várias culturas humanas».3 A inculturação não debilita os valores verdadeiros, mas demonstra a sua verdadeira força e a sua autenticidade, já que eles adaptam-se sem se alterar, antes transformam pacífica e gradualmente as várias culturas.
Vimos, inclusive através da riqueza da nossa diversidade, que o desafio que temos pela frente é sempre o mesmo: anunciar o Evangelho ao homem de hoje, defendendo a família de todos os ataques ideológicos e individualistas.
E, sem nunca cair no perigo do relativismo ou de demonizar os outros, procurámos abraçar plena e corajosamente a bondade e a misericórdia de Deus, que ultrapassa os nossos cálculos humanos e nada mais quer senão que «todos os homens sejam salvos» (1 Tim 2, 4), para integrar e viver este Sínodo no contexto do Ano Extraordinário da Misericórdia que a Igreja está chamada a viver.
Amados irmãos!
A experiência do Sínodo fez-nos compreender melhor também que os verdadeiros defensores da doutrina não são os que defendem a letra, mas o espírito; não as ideias, mas o homem; não as fórmulas, mas a gratuidade do amor de Deus e do seu perdão. Isto não significa de forma alguma diminuir a importância das fórmulas, das leis e dos mandamentos divinos, mas exaltar a grandeza do verdadeiro Deus, que não nos trata segundo os nossos méritos nem segundo as nossas obras, mas unicamente segundo a generosidade sem limites da sua Misericórdia (cf. Rm 3, 21-30; Sal 129/130; Lc 11, 37-54). Significa vencer as tentações constantes do irmão mais velho (cf. Lc 15, 25-32) e dos trabalhadores invejosos (cf. Mt 20, 1-16). Antes, significa valorizar ainda mais as leis e os mandamentos, criados para o homem e não vice-versa (cf. Mc 2, 27).
Neste sentido, o necessário arrependimento, as obras e os esforços humanos ganham um sentido mais profundo, não como preço da Salvação – que não se pode adquirir – realizada por Cristo gratuitamente na Cruz, mas como resposta Àquele que nos amou primeiro e salvou com o preço do seu sangue inocente, quando ainda éramos pecadores (cf. Rm 5, 6).
O primeiro dever da Igreja não é aplicar condenações ou anátemas, mas proclamar a misericórdia de Deus, chamar à conversão e conduzir todos os homens à salvação do Senhor (cf. Jo 12, 44-50).
Do Beato Paulo VI temos estas palavras estupendas: «Por conseguinte podemos pensar que cada um dos nossos pecados ou fugas de Deus acende n’Ele uma chama de amor mais intenso, um desejo de nos reaver e inserir de novo no seu plano de salvação (...). Deus, em Cristo, revela-Se infinitamente bom (...). Deus é bom. E não apenas em Si mesmo; Deus – dizemo-lo chorando – é bom para nós. Ele nos ama, procura, pensa, conhece, inspira e espera… Ele – se tal se pode dizer – será feliz no dia em que regressarmos e Lhe dissermos: Senhor, na vossa bondade, perdoai-me. Vemos, assim, o nosso arrependimento tornar-se a alegria de Deus».5
Por sua vez São João Paulo II afirmava que «a Igreja vive uma vida autêntica, quando professa e proclama a misericórdia, (...) e quando aproxima os homens das fontes da misericórdia do Salvador das quais ela é depositária e dispensadora».6
Também o Papa Bento XVI disse: «Na realidade, a misericórdia é o núcleo da mensagem evangélica, é o próprio nome de Deus (...). Tudo o que a Igreja diz e realiza, manifesta a misericórdia que Deus sente pelo homem, portanto, por nós. Quando a Igreja deve reafirmar uma verdade menosprezada, ou um bem traído, fá-lo sempre estimulada pelo amor misericordioso, para que os homens tenham vida e a tenham em abundância (cf. Jo 10, 10)».7
Sob esta luz e graça, neste tempo de graça que a Igreja viveu dialogando e discutindo sobre a família, sentimo-nos enriquecidos mutuamente; e muitos de nós experimentaram a acção do Espírito Santo, que é o verdadeiro protagonista e artífice do Sínodo. Para todos nós, a palavra «família» já não soa como antes, a ponto de encontrarmos nela o resumo da sua vocação e o significado de todo o caminho sinodal.8
Na verdade, para a Igreja, encerrar o Sínodo significa voltar realmente a «caminhar juntos» para levar a toda a parte do mundo, a cada diocese, a cada comunidade e a cada situação a luz do Evangelho, o abraço da Igreja e o apoio da misericórdia Deus!
Obrigado! 
Obrigado!
_____________________________
1 Cf. PAPA FRANCISCO, Carta ao Magno Chanceler da "Pontificia Universidad Católica Argentina", no centenário da Faculdade de Teologia, 3 de Março de 2015.
2 Cf. PONTIFÍCIA COMISSÃO BÍBLICA, Fé e cultura à luz da Bíblia. Actas da Sessão Plenária de 1979 da Pontifícia Comissão Bíblica, LDC, Leumann 1981; CONC. ECUM. VAT. II, Gaudium et spes, 44.
3 Relação final (7 de Dezembro de 1985), II/D.4: L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 22/XII/1985), 652.
