O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

18 de novembro de 2017

Uma Escola do Olhar

Uma Arte de Cuidar - O Estilo Alexandrino

Eis a importância da prática da transdisciplinaridade . Saber que há diferentes pontos de vista sobre uma mesma realidade. E que precisamos de todos eles para ver melhor.
Os Antigos Terapeutas [de Alexandria] buscavam despertar, em si, o que chamamos o olho do Querubim. O Querubim, na tradição antiga, é um estado de visão, representado como asas repletas de olhos. Essa imagem é encontrada em diversas culturas, particularmente na tradição da Etiópia, onde há querubins nos tetos das igrejas: olhos que nos olham.
Certa vez, quando adoeci na Etiópia, fiquei surpreso ao ver um médico me dar um pequeno rolinho e dizer: - Seu remédio. Ao desenrolar vi que havia nele asas com olhos. Tocou-me profundamente porque compreendi que tratava-se de colocar outro olhar sobre a doença.
Há a visão do médico, do psicólogo, dos amigos, mas há também o olhar do Anjo. Esse olhar que vê o que acontece segundo um outro ponto de vista, de outra profundidade e que contempla a nossa doença ou sintomas não somente como os olhos humanos são capazes. Então pode se abrir, talvez, uma outra interpretação sobre aquilo que nos ocorre.
Assim, convido-o a imaginar um olho, com facetas, como o de uma abelha. Como ele nos veria nesse momento? Não tem nada a ver com a nossa maneira habitual de olhar. Ou um cavalo – você já pensou em mirar alguém com o olhar de um cavalo? Aparecemos com uma forma completamente diferente. Trago essas imagens para nos lembrar que a visão do mundo que temos é ligada ao nosso instrumento de percepção e no olho de um cavalo ou de uma abelha há todo um outro mundo. A maneira de ver alguém pode mudar, segundo a qualidade do nosso olhar.
Então, a tarefa é despertar em nós essas diferentes facetas. Isso me faz pensar nas diferentes áreas do cérebro, nas diferentes capacidades de apreender o mundo.
Vou propor o olhar dos Antigos Terapeutas que possui sete olhos. Geralmente paramos no terceiro olho.

O primeiro olhar é o do ver – eu vejo.

O segundo é o olhar da ciência – eu observo, eu analiso. E´um olhar apoiado, aprofundado.

O terceiro olhar é o que pergunta – eu interrogo. O que é esse sintoma? O que ele manifesta? O quê? O que é?

O quarto olhar é o que se pergunta – eu me interrogo. Como é que eu vejo? E´o olho da filosofia metafísica. O que é o Ser? O que é o ser humano? Trata-se do como eu conheço. Esta é a filosofia de Kant , por exemplo, que se interroga sobre como a ciência é possível. Eu conheço muitas coisas, mas não apreendo o instrumento através do qual eu conheço as coisas. Para um Terapeuta há uma questão muito importante: Qual é o instrumento por meio do qual ele conhece o outro e interpreta sua doença? E´necessário purificar este instrumento e ver que, segundo o modo de percepção que adotamos, a realidade dos sintomas pode ser completamente diferente. Não somente interrogo o real, esse corpo que acompanho, mas também sobre minha maneira de conhece-lo.

O quinto olhar se abre para o sentido – eu acolho o sentido.
Por intermédio dos sintomas, dos sonhos, da fala, simplesmente acolho o sentido, antes de interpreta-lo.

O sexto olhar é o da interpretação – eu interpreto. Essa interpretação pode ser criadora. Após o exercício de todos esses olhos da observação, da análise, da interrogação, da escuta acolhedora, me torno capaz de interpretar e dar um sentido ao que a pessoa está vivendo.

O sétimo olhar é o que direciona e liberta – vá com sentido! Da mesma maneira que dizemos:- Vá com Deus! Poderíamos dizer: - Vá com sentido! Vá com a interpretação da sua doença, não apenas na sua dimensão mental; também com os meios de cura-la, de cuidar de você. Essa é a grande palavra dos Terapeutas: Vá em direção a você mesmo, eu estou com você! Esta foi a palavra de Deus dirigida a Abraão”

Uma Arte de Cuidar - O Estilo Alexandrino
 Jean Yves Leloup
(Para aprofundar consultar o livro de mesmo nome do autor)

3 de novembro de 2017

Jaconé



É aqui
Que cansado,
Ao fim da tarde, o sol
Descansa seus raios dourados
Nas ondas alegres deste mar.


E nesta hora, dizem,
Que o  mar apaixonado
Faz cafuné,
Nas brancas areias de Jaconé.

Revisitando lembranças...


Tempo de sonhos
Dos só - risos
Tempo criança,
De lembranças
e de lambanças...

Tempo de rua,
Portões abertos.
Momentos de alegria
Liberdade.
quando a vida fluía...
Tempo de espera
Sonho fantasiado,
Baionetas e sentinelas.
A vida aprisionada,
Para um adulto idealizado.
Ilusão do paraíso,
Muito riso e pouco sizo
Realidade de fumaça,
sem alicerces,
inconsistência sem juízo.

