O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

17 de agosto de 2021

Conheça a teoria do centésimo macaco ou teoria da ressonância mórfica

Você já ouviu falar sobre a teoria do centésimo macaco?


Por onde se olha o que se vê são absurdos, e pior, absurdos sendo aceitos e seguidos por pessoas que se dizem "do bem". O fanatismo religioso parece que ganhou o mundo.

Nossa indignação já não é suficiente, o sentimento de impotência é o que mais me incomoda neste momento. Um pai que entrega a filha ao Talibã, porque ela insiste em estudar e eles, arrancam-lhe os olhos, não é diferente do pai que espanca o filho para ele deixar de ser homossexual. Os poderosos que mantém pessoas escravizadas em nossos dias por pura ganância ou ainda, adolescentes, que colocam fogo em um mendigo que dorme na calçada nestas madrugadas frias, são realidades paralelas a estes horrores.

Alguma coisa está fora da ordem, ou sempre esteve e nós fingíamos que não víamos ou não vemos. Afinal prender um jovem, torturá-lo e condena-lo a morte em uma cruz, não é muito diferente do que estamos vendo hoje.
Na essência destes absurdos sempre vamos encontrar o fanatismo e a ganância.
Tenho me perguntado muitas vezes como podemos sair disso e a resposta é sempre a mesma: buscando a mudança e a melhoria individual.
 
Acreditando que um dia, como naquele fenômeno do centésimo macaco, sejamos em número suficiente, e assim como do nada os macacos aprenderam a lavar batatas sem que ninguém lhes ensinasse, nós os humanoides passemos, não a lavar batatas, mas a nos amar e respeitar, na descoberta de que todos fazemos parte da mesma unidade.

A teoria foi criada pelo biólogo teórico Rupert Sheldrake, resumidamente ela diz que uma mudança no comportamento de uma espécie irá ocorrer quando um número exato necessário é alcançado.

Quando isso acontecer, o comportamento ou hábitos de toda a espécie será alterado.
A história também é descrita em observações científicas, como na versão escrita por Ken Keyes Jr.
Foi realizado um estudo por cientistas em duas ilhas tropicais no Japão, que tinha o objetivo de analisar a colônia de macacos de mesma espécie, mas sem qualquer contato perceptível entre si.

Os cientistas começaram a observar um macaco em  uma pequena ilha chamada Koshima.  Ele gostava de batata-doce, raiz abundante na região. Ele descobriu que a iguaria poderia ficar muito mais saborosa se lavada antes.
Ele então começou a retirar a terra da batata-doce mergulhando-a na água. Depois, descobriu que poderia usar uma das mãos para segurar a batata submersa e a outra mão para retirar o barro que não tinha saído sozinho.

Depois de várias tentativas e erros, um macaco descobre uma maneira inovadora de lavar batatas antes de come-las, o que permite aproveitar melhor a batata sem a terra que lhe envolvia. Ninguém jamais havia lavado batatas dessa forma. Por imitação, o procedimento rapidamente se replica entre os seus companheiros e logo uma população de 99 macacos domina o novo jeito de lavar batatas.

"A ressonância mórfica é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo."
Quando o centésimo animal da ilha "A" aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha "B" começam espontaneamente a lavar batatas da mesma maneira, sem que ninguém os tenha ensinado.
Então a promessa da teoria do centésimo macaco diz que:
quando um número crítico de pessoas mudar seu comportamento ou atitude, a cultura como um todo mudará. O que não podia ser imaginado, é feito por alguns, depois por muitos, até que um número crítico de pessoas faz a mudança e torna-se o padrão de como nós iremos agir e do que somos como seres humanos.
“A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal”
— Rupert Sheldrake
Este experimento está descrito no Livro "Centésimo Macaco" de Ken Keyes Jr.
Se não nos é possível mudar o mundo, mudemos nós, desta forma estaremos contribuindo para que num futuro, quem sabe, a mudança aconteça espontaneamente.