4 «Em virtude da sua missão pastoral, a Igreja deve manter-se sempre atenta às mudanças históricas e à evolução das mentalidades. Certamente não para se submeter a elas, mas para superar os obstáculos que possam opor-se à recepção das suas recomendações e das suas directrizes» (Entrevista ao Cardeal Georges Cottier, La Civiltà Cattolica, 3963-3964, 8 de Agosto de 2015, p. 272).
5 Homilia, 23 de Junho de 1968: Insegnamenti 6, 1968, 1177-1178.
6 Carta. enc. Dives in misericordia, 30 de Novembro de 1980, 13. Disse também: «No mistério pascal, (…) Deus mostra-Se-nos por aquilo que é: um Pai de coração terno, que não se rende diante da ingratidão dos seus filhos, e está
sempre disposto ao perdão» (JOÃO PAULO II, Alocução do «Regina Caeli», 23 de Abril de 1995: Insegnamenti 18/1, 1995, 1035). E descrevia a resistência à misericórdia com estas palavras: «A mentalidade contemporânea, talvez mais do que a do homem do passado, parece opor-se ao Deus de misericórdia e, além disso, tende a separar da vida e a tirar do coração humano a própria ideia da misericórdia. A palavra e o conceito de misericórdia parecem causar mal-estar ao homem» (Carta enc. Dives in misericordia, 2).
7 Alocução do «Regina Caeli», 30 de Março de 2008: Insegnamenti 4/1, 2008, 489-490. E, referindo-se ao poder da misericórdia, afirma: «É a misericórdia que põe um limite ao mal. Nela expressa-se a natureza muito peculiar de Deus - a sua santidade, o poder da verdade e do amor» (Homilia no Domingo da Divina Misericórdia, 15 de Abril de 2017: Insegnamenti 3/1, 2007, 667).
8 Uma análise, em acróstico, da palavra «família» ajuda-nos a resumir a missão da Igreja na sua tarefa de: Formar as novas gerações para viverem seriamente o amor, não como pretensão individualista baseada apenas no prazer e no «usa e joga fora», mas para acreditarem novamente no amor autêntico, fecundo e perpétuo, como o único caminho para sair de si mesmo, para se abrir ao outro, para sair da solidão, para viver a vontade de Deus, para se realizar plenamente, para compreender que o matrimónio é o «espaço onde se manifesta o amor divino, para defender a sacralidade da vida, de toda a vida, para defender a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal como sinal da graça de Deus e da capacidade que o homem tem de amar seriamente» (Homilia na Missa de Abertura do Sínodo, 4 de Outubro de 2015) e para valorizar os cursos pré-matrimoniais como oportunidade de aprofundar o sentido cristão do sacramento do Matrimónio; Aviar-se ao encontro dos outros, porque uma Igreja fechada em si mesma é uma Igreja morta; uma Igreja que não sai do seu aprisco para procurar, acolher e conduzir todos a Cristo é uma Igreja que atraiçoa a sua missão e vocação; Manifestar e estender a misericórdia de Deus às famílias necessitadas, às pessoas abandonadas, aos idosos negligenciados, aos filhos feridos pela separação dos pais, às famílias pobres que lutam para sobreviver, aos pecadores que batem às nossas portas e àqueles que se mantêm longe, aos deficientes e a todos aqueles que se sentem feridos na alma e no corpo e aos casais dilacerados pela dor, a doença, a morte ou a perseguição; Iluminar as consciências, frequentemente rodeadas por dinâmicas nocivas e subtis que procuram até pôr-se no lugar de Deus criador: tais dinâmicas devem ser desmascaradas e combatidas no pleno respeito pela dignidade de cada pessoa; ganhar e reconstruir com humildade a confiança na Igreja, seriamente diminuída por causa da conduta e dos pecados dos seus próprios filhos; infelizmente, o contratestemunho e os escândalos cometidos dentro da Igreja por alguns clérigos afectaram a sua credibilidade e obscureceram o fulgor da sua mensagem salvífica; Labutar intensamente por apoiar e incentivar as famílias sãs, as famílias fiéis, as famílias numerosas que continuam, não obstante as suas fadigas diárias, a dar um grande testemunho de fidelidade aos ensinamentos da Igreja e aos mandamentos do Senhor; Idear uma pastoral familiar renovada, que esteja baseada no Evangelho e respeite as diferenças culturais; uma pastoral capaz de transmitir a Boa Nova com linguagem atraente e jubilosa e tirar do coração dos jovens o medo de assumir compromissos definitivos; uma pastoral que preste uma atenção particular aos filhos que são as verdadeiras vítimas das lacerações familiares; uma pastoral inovadora que implemente uma preparação adequada para o sacramento do Matrimónio e ponha termo a costumes vigentes que muitas vezes se preocupam mais com a aparência duma formalidade do que com a educação para um compromisso que dure a vida inteira; Amar incondicionalmente todas as famílias e, de modo particular, aquelas que atravessam um período de dificuldade: nenhuma família deve sentir-se sozinha ou excluída do amor e do abraço da Igreja; o verdadeiro escândalo é o medo de amar e de manifestar concretamente este amor.
[01826-PO.01] [Texto original: Italiano]