Desperto.
Acordado vivo o pesadelo:
Portões fechados,
crianças marginalizados,
adolescentes espancados,
Liberdades limitadas,
sorrisos encarcerados;
No saldo,
Só a teimosa esperança.


O que será do agora?

2 de novembro de 2017

Oração pelos ancestrais


GRATIDÃO, queridos pais, avós, e demais ancestrais por terem tecido o meu caminho!
Imensa gratidão pela imensidão dos seus sonhos que, de alguma forma, se tornaram, hoje, a minha realidade!
A partir deste ponto, e com muito Amor, levo LUZ à tristeza que houve nas gerações passadas.
Levo LUZ às raivas, às partidas prematuras aos nomes não recebidos, aos destinos trágicos, traumáticos.
Levo LUZ à flecha que cortou o caminho e tornou a caminhada mais fácil para nós. 
Levo LUZ à alegria, as histórias repetidas.
Levo LUZ ao não dito, às sombras, aos segredos de familia.
Levo LUZ às histórias de violência e ruptura entre casais, pais e filhos e entre irmãos!
Levo LUZ a todas as memórias de limitação, a todas as crenças destrutivas que permearam meu sistema familiar.



Aqui, agora, semeio nova esperança, união, prosperidade, que leve equilíbrio, alegria e FÉ!
Que sejam o PERDÃO e o AMOR os responsáveis por curar todos os enganos e reunir todos os que se acham separados!
Que sejam, agora, passado e futuro cobertos por um ARCO-IRIS de LUZ que cure e harmonize todos os relacionamentos!
Neste instante, que a FORÇA e a BENÇÃO de cada geração alcance a geração seguinte!
Que assim seja! E assim é!

PERDÃO, COMPAIXÃO, LIBERTAÇÃO, AMOR e LUZ 
a todos os nossos ancestrais!
( desconheço o autor)

26 de outubro de 2017

Será nova a onda tradicionalista na Igreja?


A foto do cardeal Burke que apareceu esta semana me levou a refletir e a ir longe...
Fiquei a imaginar que tipo de cristianismo chegou até nós. E isso me levou a pesquisar e a rever coisas escritas, procurar livros e anotações e um frio percorreu a espinha. Isso não é cristianismo. Mas que cristianismo chegou até nós? Muitas vezes, muitos de nós costumamos culpar Trento pelos absurdos. Mas O concílio na verdade não é o culpado. Os absurdos na igreja não começaram em 1545. É preciso assumir que muito antes do concílio de Trento, os Burkes da vida já eram figurinhas carimbadas na igreja com suas caudas, e esquisitices. Aliás se fossem só caudas até que não seria tão terrível. Mas o que falar das cruzadas, das mortes encomendadas, dos envenenamentos para obter poder, do assassinato de papas, reis, de amantes concubinas de bispos e toda sorte de apoios perversos a monarcas que mudavam de lado conforme mudava o vento do poder e dos tesouros. E as matanças em nome de Deus, a "Santa" Inquisição e a escravização do povo? O que pensar de toda aquela gente faminta, morrendo de peste e os prelados protegidos em seus priorados, monastérios e palácios. Peço que me perdoem, mas não consigo ver nenhum vestígio do jovem galileu nesta história.


Penso que na verdade os tradicionalistas sempre foram a igreja, o que é novo são os restauradores. Esses sim são o ponto fora da curva. Um Francisco de Assis entre outros poucos, que ousaram e quase pagaram com a vida, buscar o verdadeiro Jesus nesta instituição que desde que se aliou ao poder romano matou e substituiu por outro o verdadeiro e incômodo Joshua. Não é Burke, Lefebvre, João Clá, ou Plinio de Oliveira ou qualquer outro conservador, fundamentalista que estão fora da norma nesta igreja. São os Franciscos, o de Assis e o de Roma, e essa teimosia de atender o pedido de Jesus para restaurarem a sua igreja que são nota destoante nesta igreja que se perdeu do Cristo.


