O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

16 de janeiro de 2010

Loverlock diz que quer ver a Terra do alto

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'Vou ao espaço ver a Terra do alto, antes que desapareça'
Entrevista com James Lovelock

Os anos 70 nem tinham começado ainda e o britânico James Lovelock já trabalhava numa teoria que soou muito hippie, num primeiro momento, mas se revelaria profética. Considerado o pai do ambientalismo, o cientista foi um dos primeiros a levantar a questão do aquecimento global em sua hipótese de Gaia - em que apresenta a Terra como um organismo vivo e o homem como o seu maior predador. Seu novo livro, “Gaia: alerta final” (Ed. Intrínseca), em que trata das mudanças climáticas, acaba de ser lançado no Brasil.



A entrevista é de Roberta Jansen e publicada pelo jornal O Globo, 15-01-2010.

Eis a entrevista.

O senhor pretende ir ao espaço ver a Terra do alto?

Sim, eu quero ver a Terra do alto, antes que desapareça. Acho que não há nada como ver essa imagem. As fotos dos astronautas são tão impressionantes, quero ter a chance de ver por mim mesmo.

Em seu novo livro o senhor diz que essa imagem icônica da Terra “está sofrendo uma mudança sutil à medida que o gelo branco desaparece gradualmente, o verde das florestas e das pastagens se transforma lentamente no tom pardo das regiões desérticas e os oceanos perdem a tonalidade azul-esverdeadas (...) ao se tornarem desertos”. O senhor espera conseguir ver essas diferenças?


Tenho pensado sobre isso. Não vou tão alto quanto os astronautas. Talvez não consiga ver as mudanças que estão acontecendo. Não sei ainda quando vou partir. Fui conhecer a espaçonave em dezembro, mas o lançamento depende da aprovação do governo americano (Lovelock pretende ir ao espaço com a primeira companhia espacial privada do mundo, a Virgin Galactic).


Por que o senhor diz que a situação do planeta é pior do que aponta o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU?


Acho que eles subestimaram as mudanças. Mas o que me incomoda mais sobre as previsões é que ninguém tem muita certeza sobre o que está acontecendo. O cenário intermediário do IPCC fala em um aumento de temperatura de 3 graus Celsius até o fim do século, o que é muito ruim. Mas não sei se é real. As alterações não são tão suaves assim, acontecem mais abruptamente. O fato é que não sabemos o suficiente e é tolice fazer esse tipo de previsão.


Mas qual é a alternativa?


O mais importante é ter bons dados, vindos de toda parte. Não podemos fazer boas previsões se não tivermos bons dados, sem entender o que está acontecendo. Nos faltam dados da temperatura do oceano, por exemplo. E isso é importante porque todo o calor do Sol é absorvido pelo oceano.


O que o senhor achou dos resultados da reunião de Copenhague, que produziu apenas uma carta de intenções e não estabeleceu metas climáticas como se esperava?


Não esperava que nada de muito bom viesse de lá, e não veio mesmo. E nem poderia, se pararmos para pensar. As previsões do IPCC são muito amplas. Vão de (um aumento da temperatura média de) 2 graus Celsius até 8 graus Celsius no fim do século. Veja, é uma grande diferença e é difícil para os governos saberem em que acreditar.


O senhor acha que o acordo, como muitos disseram, é um bom primeiro passo?


Acho que é pura política. Não acredito que façam nada efetivamente. As intenções podem até ser boas, mas acho que nem sabem o que fazer exatamente. Não sabemos quais mudanças (climáticas) vão acontecer. E o público fica pressionando: “onde está o aquecimento global com todo esse frio?”. Não é fácil.


Os políticos têm a exata noção dos riscos que o planeta enfrenta. Por que não conseguem adotar medidas mais significativas?


Porque as principais coisas nas quais estão pensando são recessão e desemprego em seus países. Mesmo em Copenhague eles estavam pensando dessa forma. Não querem se comprometer com gastos (para deter o aquecimento global) que possam ampliar a recessão ou o desemprego.


O senhor acha que teremos outra oportunidade como essa? Outro momento político tão simbólico, com 110 chefes de Estado reunidos?


Mesmo que tenhamos, será inútil. Nada foi feito depois da Rio-92, nem depois de Kyoto, exceto mais reuniões. A única forma possível é enxergarmos vantagens financeiras no combate ao aquecimento. É dessa forma que se faz. É o que o Brasil fez com o álcool.


Na sua opinião, quem são os maiores culpados pelo aquecimento global? Quem deve pagar a conta? Os EUA? Os países em desenvolvimento? As economias emergentes?


Não há culpados, não devemos nos sentir culpados. Quando começamos a usar combustível fóssil para cozinhar, para mover máquinas, não pensávamos em destruir o planeta. Não houve má intenção, então não pode haver culpa. Agora que começamos a entender o problema, temos que tentar resolvê-lo. Claro que os EUA serão sempre responsabilizados, assim como a China. Mas acho que estamos todos envolvidos.


Como o senhor vê a posição brasileira em todo esse processo?