[B0817-XX.01]

13 de outubro de 2015

" Uma declaração internacional de teólogas/os"


"O Sínodo não pode se reduzir às questões relacionadas com o matrimônio cristão. Acreditamos que é prioritário que ele contribua para a eliminação das causas de exclusão e pobreza de milhões de famílias a partir da opção ético-evangélica pelas pessoas pobres e marginalizadas."
Publicamos aqui a "Declaração Internacional de Teólogas e Teólogos sobre o Sínodo", assinada por inúmeros estudiosos de vários países, vinculados à Associação de Teólogas e Teólogos João XXIII. A declaração foi publicada no sítio Religión Digital, 12-10-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Não pertence à Fé da Igreja o fato de manter intacto um determinado modelo de família, próprio de um tempo e de uma cultura. Segundo os Evangelhos, Jesus de Nazaré foi profundamente crítico com o modelo de família do seu tempo e da sua cultura. Por isso, a Associação de Teólogas e Teólogos João XXIII considera necessário apresentar ao Sínodo dos Bispos que está sendo realizado em Roma as seguintes propostas:
1. Acreditamos que é preciso respeitar as diferentes identidades, opções e orientações sexuais como expressão da pluralidade de formas de viver a sexualidade entre os seres humanos. Consequentemente, devem ser reconhecidas naIgreja Católica a homossexualidade e os casamentos homossexuais em igualdade de condições que a heterossexualidade e os casamentos heterossexuais. Não se devem excluir as pessoas cristãs homossexuais de nenhuma tarefa, atividade e responsabilidade eclesial, nem da participação nos sacramentos.
Não parece se compaginar o respeito às pessoas não heterossexuais com a sua exclusão de determinadas funções eclesiais, como, por exemplo, o exercício como padrinho em um batizado ou o ministério sacerdotal e teológico. Ambas exclusões que foram produzidas recentemente na diocese de Cádiz com um transexual e na Congregação para a Doutrina da Fé com um sacerdote homossexual, e que demonstram uma clara discriminação em razão da orientação sexual e desmentem a ideia tão repetida nos documentos do magistério eclesiástico de acolhida às pessoas não heterossexuais.
2. Acreditamos que deve ser revista a condenação indiscriminada da interrupção voluntária da gravidez por parte do magistério eclesiástico. Consideramos necessária a revogação do cânone 1.398 do Código de Direito Canônico, que decreta a excomunhão para quem produz o aborto, se este for produzido, e que é contrária à absolvição do pecado do aborto decretada pelo Papa Francisco por ocasião do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Também deve ser respeitado o direito das mulheres de decidir em consciência sobre essa matéria.
3. Não existem razões bíblicas, teológicas, históricas, pastorais e menos ainda dogmáticas para excluir os homens casados ou mulheres de quaisquer ministérios eclesiais, ordenados ou não ordenados. A igualdade dos cristãos e das cristãs pelo batismo deve se traduzir em condições iguais para homens e mulheres no acesso ao âmbito do sagrado, na elaboração da doutrina teológica e moral, assim como na participação nas responsabilidades eclesiais e nos órgãos diretivos, sem discriminação alguma por razões de gênero, etnia ou classe social. Por isso, pedimos que se eliminem os obstáculos ideológicos, culturais e disciplinares de caráter sexista e se leve a cabo a plena incorporação das mulheres nos âmbitos indicados, incluindo o acesso ao sacerdócio e ao episcopado.
4. Em relação ao divórcio, não existe dogma de fé que o impeça, nem que proíba o acesso das pessoas separadas ou divorciadas que voltaram a se casar à Eucaristia. A atual disciplina excludente nessa matéria, talvez compreensível no passado, hoje não tem justificação e, longe de aproximar as pessoas nessa circunstância à comunidade cristã, as marginaliza, afasta e estigmatiza. Além disso, carece de fundamento evangélico.