Será que alguém consegue imaginar um jovem cercado de gente da pior espécie para os padrões da sociedade cristã atual sendo levado a sério em uma pregação em uma praça qualquer de alguma cidade do mundo? Qualquer jovem malvestido que brada para o povo que passa qualquer um daqueles “ Ai de vós” que Jesus gritou aos quatro ventos, ou dizendo alto e bom som qualquer das bem-aventuranças? Seria tido como louco, drogado, embriagado, um vagabundo qualquer.  O livro dos Atos dos Apóstolos sempre me deixou com uma estranha sensação de que algo não bate, não encaixa. O livro “A Igreja Católica” do teólogo Hans Kung então me sacode as bases e os alicerces das minhas crenças. A história dos concílios, os livros de crônicas do período medieval, a Reforma Protestante e a Contra- reforma... Deus meu como estamos distantes... Diante disso a morte de João Paulo I, a renúncia de Bento XVI, os vários escândalos financeiros e sexuais nada mais são que repetição de algo que vem se repetindo ao longo destes quase dois mil anos.  Será que cabe falar em uma tradição? Em magistério da igreja? Qual tradição? A de Jesus e dos apóstolos, ou essa que manchou de sangue e vergonha os séculos em nome de um outro jesus? Qual magistério, o dos apóstolos, ou esse outro que inclui alguns papas que nem cristãos eram?
É muito triste, inclusive para mim que por um breve período de tempo tive o "Dom" como diretor espiritual e com o concílio vivi a esperança da mudança que deu origem ao surgimento de verdadeiros santos como o Ir Marcelo, o Leonardo Boff,  frei Beto e D Paulo e Ir Pedro Casaldáliga, e muitos outros além dos atuais como o amigo Cesar Kuzma. É triste constatar que eles na verdade são a exceção. São os perseguidos e cassados como Jon Sobrino, Leonardo Boff, e até assassinados como D. Romero, Pe. Burnier, Pe. Herrique Pereira Neto e o próprio João Paulo I. Esses lutadores, esses verdadeiros guardiões do verdadeiro cristianismo não tem lugar nesta igreja, que sobreviveu anunciando um Cristo que nada tem a ver com o verdadeiro, que não segue os seus ensinamentos. É essa igreja, a mesma que Francisco está tentando colocar nos trilhos, tal como o outro xará seu, de Assis, tentou mas não conseguiu, porque foi traído por seus iguais e sufocado pelo peso de uma igreja imperial, de uma igreja comprometida com o luxo e com a defesa dos poderosos. Espero que o nosso Francisco não morra de desgosto como o outro que não conseguiu fazer valer a regra que queria para sua ordem mendicante.
Sei que muita gente vai me achar, para variar, herege, mas já não tenho ilusões e nem certezas quanto ao que chegou até nós da verdadeira tradição dos primeiros tempos.
 Sei que vivemos tempos em que tudo parece desmoronar e isso me dá uma sensação boa, a de que é possível que Francisco de Roma consiga a restauração da instituição que Francisco de Assis não conseguiu.
Por hora me contento em tentar ser como aquelas primeiras comunidades, que se reuniam para ouvir a palavra, partiam o pão nas casas, e tentavam fazer do amor a sua maior lei, sendo que este último tópico confesso ainda é muito difícil de cumprir.


História dos 21 Concílios da Igreja – de Niceia ao Vaticano II Christopher M. Bellito Edições Loyola
A Igreja Católica – Hans Kung – Objetiva
História do Cristianismo- Paul Johnson- Imago

20 de outubro de 2017

Flores




Não sei se ainda há tempo,
Com tanto asfalto,
E tanto cimento.
Não sei se ainda vale a pena,
Lembrar e falar de pensamentos.
Com tantos letreiros luminosos
E caminhos tão escuros.
O que fazer
Se ainda existem pássaros
que insistem em voar?
Uma espingarda?
E o que dizer de flores,
Que resolutas, insistem em crescer?
Uma tesoura?
Loucura?
Insanidade santa,
Bendita seja,
Esta esquizofrenia aprendiz
Que insiste em acreditar
Que apesar da escuridão,
Possa eu ainda ver uma luz
e acreditar no poeta de Itabira,
saudoso Drummond,
que afirma ter visto,
uma flor nascer no asfalto.
( J Ricardo A. Oliveira)

19 de outubro de 2017

Quando o comportamento de certos prelados nos angustiam



Escrevendo para uma amiga no facebook, eu disse a ela que eu já tinha ficado muito angustiado, mas uma luz brotou no meu coração e comecei a ver com outros olhos e com outro entendimento toda essa situação.
Somos eternos, dois milênios nos separam de Jesus, por mais que os Constantinos paganizem a mensagem do mestre, e uma malta de maus papas tenham desviado o caminho traçado por Jesus e os apóstolos, sempre haverá um Francisco de Assis sendo enviado pelo espírito Santo para reconstruir a eclésia e retomar a construção do Reino que parecia perdida entre as pompas, o luxo e a luxuria dos maus clerigos.
E mesmo mais de mil anos passados quando depois de um papado desatroso e um papado mais próximo do fundamentalismo como foi Bento, que revogou as excomunhões de Lefebrvistas, o Espirito Santo mais uma vez nos surpreende nos mandando outro Francisco, o Francisco do fim do mundo, Latinoamericano, o Francisco de Roma.
Tudo isso acabou por suavisar minha angústia. As portas do inferno não prevalecerão sobre a minha igreja diz a escritura.
Os tempos são cinzentos,não há dúvida, há sim muitas nuvens no céu e por muitas vezes é muito desanimador. 

De minha parte sinto tanta ou mais angústia como a que sentia naqueles anos de chumbo.
Mas é preciso seguir, como profeticamente o Vandré nos fez cantar naquela noite inesquecivel, naquele Maracanazinho lotado.
Vamos novamente "caminhando , cantando e seguindo a canção". Os poetas são sábios e nos ensinam que "é preciso cantar, mais que nunca é preciso cantar", porque de minha parte, "a sorrir, eu pretendo levar a vida, pois chorando eu vi a mocidade perdida".
Eu quase consigo ouvir outra vez a Nara Leão cantado: Finda a tempestade, o Sol Nascerá...







