O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

8 de dezembro de 2023

Tempo de transição

 


Todo cuidado é pouco quando a mentira impera, especialmente quando ela vem pela imprensa e de organizações que deveriam zelar pela verdade.

Estamos em plena crise de transição de paradigmas.
O mundo parece estar em trabalho de parto, com contrações por todo lado
Há guerras por todo lado.  Há tretas prá onde quer que se olhe.
A civilização parece que esclerosou, demenciou.

Isso já aconteceu antes. Suméria, Egito, Assíria, Grécia, Roma...

                       

De minha parte ouvi sobre isso a primeira vez em 1971, quando um professor colocou no quadro um desenho, e que o F.Cappra viria publicar algo muito próximo na década de 80, no seu livro "O Ponto de Mutação" (O Grafico que está acima).

Em algum momento, acho que não é para nós, algum de nossos descendentes vão conhecer uma nova forma de viver, uma nova civilização, que atualmente está em dores de parto, está para nascer. Quando? Como disse Jesus, " não sabeis o tempo e a hora"

Mas virá.

Somos esquecidos, e desatentos, mas tivemos, recentemente uma mostra com a Pandemia.

O processo veio forte, denunciou que os valores estavam em processo de mudança
 A prepotência ficou estremecida. A conta bancária já não servia para salvar a vida, o dinheiro não foi capaz de comprar leitos em CTIs lotados. O título de nobreza não imunizava ninguém. O vírus não distinguia raça, posição social.  Atingiu milhões de pessoas pelo mundo. Matou indiscriminadamente a quem ele conseguisse infectar gravemente. Só entre nós, em números oficiais, foram 700 mil mortos, e ainda hoje temos milhares de pessoas com sequelas.
Aos poucos, aqueles que não conseguiram abrir mão de seu lucro, tiveram que conviver com a possibilidade da falência. Muitos faliram, fecharam seus negócios. Aquele locador que não abriu mão de nenhum centavo para o inquilino, descobriu que o imóvel vazio lhe dava mais despesas e nenhum lucro. Empresários foram obrigados a perceber que na recessão, ou abaixava os preços e diminuía o lucro, ou não teria nada.

Mas passada a crise, parece que tudo ficou esquecido e rapidamente voltamos aso velhos hábitos egoístas, belicosos, prepotentes... Tenho duvidas se não ficamos um pouco piores.
Não fomos capazes de como civilização erceber a oportunidade de mudança, a sugestão para uma avida mais simples e mais honesta, com valores mais fraternos.
Os conflitos estão na ordem do dia. As mentiras tem sido o prato principal desse banquete de horrores. As guerras voltaram com força aos noticiários.  Há um forte odor de decadência
no ar.
Vamos ter uma longa e demorada jornada antes de uma nova Renascença. Sei que não verei a concretização, mas me sinto grato por estar tendo consciência desse momento e poder meditar e refletir sobre como me posicionar. Tenho momentos de apreensão, dúvida, tristeza e revolta, Confesso. Mas tenho me esforçado para promover a tal reforma íntima, tão necessária e urgente para todos nós.

Consigo perceber que começamos a ultrapassar o ponto de mutação, de que o Cappra falava.
São novos valores que timidamente irão substituir os velhos padrões, há certamente muita resistência, e quanto maior ela for, maior será também a dor deste parto.

Por hora, cabe a nós, aprender a lidar com essa nova realidade.  Não nos entregar ao medo e ao desespero; não nos deixar cooptar pela raiva e pelo ódio que tentam a todo momento nos seduzir.  Precisamos nos manter firmes, em busca da fraternidade universal.

E como sempre aconteceu, quem tiver a melhor capacidade de se adaptar ultrapassará com sucesso, os que resistirem estarão condenados a extinção.
Quem viver verá...

 

7 de dezembro de 2023

Maria: a mãe da humanidade


Ela é Maria, de muitos nomes e apelidos, mas sempre a mesma Maria. Não importa o manto que use, se branco ou Azul. Nem faz diferença se é negra e a chamam de Aparecida ou branca conhecida como senhora de Nazaré. Se ela é de Fátima ou de Lourdes, ou de lugares outros pouco conhecidos.


Ela é sempre a mesma mãe, seja a mãe zelosa católica do Perpétuo Socorro ou a mãe das águas, ora salgadas reverenciada como Yemanja, Odô Yá !  Ou até mesmo as águas doces que correm nos riachos e cascatas pelo imenso Brasil cultuada como Oxum, Ora Yê Yê Ô!


 Ela sempre será a mãe, a que disse SIM, e se tornou referência nos momentos de dor. A figura que transmite a ternura, a doçura, mas que guarda em si a força e a autoridade de quem

 “... dispersa os soberbos; derruba os poderosos de seus tronos/e eleva os humildes;/ sacia de bens os famintos, / despede os ricos sem nada. ” (Magnificat – Lucas 1:52-53)
Como diz o grande cantor e compositor Altay Veloso:
Esta Maria é “ cheia de Raça...não teve de graça o que recebeu
Quando alguém é um rio que gera um oceano
Não há nenhum tirano que arranque o que é seu
Um ventre quando se transforma em um santuário é revolucionário a meu modo de ver
Ninguém vai do parto ao santo sudário sem saber porque
Tem que ter a luz da humildade/ Cumplicidade, amor e revelia
Ninguém se torna mãe da cristandade sem a santa ousadia ...” 
( Altay Veloso, Estrela Luminosa in Alabê de Jeruzalém)

Ela é a Maria que nos adotou como filhos, nos fazendo irmãos de seu filho redentor. Ela tomou para si a tarefa de defensora de cada um dos humanos no tribunal da eternidade.




Que ela nos inspire sempre por sua força de permanecer de pé diante do sofrimento por ver covardia a que seu filho foi submetido.

“Divina mãe...estrela luminosa que perpetuou Belém
Guerreira mãe...nos dias de trevas nas ruas de Jerusalém...
Olhai por nós nas horas de tristezas, nos momentos de aflição
E derramai a poderosa força de vontade em nosso coração. ”  

( Altay Veloso, Estrela Luminosa in Alabê de Jeruzalém)

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