Por isso, acreditamos que o Sínodo dos Bispos deve eliminar tal proibição, atualmente vigente, e facilitar o acesso à comunhão eucarística para as pessoas separadas ou divorciadas que voltaram a se casar, sem lhes impor qualquer exigência corretiva. Nós, pessoas crentes, somos sujeitos morais com capacidade para decidir livremente
em consciência nesse campo. Tal decisão deve ser respeitada.
5. É necessário reconhecer os importantes avanços levados a cabo pelo feminismo na igualdade entre homens e mulheres e na libertação destas. À luz desses avanços, deve ser revisada a estrutura patriarcal da doutrina
e da prática sobre o matrimônio cristão.
6. O Sínodo não pode se reduzir às questões relacionadas com o matrimônio cristão. Acreditamos que é prioritário
que ele faça uma análise da situação de pobreza e de exclusão social em que se encontram milhões de famílias,
que a denuncie profeticamente, que expresse a sua solidariedade com as famílias mais vulneráveis e contribua
para a eliminação das causas de tal situação a partir da opção ético-evangélica pelas pessoas pobres
e marginalizadas.
Assinam esta declaração:
Xavier Alegre. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
José Arregi. Teólogo. Espanha
Olga Lucía Álvarez. Associação Presbíteras Católicas Romanas. Colômbia
Juan Barreto. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Fernando Bermúdez. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Leonardo Boff. Ecoteólogo, membro do Comitê da Carta da Teerra e escritor. Brasil
Ancizar Cadavid Restrepo. Teólogo. Colômbia
José María Castillo. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
José Centeno. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Juan Antonio Estrada. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Máximo García. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Antonio Gil de Zúñiga. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Ivone Gebara. Teóloga e filósofa. Brasil
Hernández Fajardo Axel. Professor aposentado da Escola Ecumênica das Ciências das Religiões.
Universidad Nacional. Costa Rica
Rosa María Hernández. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Mary Hunt. Teóloga. Women's Alliance for Theology, Ethics and Ritual (WATER).
Gabriela Juárez Palacio. Teóloga. Sócia-fundadora das Teólogas e Investigadoras.
Rosa Leiva. Federação Latino-Americana de Presbíteros Casados. Equador
Juan Masiá. Teólogo. Japão
Federico Mayor Zaragoza. Presidente da Fundação Cultura de Paz e da Comissão Internacional
contra a Pena de Morte. Espanha
Cyprien Melibi. Teólogo. Camarões
Arnoldo Mora Rodríguez. Sócio-fundador do Departamento Ecumênico de Investigações (DEI).
Costa Rica
Mario Mullo. Federação Latino-Americana de Sacerdotes Casados. Equador
Carmiña Navia. Teóloga. Colômbia
Marisa Noriega. Teóloga. Sócia-fundadora da Associação Mexicana de Reflexão Teológica Feminista.
México
Gladys Parentelli. Auditora no Concílio Vaticano II. Venezuela
Federico Pastor. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Victorino Pérez Prieto. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Suyapa Pérez Scapini. Teóloga. El Salvador
Margarita Mª Pintos. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Javier Omar Ruiz Arroyave. Ativista. Masculinidades Libertadoras. Colômbia
José Sánchez Suárez. Teólogo. Comunidade Teológica do México
Santiago Sánchez Torrado. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Fernando Silva. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Aida Soto Bernal. Associação Presbíteras Católicas Romanas. Colômbia
Juan José Tamayo. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Elsa Tamez. Teóloga e biblista. México
Andrea Toca. Teóloga. Sócia-fundadora da Associação Mexicana de Reflexão Teológica Feminista.
México
Fernando Torres Millán. Teólogo. Coordenador do Kairós Educativo. Colômbia
Olga Vasquez. Teóloga. El Salvador
Evaristo Villar. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha
Juan Yzuel. Associação de Teólogos e Teólogas João XXIII. Espanha