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17 de outubro de 2017

Diaconisas

                                                      Febe a diacosnisa do novo testamento
Eu fico realmente curioso com a capacidade para fazer distorções que foram feitas e articuladas ao longo dos anos e que distorceram até as escrituras.
É curioso que de maneira desonesta, e se orgulham de rechaçar tudo o que não é “canônico”, falam dos apócrifos como se fossem escrituras do próprio demônio, mas se aproveitam dele para contar a história de Maria já que não se encontra nos evangelhos oficiais os vários fatos da ascendência e vida de Maria instrutora e primeira discípula do mestre.
Fica difícil negar as evidências bíblicas sobre as diaconisas, dizendo que seu fundamento não está na Bíblia, mas em autores consagrados.
Mas não seria Febe uma diaconisa?
Ou estaria a Bíblia Ave Maria errada?
Ou será que o erro é de Paulo autor da carta aos Romanos ?
E não me venham com uma destas desculpas esfarrapadas, que ao longo dos tempos, o magistério da igreja tem dado e que não convencem nem mais às crianças.
Atentem que no Segundo Testamento Grego, está registrado que “diakonos”, em Rm 16,1, é substantivo, acusativo, feminino, singular.
Se o texto em Romanos não for suficiente temos como alternativa o texto em 1Timóteo que coloco em duas versões na Bíblia Ferreira de Almeida e na Ave Maria:
Em Timóteo, temos uma série orientações acerca do diácono:
I Tim. 3.9
Os diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de lucros desonestos. 9-Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. 10-"Devem ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem como diáconos."[u]11-As mulheres igualmente sejam dignas, não caluniadoras, mas sóbrias e confiáveis em tudo[/u].12-O diácono deve ser marido de uma só mulher e governar bem seus filhos e sua própria casa. ( Biblia Ferreira se Almeida)
I Tim. 3.9
Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro; 9.que guardem o mistério da fé numa consciência pura. 10.Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis.[u] 11.As mulheres também sejam honestas, não difamadoras, mas sóbrias e fiéis em tudo.[/u] 12.Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa. 13.E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo.( Bíblia Ave Maia)
A tudo isso devemos levar em consideração que nesta época a realidade do cristianismo era bem diversa da de nossos dias. Ainda não havia ocorrido a rendição à Roma, e nem mesmo existiam os sacerdotes ordenados como os conhecemos hoje, fruto da assimilação e inculturação com as religiões pagãs de Roma, uma vez que dois eram os entendimentos naquela época:
Ou todos os batizados eram tidos como sacerdotes, ou de que só havia um único sacerdote verdadeiro o Cristo.
Aliás, isso era o grande diferencial do caminho instituído por Jesus para a construção do Reino. Eram os pagãos que valorizavam os sacerdotes entre o homem e os deuses. Eram os sacerdotes que se incumbiam de aplacar a ira dos deuses. Para os cristãos que tinham um único e verdadeiro Deus e que Jesus revelou ser um abah, paizinho amoroso, não havia ira a ser acalmada e muito menos a necessidade de intermediário entre o pai amoroso e seus filhinhos.
"A idéia de "ordem" não tem origem bíblica. Tem origem política.
"Ordenação (ordinatio) era o termo técnico empregado no império romano para designar a nomeação de um funcionário imperial. Hoje se diz que a pessoa foi "nomeada" para um cargo. Naquela época se dizia que foi "ordenada".
Desde que Constantino transformou a Igreja num braço religioso do império romano, no século IV, os bispos, sacerdotes e diáconos passaram a fazer parte da hierarquia dos funcionários do império, com o direito de ostentarem títulos (como "pontífice" para o Papa) e vestes (como o pálio e a estola) que realçavam sua dignidade imperial. Mas o termo "hierarquia" só passou a ser aplicado à estrutura da Igreja a partir do século V. Introduzido por Dionísio Areopagita, como adequado a uma instituição que copiava seu modelo de Estado absolutista com sua pirâmide de poder.
O termo evangélico(bíblico) adequado aos ministérios estruturados na Igreja é "Diaconia" que significa "serviço".
(Sacramento da Ordem, A comunidade de Fé, pag. 126, Editora Ática - autor: Frei Betto)
O Conclio de Calcedônia, em 451, proibiu as "ordenações absolutas", sem relação a uma comunidade eclesial. Entenderam os bispos reunidos no concílio que é validamente ministro da Igreja quem for chamado e aceito por uma comunidade. Portanto, a ordenção incluia, naquele tempo, não só a imposição das mãos do bispo, mas também a inserção numa comunidade eclesial. E o padre que ficasse sem comunidade ficava também sem ministério na Igreja. Isso durou até o século XII. Portanto, durante mais de dez séculos, o "ser" do sacerdote esteve vinculado ao "fazer".
Não se concebia o sacerdócio como algo em si mesmo, como algo desligado do serviço a uma comunidade. Inclusive o quarto Concílio de Toledo, em 633, determinou que os bispos, padres e diáconos que haviam sido destituídos de suas funções por alguma falta grave, só poderiam retomá-las mediante nova ordenação.
Foi durante o século XII e XIII que se elaborou a teologia do sacramento da ordem. Era um momento em que a Igreja já não estava mais organizada em comunidades e sim em territórios feudais. A divisão geográfica passou a predominar sobre a dimensão comunitária.
(Sacramento da Ordem, Comunidade de Fé, pag. 127, ed. Ática, autor: Frei Betto)
...No terceiro Concílio de Latrão, em 1179, aceita-se que um sacerdote sem comunidade possa continuar no exercício de seu ministério desde que o bispo assuma seu sustento.
Da concepção de ministério como serviço à comunidade passou-se a idéia de um funcionário de culto mantido pelo bispo ou pela sua diocese.
E o quarto Concílio de Latrão, em 1215, declarou que a eucaristia só pode ser celebrada por um sacerdote devidamente ordenado - o que veio a reduzir a função do sacerdote à celebração eucarística, ainda que não esteja vinculado a uma comunidade ou mantenha um estilo de vida aparentemente pouco evangélico.
Ministérios e Carismas no Novo Testamento (NT)
(...) No NT são chamados "ministros" ou "diáconos" aqueles que exercem uma função de serviço a comunidade cristã. Função concedida pela própria comunidade ou por seu responsável (At 1, 17.25; 6,4;Rm11,13; 12,7; 1Cor 3,5; 12,5; 2Cor 4,1; 2Tm 4,5) É o caso dos "Bispos"  vigilantes), que presidem a comunidade; dos "presbíteros"( = anciãos) ou sacerdotes, e dos "diáconos"  servidores), que se dedicam especialmente aos cuidados dos pobres (At 6, 1-7)
(Sacramento da Ordem, Comunidade de Fé, pag. 128 - ed.Ática - autor: Frei Betto)
Essas mulheres maravilhosas e seus ministérios
É muito triste que se observe esse tipo de mentalidade misógina ainda hoje quando o mundo já deu tantas voltas.
Na décadade 80 eu estive numa comunidade uma certa vez e quem celebrou a ceia foi exatamente uma mulher, ela era a mais velha do grupo e por isso sua experiência falava mais alto. Ela é a parteira, é a conselheira, a rezadeira e porque não, a presbítera ?
Voltei com a alma lavada e agradecido a Deus por esta surpresa. Na verdade eu fui convidado para conhecer esse grupo e para vez por outra, estar com eles em suas reuniões e celebrações.
Eles são um grupo independente composto por alguns católicos, espíritas e dois ex evangélicos. Reúnem-se para discutir suas necessidades, estudar a palavra e celebrar uma ceia.
Cantam rezam e se alegram na partilha da palavra e da vida.
Eu não sabia que uma mulher liderava o grupo e pude ver de perto o quanto ela é cheia do Espirito Santo e com que autoridade ela proclama as coisas de Deus e os orienta em suas necessidades. Quanta sabedoria, quanto conhecimento numa mulher de uns 60 ou 70 anos presumidos e não mais de um metro e meio de altura.
Que Deus seja louvado, porque onde o Espírito santo atua verdadeiramente as hierarquias humanas não são capazes de impedir a que ele sopre e conduza o seu povo.
(J.Ricardo A Oliveira)