Acho a posição brasileira muito interessante, com muitas ações de sucesso, como o biocombustível. Mas acho que vocês também devem começar a se perguntar mais sobre as consequências do aquecimento. O que um aumento de temperatura de 4 graus Celsius a 5 graus Celsius até o fim do século poderá acarretar? E o que poderemos fazer sobre isso? Nós estamos nos preparando para esse tipo de mudança? Estamos procurando soluções locais?


O senhor acha que a adaptação é mais importante que a mitigação (a redução dos gases que causam o efeito estufa)?


Ambos são muito importantes. Mas todas as conversas que ocorrem hoje no mundo são sobre mitigação. É como se achassem que falar em adaptação fosse admitir que não se pode fazer mais nada. Não é bem assim. Temos que pensar em como vamos fazer.


Tantos anos depois de o senhor levantar a questão do aquecimento global pela primeira vez, ainda existem muitos céticos do clima. Como o senhor os vê?


Com muita simpatia. Sério. Eu os entendo de certa forma. Acho que estão errados, claro, o aquecimento global é real. Mas o que vai acontecer, quanto ou quando — pode demorar uma semana ou cem anos — nós não sabemos. Então eu simpatizo com os céticos porque eles intuem que tem algo faltando.


O seu novo livro se chama “Alerta final”. Estamos ficando sem tempo para prevenir o aquecimento?


Acho que não temos mais tempo para prevenir, se as coisas acontecerem como prevê o IPCC. Não vejo como as ações possam impedir que aconteça.

14 de janeiro de 2010

Alterações climáticas estão acontecendo mais rápido, diz Lovelock do que o previsto

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Em livro, James Lovelock alerta para o ritmo das mudanças climáticas


As previsões catastróficas sobre o aumento da temperatura mundial e a subida do nível dos oceanos, entre outras alterações climáticas causadas pelo aquecimento global, podem estar erradas. Na realidade, elas seriam ainda piores. É esta mensagem que o renomado ambientalista independente James Lovelock tenta passar em "Gaia: Alerta Final".

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Biocombustíveis são embuste criado por interesses, diz autor em "Gaia: Alerta Final"

No capítulo "A Previsão Climática", ele cita uma pesquisa de 2007 publicada na conceituada "Science" que mostra claramente que existem divergências significativas entre as medições físicas e previsões feitas pelo IPCC (Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas, na sigla em inglês), o principal órgão mundial a estudar a questão. "O nível do mar medido subiu a uma velocidade 1,6 vez maior que a prevista", escreve.

O próprio título já faz jus à sua longa história de lutas pela preservação do meio ambiente. Atuando já há algumas décadas nesta área, o cientista ganhou notoriedade internacional ao elaborar a chamada hipótese Gaia, segundo a qual todos os elementos do planeta contribuiriam para manter condições ambientais equilibradas, agindo como um superorganismo. Desde que publicou estas ideias em "Gaia: Um Novo Olhar Sobre a Vida na Terra", explorou a mesma temática em diversos outros volumes, como "A Vingança de Gaia" ou "Gaia: A Prática Científica da Medicina Planetária", sempre tentando abrir os olhos do mundo para o problema.

Divulgação
O criador da hipótese Gaia adverte sobre falsas tecnologias "verdes"
Durante muito tempo, as ideias de Lovelock foram vistas com descrédito por boa parte da comunidade científica, disseminando-se principalmente entre áreas "menos ortodoxas" da ecologia e até entre místicos e esotéricos. Quando, no entanto, ele passou a defender publicamente o uso da energia nuclear como uma das melhores ações a serem tomadas para se combater o aquecimento global, ganhou desafetos também entre estes outros grupos.

Mas ele nunca esteve muito preocupado em evitar polêmicas. Em "Gaia: Alerta Final", ele faz duras críticas às ditas tecnologias verdes, principalmente às de geração de energia, como os parques eólicos e os biocombustíveis. No livro, ele afirma que algumas destas tecnologias não passam de "um elaborado embuste criado pelo interesse de algumas nações cujas economias se enriquecem a curto prazo pela venda de turbinas eólicas, usinas de biocombustível e outros equipamentos energéticos supostamente verdes". Leia aqui um trecho da obra.

O grande problema disso tudo, no entanto, não é que estamos em um ponto irreversível. O que aflige Lovelock é que ele acredita que não seremos capazes de implantar as soluções que criamos. "Nosso desejo de manter as coisas como estão provavelmente nos impedirá de nos salvarmos", alerta. Talvez seja por isso que, aos 90 anos, o seu último grande sonho seja ver a Terra, ou Gaia, do alto e, como os astronautas, confirmar que ela continua azul. Resta saber por quanto tempo mais ela continuará assim.

Tudo pode ser mudado, basta que nos unamos...

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Parece tão simples e, é justamente isso que o video nos mostra
através do canto de 156 nações do planeta.

O que mais precisamos?
O que é que mais necessitamos neste momento?

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, se não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal. Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha...”
( I Cor. 13,1-8)

como não consegui baixar o video ai vai a url do youtube

http://www.youtube.com/watch?v=x-_xzIPo4BU