10 de outubro de 2015

Os paradigmas estão mudando !

Ainda não nos demos conta de algo extraordinário que está acontecendo.
Créditos para
Autor e Emprendedor |  Compartilhando minhas experiências de nova economia | gustavotanaka.com.br

https://medium.com/@gutanaka/h%C3%A1-algo-de-grandioso-acontecendo-db8120e49c9f


Há alguns meses, me descolei da sociedade, me libertei das amarras e medos que me prendiam ao sistema. E desde então, passei a ver o mundo sob uma diferente perspectiva. A perspectiva de que tudo está se transformando e a maioria de nós sequer se deu conta disso.
Por que o mundo está se transformando? Nesse post vou listar os motivos pelo qual acredito nisso.
1- Ninguém aguenta mais o modelo de emprego
Cada um está chegando no seu limite. Pessoas que trabalham em grandes corporações não aguentam mais seus empregos. A falta de propósito começa bater à porta de cada um como um grito de desespero do peito.
As pessoas querem sair. Querem largar tudo. Veja quantas pessoas tentando empreender, quantas pessoas tirando períodos sabáticos, quantas pessoas estão em depressão no trabalho, quantas pessoas em burnout.
2- O modelo do empreendedorismo também está mudando.
Há alguns anos, com a explosão das startups, milhares de empreendedores correram para suas garagens para criar suas ideias bilionárias. A glória dos empreendedores era conseguir um investidor. Grana do investidor na mão era praticamente a taça da copa do mundo.
Mas o que acontece quando você recebe um aporte de investidor?
Você volta a ser um funcionário. Você tem pessoas que não estão alinhadas com seu sonho, que não estão nem aí para seu propósito e tudo passa a girar em função do dinheiro. O retorno financeiro passa a ser o principal driver.
Muita gente está sofrendo com isso. Excelentes startups começaram a patinar porque o modelo de buscar dinheiro nunca tem fim.
É preciso uma nova forma de empreender. E tem muita gente boa já fazendo isso.
3- O surgimento da colaboração
Muita gente já se ligou que não faz sentido ir sozinho. Muita gente já acordou para essa loucura que é a mentalidade do “cada um por si”.
Pare e pense friamente. Não é um absurdo, nós que somos 7 bilhões de pessoas vivendo no mesmo planeta, nos separarmos tanto? Que sentido faz, você e as milhares (ou milhões) de pessoas que vivem na mesma cidade virarem as costas umas para as outras? Cada vez que começo e pensar nisso, fico até desanimado.
Mas felizmente as coisas estão mudando. Todos os movimentos de economia colaborativa estão apontando nessa direção. A direção da colaboração, do compartilhamento, da ajuda, de dar as mão, da união.
E isso é lindo de se ver. Até emociona.
4- Estamos começando finalmente a entender o que é a internet
A internet é uma coisa incrivelmente espetacular e somente agora, depois de tantos anos, estamos conseguindo entender o seu poder. Com a internet, o mundo se abre, as barreiras caem, as separação acaba, a união começa, a colaboração explode, a ajuda surge.
Alguns povos fizeram revoluções com a internet, como a Primavera Árabe. Aqui no Brasil estamos começando a usar melhor essa ferramenta magnífica.
A internet está derrubando o controle de massa. Não tem mais televisão, não tem mais uns poucos jornais dando as notícias que querem que a gente leia. Cada um vai atrás daquilo que quer. Cada um se une com quem quiser. Cada um explora o que quiser explorar.
Com a internet, o pequeno passa a ter voz. O anônimo passa a ser conhecido. O mundo se une. E o sistema pode quebrar
5- A queda do consumismo desenfreado
Por muitos anos fomos manipulados, estimulados a consumir como loucos. A comprar tudo que era lançado, a ter o carro mais novo, o primeiro iphone, as melhores marcas, muita roupa, muito sapato, muito muito, muito tudo.
Mas as pessoas já começaram a sacar que isso tudo não faz sentido. Movimentos como o lowsumerism, slow life, slow food, começam a aparecer pra mostrar que nos organizamos da forma mais absurda possível.
Cada vez menos gente usando carro, cada vez menos pessoas comprando muito, cada vez mais gente trocando roupas, doando, comprando usado, dividindo bens, compartilhando carros, apartamentos, escritórios.
A gente não precisa de nada disso que falaram que a gente precisava.
E essa consciência quebra qualquer empresa que vive do consumo desenfreado.
6- Alimentação saudável e orgânica
A gente era tão louco que aceitou comer qualquer lixo. Era só ter um sabor gostoso na língua que beleza.
A gente era tão desconectado, que os caras começaram a colocar veneno na nossa comida e a gente não falou nada.
Mas aí um pessoal começou a acordar e começaram a dar força pro movimento de alimentação saudável, de consumo de orgânicos.
E isso vai ganhar força.
Mas o que que isso tem a ver com economia e trabalho? Tem tudo a ver!
A produção de alimentos é a base da nossa sociedade. A indústria alimentícia é uma das principais do mundo. Se a consciência muda, se nossa alimentação muda, a forma de consumo muda, e as grandes corporações precisam acompanhar essas mudanças.
O pequeno produtor está voltando a ter força. As pessoas começando a plantar sua própria comida também.
E isso muda toda a economia.
7- Despertar da espiritualidade
Quantos amigos você tem hoje que fazem yoga? E meditação?
Quantas pessoas faziam isso 10 anos atrás?
A espiritualidade por muitos anos era coisa do pessoal do esoterismo. Era coisa de gente esquisita do misticismo.
Mas felizmente isso está mudando. Chegamos no limite da nossa racionalidade. Pudemos perceber que só com a mente racional não conseguimos entender tudo que se passa aqui. Tem mais coisa acontecendo e eu sei que você quer entender.
Você quer entender como essas coisas que acontecem aqui funcionam. Como a vida opera, o que rola depois da morte, o que é essa parada de energia que tanto falam, que que é física quântica, como é que os pensamentos podem se materializar e criar nossa realidade, o que são as coincidências e sincronicidades, por que quem medita é mais tranquilo, como é possível curar com as mãos, e essas terapias alternativas que a medicina não aprova, mas funcionam?
Empresas promovendo meditação aos funcionários. Escolas ensinando meditação para crianças.
8- Movimentos de desescolarização
Quem criou esse modelo de ensino? Quem escolheu as matérias que você precisa estudar? Quem escolheu os tema que são estudados nas aulas de história? Por que não nos ensinaram sobre outras civilizações antigas?
Por que uma criança deve aprender a obedecer regras? Por que ela deve assistir a tudo em silêncio? Por que ela deve vestir uniforme?
Prestar uma prova para provar que você aprendeu?
Criamos um modelo que forma seguidores do sistema. Que prepara pessoas para serem seres humanos ordinários e medianos.
Mas felizmente também, tem muita gente trabalhando para mudar isso. Movimentos de desescolarização, hackschooling, homeschooling.
Talvez você nunca tenha pensado nisso e esteja em choque com o que estou colocando aqui.
Mas tudo isso está acontecendo.
Silenciosamente, as pessoas estão acordando, se dando conta da loucura que é viver nessa sociedade.
Olhe para todos esses movimentos e tente pensar que tudo está normal.
Eu acho que não está.
Há algo de muito extraordinário acontecendo no mundo.
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 Créditos para
Autor e Emprendedor |  Compartilhando minhas experiências de nova economia | gustavotanaka.com.br