16 de outubro de 2017

Geraldo Magela, o doidinho de Deus

Geraldo era alguém muito interessante. Um jovem teimoso e insistente.
Era fraco e doente e ninguém o queria. Mas ele insistia e diante da negativa das ordens religiosos em aceita-lo partiu para o inusitado, resolveu perseguir pelo caminho os redentoristas até que eles não tiveram como não aceita-lo. Mas mesmo assim foi enviado para a ordem com um bilhete que lhe qualificava como um jovem fraco, doente e  inútil.
Ele não se importava. Dizia que queria ser santo. Aliás, foi isso que escreveu no bilhete que deixou em casa quando fugiu para ir atrás dos redentoristas: “Vou ser santo”.


Aprontou todas para atender aos pobres e excluídos, e fazia isso com a autoridade de quem era intimo da madona e do menino. Afinal era com ele que na sua infância ele brincava, e era sempre ela, a madona, que o presenteava com o pãozinho de farinha branca, que em casa ninguém compreendia onde ele tinha conseguido. Eram muito pobres, esses luxos naquela época eram coisa de quem tinha muitos recursos. E ele com naturalidade dizia que fora a Madona, a mãe de seu amigo, que lhe havia presenteado. Chegou a causar  suspeitas em sua mãe... Mas esse era Geraldo, que na necessidade se fazia de alfaiate para sustentar a família, sem nunca compreender como ele conseguia tal proeza sem nunca ter aprendido o oficio. Mas fazia muito mais, não sabia negar comida a quem pedia e como porteiro esvaziava a dispensa  para que nenhum pobre sentisse fome... Isso quase lhe causava castigos, mas sempre era socorrido por seu amigo e pela madona que sem que ele soubesse providenciavam tudo para que nada faltasse.
Geraldo nunca se ordenou, foi sempre um irmão na ordem e causava espanto por seus hábitos estranhos, tais como dormir no chão sob o altar, dizendo que não queria se afastar de seu grande amigo. Outras vezes conversava e convencia assaltantes a não lhe roubar e a se converter. São tantas as histórias. Talvez por isso seja um santo com tantos devotos, especialmente entre os necessitados e os perseguidos.

Ele era o doidinho de Deus, era assim que o chamavam, o louquinho que nos convida a ir além das etiquetas e dos padrões para fazer a vontade daquele seu particular amigo, Jesus, que para ele era o prisioneiro do sacrário... posso dizer que foi ele que me apresentou a esse modo de se referir a Jesus: "O prisoneiro do altar", "o prisioneiro do sacrário".
 Que Geraldo nos inspire com sua vida completamente incomum, toda ela dedicada ao amor aos “pequeninos” de Jesus.

10 de outubro de 2017

Reflexões - de volta ao começo

E em meio a um sentimento cinzento, já sem muito estímulo, diante do que parece ser o desmonte total de todos os bons caminhos e do que aceditávamos que poderia ser uma possibilidade de crescimento e evolução, para um tempo em que o país, a nossa cidade e o nosso povo atingisse gradativamente dias melhores; assim meio sem esperança, topei com uma postagem que o face me trouxe para recordar. Acho que é isso, preciso olhar essa história por essa perspectiva. Preciso voltar ao começo...
Chega um momento que é preciso ter consciência de que não adianta continuar enfrentando forças desproporcionais e absurdamente maiores que a nossa capacidade. Nestes momentos é preciso usar a inteligencia e parar, rever a estratégia e reorganizar-se para encontrar o melhor caminho.
Há momentos que é tempo de dar um tempo. Tempo de paradas, de introspecção.Gandhi dizia que devemos ser a mudança que queremos ver no mundo.
Concluo que então é preciso mudar e a mudança precisa ser feita aqui e agora, em mim.
Da mesma forma que o Dr. Ihaleakala Hew Len Ph.D, divulgador do Ho'oponopono, diz que o que quer que aconteça, para que mude, temos que mudar em nós as nossas memórias, para que então a realidade a nossa volta mude. E foi assim que ele mudou toda a realidade de um manicômio com pacientes de alta periculosidade.
Da mesma forma o Teosofista e astrólogo Dane Rudiar dizia que "Não são as coisas que nos acontecem, somos nós que acontecemos às coisas",
É hora de dar uma parada, empreender uma viagem para o interior, voltar ao começo e de lá reedificar a vida e o caminho.

De volta ao começo
(Gonzaguinha)
E o menino com o brilho do sol
Na menina dos olhos
Sorri e estende a mão
Entregando o seu coração
E eu entrego o meu coração
E eu entro na roda
E canto as antigas cantigas
De amigo irmão
As canções de amanhecer
Lumiar e escuridão
E é como se eu despertasse de um sonho
Que não me deixou viver
E a vida explodisse em meu peito
Com as cores que eu não sonhei
E é como se eu descobrisse que a força
Esteve o tempo todo em mim
E é como se então de repente eu chegasse
Ao fundo do fim
De volta ao começo
Ao fundo do fim
De volta ao começo


23 de setembro de 2017

"A CONSPIRAÇÃO ESPIRITUAL"


Não se trata do fim do mundo, isso seria muito pequeno para um Criador tão sofisticado que criou tanta beleza e perfeição.
Mas neste momento do dia 23 de setembro se 2017 temos:
No céu a imagem linda da conjunção astrológica , descrita no livro da Revelação, o "Apocalipse".

E quem olhar para o céu neste dia 23 de setembro poderá contemplar essa passagem do Apocalipse:
"E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. E estava grávida e com dores de parto e gritava com ânsias de dar à luz. E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças sete diademas. E a sua calda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que havia de dar à luz, para que, dando ela à luz, lhe tragasse o filho. E deu à luz um filho, um vara, que há de reger todas as nações com vara de ferro; e seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono."
1 - Uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés: A mulher é a representação da constelação de Virgem (uma moça). O sentido de "mulher vestida de Sol" é porque o Sol encontra-se praticamente encima da constelação de Virgem. Abaixo da constelação de Virgem (nos seus pés), na visão astronômica no dia 23 de Setembro, encontra-se a Lua.

2 - ... E uma coroa de Doze Estrelas sobre a cabeça: A coroa de 12 estrelas é o alinhamento entre Vênus, Marte, Mercúrio, Sol, Júpiter, Lua, Regalus e outras 5 estrelas da constelação de Leão (12 estrelas na cabeça).

3 - E estava grávida e com dores de parto e gritava por ânsias de dar à luz: Essa é a parte mais intrigante. Há 9 meses atrás (tempo comum de gestação humana) por volta de 15 de Dezembro de 2016, Júpiter entrou no "ventre" da constelação de Virgem. Nove meses após, (dia 09 de Setembro de 2017) ele sai do ventre. Virgem, portanto, nesse processo de gestação, dá à Luz à Júpiter que, nesse momento, sai do seu ventre e participa do grande alinhamento do dia 23.