https://medium.com/@gutanaka/h%C3%A1-algo-de-grandioso-acontecendo-db8120e49c9f

9 de outubro de 2015

Sobre a vigilância, o mal e a saúde espiritual

Tudo aquilo que classificamos como mal, feio e não queremos reconhecer em nós, rejeitamos, jogamos na sobra.
Quanto mais perto da luz , mais sombra e a medida que os conteúdos da sombra não são  trabalhados e integrados na personalidade eles se tornam autônimos, independentes. Ganham  força e nos dominam.
A vigilância é fundamental para reconhecer, transformara e integrar aquilo que rejeitamos em nós.
Assim como O Espírito de Deus vive em nós, o tentador nos ronda. Da mesmo forma que buscamos a vitalidade e a integridade do Self,o "vivente"; depositamos na sombra os conteúdos que não queremos que vejam em nós e eles se tornam "o tentador", "o mal". Por isso a vigilância  e a oração cristã ou a "Plena atenção" dos budistas é fundamental. Sem ela nenhum "demônio poderá ser expulso.
 O papa Francisco nos diz em sua homilia:
“Tranquilizar a consciência, anestesiar a consciência, é um grande mal. Quando o espírito ruim consegue anestesiar a consciência, pode-se falar de uma verdadeira vitória: se transforma no dono daquela consciência.‘Mas isto acontece em todo lugar! Sim, mas todos, todos temos problemas, todos somos pecadores, todos... E em todos, inclui-se o ‘ninguém’. Ou seja, ‘todos menos eu’. E assim se vive a mundanidade, que é filha do espírito ruim”.
“Vigilância: a Igreja nos aconselha sempre o exercício do exame de consciência: o que aconteceu hoje no meu coração?..."


                               áudio da homilia em : http://media02.radiovaticana.va/audio/audio2/mp3/00497671.mp3


Vejam a homilia  na integra:

Papa na missa: "O diabo traz calúnias, inveja e armadilhas"


Cidade do Vaticano (RV) – No Evangelho desta sexta-feira (09/10), Jesus expulsa um demônio, faz o bem, está em meio ao povo que o escuta e reconhece a sua autoridade, enquanto alguns o acusam. Este foi o início da homilia do Papa na missa celebrada na Casa Santa Marta.“Havia um outro grupo de pessoas que não gostavam dele e tentavam sempre interpretar as palavras e as atitudes de Jesus de modo diferente, contra Jesus. Alguns por inveja, outros por rigidez doutrinal, outros porque tinham medo que os romanos chegassem e fizessem uma tragédia; por muitas razões, tentavam afastar a autoridade de Jesus das pessoas e caluniar, como neste caso. ‘Ele expulsa os demônios por meio de Belzebu’. Ele é um endiabrado, faz magias, é um feiticeiro’. Colocavam-no à prova continuamente, provocavam-no com armadilhas, para ver se caia”.O Papa Francesco convida ao discernimento e à vigilância. “Saber discernir as situações”: o que vem de Deus e o que vem do mal que “tenta sempre enganar e nos leva a escolher o caminho errado”. “O cristão não pode ficar tranquilo, pensar que tudo corre bem; deve discernir as coisas e observar de onde provêm, qual é a sua raiz”.Depois, a vigilância, porque em um caminho de fé “as tentações voltam sempre, o espírito ruim não se cansa nunca”. Quando é expulso “tem paciência, espera para voltar” e quando entra, cai em uma situação pior. De fato, antes, sabia-se que era “um demônio que atormentava”. Depois, “o Maligno se esconde, vem com seus amigos muito educados, bate à porta, pede licença, entra, convive com o homem na sua vida cotidiana e pouco a pouco, dá as instruções”. Com “esta modalidade educada” o diabo convence a “fazer as coisas com relativismo”, tranquilizando a consciência:“Tranquilizar a consciência, anestesiar a consciência, é um grande mal. Quando o espírito ruim consegue anestesiar a consciência, pode-se falar de uma verdadeira vitória: se transforma no dono daquela consciência. ‘Mas isto acontece em todo lugar! Sim, mas todos, todos temos problemas, todos somos pecadores, todos...’ E em todos, inclui-se o ‘ninguém’. Ou seja, ‘todos menos eu’. E assim se vive a mundanidade, que é filha do espírito ruim”.