4 - E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete diademas: A interpretação dessa passagem de Apocalipse 12 é realmente complexa. Seria o dragão vermelho, o tão chamado Nibiru? O planeta higienizador que, a cada 3.600 anos passa pelo nosso sistema solar para realizar um processo de purificação solar e planetária (em questões de energia)? As sete cabeças com dez chifres e mais sete diademas, lembra-nos do calendário Hebraico, aonde o ano de 2017 é o ano 5777. O 7, nos fundamentos da Cabala, é o número espiritual do progresso, da elevação, da Luz. Também, coincidência ou não, temos os 7 chacras, as 7 cores do arco-íris, os 7 raios e, por fim, 7 principais alinhamentos que são Vênus, Marte, Mercúrio, Júpiter, Sol, Lua e Regalus. 
Seriam, portanto, essas as sete cabeças e sete diademas? 
Para poder entender o que significa a simbologia das sete cabeças e os dez chifres, citados em Ap 13,1, precisamos compreender o período histórico que as comunidades cristãs da época estavam vivendo. O capítulo 13 do livro do Apocalipse reflete a situação da época a dominação do Império Romano e este capítulo critica essa dominação. É época do Imperador Domiciano (81 a 96 d.C.), em que as comunidades cristãs em todo o império começam a ser perseguidas, excluídas e oprimidas. E neste mesmo capítulo 13 a figura central é a besta como a representação do império romano, da opressão e perseguição às comunidades cristãs. Por isso a besta tem dez chifres e sete cabeças que estão explicados em Ap 17,9 -12. Em Ap 17, 9 as sete cabeças são as sete colinas onde está a cidade de Roma e seus sete imperadores. Em Ap 17, 12, os dez chifres representam os dez reis até Domiciano.

As comunidades cristãs oprimidas e perseguidas pelo Império Romano apresentam neste capítulo 13 as duas formas da besta, uma em Ap 13,1-10, a que surge do mar (o Império com todo seu aparato dominador) e em Ap 13, 11-18 a que surge da terra (está se referindo a ela como Falso Profeta, a sua ideologia).

Ainda é preciso detalhar que no Ap 13,1 temos a besta com dez chifres, que são os dez reis e as sete cabeças, que representam as sete colinas da cidade de Roma, e sobre cada um dos dez chifres temos as diademas -> alusão ao reis, pois são eles que usam diademas e ainda sobre as dez cabeças os nomes blasfemos, dos reis em cada uma delas.

Uma chave para entender e interpretar Ap 13 encontramos em Dn 7,3-7 em que a Besta tem as características de animais selvagens: o leão, o urso e o leopardo, e um outro animal com aparência terrível e extremamente forte, que também saem do mar e representavam os impérios que dominaram o povo de Israel até a época de Daniel (os Assírios, Babilônios, Persas e Gregos). Uma dominação que tem um caráter animalesco e selvagem e por isso a sua representação é em forma desses animais selvagens. As comunidades cristãs da época dos anos 90 d.C. sofrem uma dominação e opressão do Império Romano em escala ainda maior que aquela da época até Daniel e por isso a representação da besta, com sete cabeças e dez chifres.



Quanto a Conspiração:
"Na superfície da Terra, exatamente agora, há guerra, violência, e tudo parece escuro.
Mas, simultaneamente, algo silencioso, calmo e oculto está acontecendo, e certas pessoas estão sendo chamadas por uma luz mais elevada. Uma revolução silenciosa está se instalando de dentro para fora.
De baixo para cima. É uma operação global.
É uma conspiração espiritual!
Há células dessa operação em cada nação do planeta.
Vocês não vão nos assistir na TV.
Nem ler sobre "nós" nos jornais.
Nem ouvir "nossas palavras" nos rádios.
Não buscamos a glória e nem usamos uniformes.
"Nós" chegamos em diversas formas e tamanhos diferentes.
Temos costumes e cores diferentes.
A maioria trabalha anonimamente. Silenciosamente. Fora de cena. Em cada cultura do mundo.
Você talvez cruze conosco nas ruas e nem perceba... Seguimos disfarçados, ficamos por trás dos eventos.
E não nos importamos com quem ganha os louros do resultado, e sim, que se realize o trabalho.
De vez enquanto nos encontramos pelas ruas. Trocamos olhares de reconhecimento e seguimos nosso caminho.
Durante o dia muitos se disfarçam em seus empregos normais.
Mas é à noite, por trás de nossas aparências, que o verdadeiro trabalho se inicia. Alguns nos chamam de Exército da Consciência. Vamos seguindo com alegria e paixão.
Lentamente estamos construindo um novo mundo. Com o poder de nossos corações e mentes.
Nossas ordens nos chegam da Inteligência Espiritual e Central (Deus).
Estamos jogando bombas suaves de amor sem que ninguém note e em todos os lugares.
São poemas, abraços, musicas, fotos, filmes, palavras carinhosas, sorrisos, meditações, preces, amizades desinteressadas, danças, ativismo social, sites, blogs, atos de bondade...
Expressamo-nos de uma forma única e pessoal, com nossos talentos e dons, sendo a mudança que queremos ver no mundo.
Essa é a força que move nossos corações.
Sabemos que essa é a única forma de conseguir realizar a verdadeira transformação.
Sabemos que no silêncio e na humildade temos o poder de todos os oceanos juntos.
Nosso trabalho é lento e meticuloso, como na formação das montanhas.
O AMOR será a religião do século 21.
Sem pré-requisitos de grau de educação.
Sem requisitar um conhecimento excepcional para sua compreensão, porque nasce da inteligência do coração, escondida pela eternidade no pulso evolucionário de todo ser humano.
Seja também a mudança que você quer ver acontecer no mundo. Ninguém pode fazer esse trabalho por você.
Nós estamos recrutando...
Talvez você se junte a nós.
Ou talvez já tenha se unido e nem saiba!
Todos são bem-vindos!
A porta está aberta."