O Papa reitera as duas palavras: vigilância e discernimento:“Vigilância: a Igreja nos aconselha sempre o exercício do exame de consciência: o que aconteceu hoje no meu coração? Veio a mim o demônio bem educado com seus amigos? Discernimento: de onde vêm os comentários, as palavras, os ensinamentos... quem diz isto? Discernir e vigilar, para não deixar entrar aquilo que engana, que seduz e fascina. Peçamos ao Senhor a graça do discernimento e a graça da vigilância”. 
(CM)
(from Vatican Radio)

4 de outubro de 2015

Pronunciamento do Papa Francisco na Praça São Pedro, na Vigília de Oração pelo Sínodo:

Vigília de Oração pelo Sínodo: 03/10/2015  


"Queridas famílias, boa noite!
Que aproveita acender uma pequena candeia na escuridão que nos rodeia? Bem mais seria necessário para dissipar a obscuridade. Mas podem-se vencer as trevas?
Há certas fases da vida (uma vida que, apesar de tudo, está cheia de recursos maravilhosos) em que estas questões se impõem com toda a sua força. À vista das exigências da vida, sente-se a tentação de voltar atrás, desertar e fechar-se, até mesmo em nome da prudência e do realismo, escapando assim da responsabilidade de fazer cabalmente a própria parte.
Recordais a experiência de Elias? O cálculo humano leva o profeta a encher-se de medo, e este impele-o a refugiar-se. «Elias teve medo e saiu dali para salvar a sua vida. (...) Andou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, o monte de Deus. Tendo chegado ao Horeb, Elias passou a noite numa caverna, onde lhe foi dirigida a palavra do Senhor: “Que fazes aí, Elias?”» (1 Re 19, 3.8-9). Depois, no Horeb, encontrará a resposta, não no vento impetuoso que fendia as rochas, nem no terremoto, nem sequer no fogo. A graça de Deus não ergue a voz; é um murmúrio, de que se apercebem todos aqueles que estão prontos a ouvir a sua brisa suave: exorta-os a sair, a voltar para o mundo, testemunhas do amor de Deus pelo homem, para que o mundo creia…
Com este fôlego, precisamente há um ano nesta mesma Praça, invocámos o Espírito Santo, pedindo que os Padres sinodais – ao debruçar-se sobre a família – soubessem escutar e dialogar tendo os
olhos fixos em Jesus, Palavra definitiva do Pai e critério de interpretação de tudo.
Nesta noite, não pode ser diferente a nossa oração. Porque, como recordava o patriarca Atenágoras, sem o Espírito Santo, Deus fica longe, Cristo permanece no passado, a Igreja torna-se uma simples organização, a autoridade transforma-se em domínio, a missão em propaganda, o culto em evocação, o agir dos cristãos numa moral de escravos.
Por isso, rezemos para que o Sínodo, cuja abertura é amanhã, saiba reconduzir a uma figura de homem na sua plenitude a experiência conjugal e familiar; reconheça, valorize e proponha tudo o que nela há de belo, bom e santo; abrace as situações de vulnerabilidade, que a põem à prova: a pobreza, a guerra, a doença, o luto, as relações feridas e desfeitas de que brotam contrariedades, ressentimentos e rupturas; lembre a estas famílias, como a todas as famílias, que o Evangelho permanece uma «boa notícia» donde recomeçar. Do tesouro da tradição viva, os Padres saibam tirar palavras de consolação e diretrizes de esperança para famílias chamadas a construir, neste tempo, o futuro da comunidade eclesial e da cidade do homem.
Com efeito, cada família é sempre uma luz, ainda que ténue, na escuridão do mundo.
A própria história de Jesus no meio dos homens toma forma no seio duma família e, nela, permanecerá durante 30 anos. A sua é uma família como muitas outras, localizada numa remota aldeia da periferia do Império.
Talvez como poucos mais, Charles de Foucauld intuiu o alcance da espiritualidade que emana de Nazaré. Este grande explorador apressou-se a deixar a carreira militar, fascinado pelo mistério da Sagrada Família, da relação diária de Jesus com os pais e os vizinhos, do trabalho silencioso, da oração humilde. Olhando para a Família de Nazaré, o irmão Charles sentiu a esterilidade da avidez de riqueza e poder; com o apostolado da bondade, fez-se tudo para todos; atraído pela vida eremita, compreendeu que não se cresce no amor de Deus, evitando a serventia das relações humanas. Porque é amando os outros que se aprende a amar a Deus; é inclinando-se sobre o próximo que nos elevamos para Deus. Através da aproximação fraterna e solidária aos mais pobres e abandonados, ele compreendeu que, afinal, são precisamente eles que nos evangelizam a nós, ajudando-nos a crescer em humanidade.
Para compreender hoje a família, entremos também nós – como Caharles de Foucauld – no mistério da Família de Nazaré, na sua vida escondida, rotineira e comum, como é a vida da maioria das nossas famílias, com as suas penas e as suas alegrias simples; vida tecida de serena paciência nas contrariedades, de respeito pela condição de cada um, de humildade que liberta e floresce no serviço; vida de fraternidade, que brota de sentir-se parte de um único corpo.
A família é lugar de santidade evangélica, realizada nas condições mais comuns. Nela se respira a memória das gerações e mergulham raízes que permitem chegar longe. É lugar do discernimento, onde nos educam a reconhecer o desígnio de Deus acerca da nossa própria vida e a abraçá-lo com confiança. É lugar de gratuidade, de presença discreta, fraterna e solidária, que ensina a sair de si mesmo para acolher o outro, para perdoar e ser perdoados.
Recomecemos de Nazaré para termos um Sínodo que, mais do que falar de família, saiba ir à sua escola, com a disponibilidade de reconhecer sempre a sua dignidade, consistência e valor, apesar das muitas fadigas e contradições que a possam marcar.
Na «Galileia dos gentios» do nosso tempo, voltaremos a encontrar a espessura duma Igreja que é mãe, capaz de gerar para a vida e cuidadosa em dar continuamente a vida, em acompanhar com dedicação, ternura e força moral. Porque, se não soubermos unir a compaixão à justiça, acabaremos por ser inutilmente severos e profundamente injustos.
Uma Igreja, que é família, sabe apresentar-se com a proximidade e o amor dum pai, que vive a responsabilidade do guardião, que protege sem substituir, que corrige sem humilhar, que educa com o exemplo e a paciência... e, por vezes, simplesmente com o silêncio duma expectativa orante e aberta.
Sobretudo uma Igreja de filhos que se reconhecem irmãos nunca chega a considerar alguém apenas como um fardo, um problema, um custo, uma preocupação ou um risco: o outro é essencialmente um dom, que continua a ser tal mesmo quando percorre estradas diferentes.
A Igreja é casa aberta, alheada de grandezas exteriores, acolhedora no estilo sóbrio dos seus membros e, por isso mesmo, acessível à esperança de paz que existe dentro de cada homem, incluindo aqueles que – provados pela vida – têm o coração ferido e atribulado.
Uma Igreja assim pode verdadeiramente iluminar a noite do homem, apontar-lhe credivelmente a meta e compartilhar os seus passos, precisamente porque ela foi a primeira que viveu a experiência de ser incessantemente regenerada no coração misericordioso do Pai.

1 de outubro de 2015

A CONSPIRAÇÃO ESPIRITUAL

Na superfície da Terra, exatamente agora, há guerra, violência, e tudo parece negro.


Mas, simultaneamente, algo silencioso, calmo e oculto está acontecendo, e certas pessoas estão sendo chamadas por uma luz mais elevada.
Uma revolução silenciosa está se instalando de dentro para fora.
De baixo para cima. É uma operação global.
É uma conspiração espiritual!
Há células dessa operação em cada nação do planeta.
Vocês não vão nos assistir na TV.
Nem ler sobre nós nos jornais.
Nem ouvir nossas palavras nos rádios.
Não buscamos a glória e nem usamos uniformes.
Nós chegamos em diversas formas e tamanhos diferentes.
Temos costumes e cores diferentes.
A maioria trabalha anonimamente. Silenciosamente. Fora de cena.
Em cada cultura do mundo.
Você talvez cruze conosco nas ruas e nem perceba... Seguimos disfarçados, ficamos por trás dos eventos.
E não nos importamos com quem ganha os louros do resultado, e sim, que se realize o trabalho.

De vez enquanto nos encontramos pelas ruas. Trocamos olhares de reconhecimento e seguimos nosso caminho.
Durante o dia muitos se disfarçam em seus empregos normais.
Mas é à noite, por trás de nossas aparências, que o verdadeiro trabalho se inicia.
Alguns nos chamam de Exército da Consciência.
Vamos seguindo com alegria e paixão.
Lentamente estamos construindo um novo mundo. Com o poder de nossos corações e mentes.
Nossas ordens nos chegam da Inteligência Espiritual e Central (Deus).
Estamos jogando bombas suaves de amor sem que ninguém note e em todos os lugares.
São poemas, abraços, musicas, fotos, filmes, palavras carinhosas, sorrisos, meditações, preces, amizades desinteressadas, danças, ativismo social, sites, blogs, atos de bondade...
Expressamo-nos de uma forma única e pessoal, com nossos talentos e dons, sendo a mudança que queremos ver no mundo.


Essa é a força que move nossos corações.
Sabemos que essa é a única forma de conseguir realizar a verdadeira transformação.
Sabemos que no silêncio e na humildade temos o poder de todos os oceanos juntos.
Nosso trabalho é lento e meticuloso, como na formação das montanhas.
O AMOR será a religião do século 21.
Sem pré-requisitos de grau de educação.
Sem requisitar um conhecimento excepcional para sua compreensão, porque nasce da inteligência do coração, escondida pela eternidade no pulso evolucionário de todo ser humano.
Seja também a mudança que você quer ver acontecer no mundo.
Ninguém pode fazer esse trabalho por você.
Nós estamos recrutando...
Talvez você se junte a nós.
Ou talvez já tenha se unido e nem saiba!
Todos são bem-vindos!
A porta está aberta."
*Este texto é assinado por um jovem que responde pelo apelido de Sensipeter.
O original em inglês pode ser encontrado em:
http://lightworkers.org/content/55855/a-spiritual-conspiracy