*parte deste texto é assinado por um jovem que responde pelo apelido de Sensipeter.
O original em inglês pode ser encontrado em:
http://lightworkers.org/content/55855/a-spiritual-conspiracy



12 de agosto de 2017

Há muitas sombras no horizonte


Estamos começando a viver tempos difícies. Algums declarações absurdas parece que fazem eco em pessoas invigilantes. A psicosfera começa a ficar muito densa e já há que esteja desenvolvendo pânico e com isso somando energia às "foras pensamento" de vibração deletérias.
Já há muito tempo alguns autores vêm falando deste momento em que os paradigmas iriam mudar e ao que tudo indica não será uma mudança harmônica e suave.

As velhas respostas não servem mais para as novas perguntas. As velhas práticas já não resolvem os novos desafios. A violência parece que se espalha mundo a fora, rumores de guerra, a mentira parece ter assumido o comando apelidada de pós-verdade, já há quem fale de “Egoísmo absoluto” como coisa salutar. Agora volta-se a falar em “supremacia branca” e entre nós a Lei de Gerson e a Razão Cínica parecem ser a tônica.  Muitos de nós meio que estupefatos acabamos por entrar na mesma vibração de desespero e pânico. Ficamos reverberando, maldizendo e criticando quando devemos atentar que as velhas formas já não vão resolver. Não é de hoje que autores vêm nos brindando com inúmeras lições que nos servem na medida para estes tempos. É hora de colocar preconceitos de lado e nos preparar para ser LUZ no meio das trevas que se avizinham.
Em 1901, na Índia um livro já falava em “formas pensamento” e sua capacidade destrutiva. Pois bem a nova física vem demonstrando exatamente como podemos neutralizar esta influencias que nos fazem tão mal e que são produzidas por nós próprios. Autores como os físicos Frijof Cappra e Amit Goswami podem nos ajudar a entender e a como proceder neste tempo difícil que vamos enfrentar.


Tempo em que será imprescindível vibrar muita Luz, amor e Paz, para desfazer essas "formas pensamento" que a todo momento são potencializadas com o terrível estado de coisas que vivemos. Vamos ter que ser fortes na manutenção de uma vibração forte. Não podemos dar passagem para o desespero que vai aos poucos tomando a maior parte da população. Acho que chegou a hora de realmente começarmos a realizar a missão para a qual encarnamos nesta época e para a qual temos nos preparado todo este tempo.
Temos que ser Luz nas trevas que se avizinham.

11 de agosto de 2017

A dificil arte da convivência

Eu realmente gostaria de entender o que está acontecendo no mundo. 
Parece que  num repente todo mundo perdeu o senso de medida e passou a achar que pode dizer e fazer o que bem entende para além do respeito e da caridade para com o próximo. De postagens na rede social à nova treta com a  composição do Chico as metralhadoras estão sempre à postos. E lá vem pedras...tenho a impressão que alguma coisa destravou a censura e o ego inflado passou a dominar.  Em conjunto com o “caboclo reclamador” a intolerância vem também crescendo a olhos vistos. O pior é que muitos não percebem que se comportam exatamente da forma que criticam. A capacidade de raciocínio parece que se tornou inversamente proporcional à capacidade de ouvir e interpretar os fatos.
 Desta forma, que ninguém se assuste que alguém defenda veementemente a criminalização do aborto por ele ser contra a VIDA e, essa mesma pessoa afirmar que: ”bandido bom é bandido morto” ou que ela defenda a pena de morte como solução para a diminuição da criminalidade. Além disso parece que vivemos na era dos preconceitos.  Tenho me perguntado quando foi que perdemos a capacidade de nos relacionar com o que é diferente. Porque é tão difícil aceitar hoje a individualidade e a pluralidade. Porque não nos damos conta de nossa rigidez quando criticamos tanto a dos outros.
Tenho pensado muito que o mundo não é pasteurizado, há uma pluralidade de cores de sons de nuances. Um cristal apresenta faces que revelam aspectos diferentes de uma mesma realidade. Porque mesmo tendo preferência por um lado eu não posso tolerar, e aceitar que outros possam ter preferências diferentes.
Sinto que estamos nos aproximando de uma encruzilhada muito difícil de ser ultrapassada e que só conseguiremos atravessá-la se formos capazes de ir além das divergências e juntos, de mãos dadas, nos ajudemos mutuamente. Caso contrário será o fim, a destruição, o extermínio.


São tempos difíceis que amar passou a ser piegas. Consumir é a palavra de ordem, quando o que nos salvará será justamente o seu oposto, o comungar, ou seja, a capacidade de se fazer um com o outro, a capacidade de saborear a presença ou preservar as individualidades na relação em comum.
É preciso resgatar sorrisos, promover encontros  de amizade semear amor e colher compaixão.
O projeto humano é  bonito demais para se perder pelos caminhos do egoísmo e da violência barata, frutos da ganância e da sede de poder.



10 de agosto de 2017

Salve Santa Clara de Assis a companheira de Francisco


                              Santa Clara de Assis  16/6/1194 - 11/8/1253

Segundo a tradição, o seu nome vem de uma inspiração dada à sua religiosa mãe, de que haveria de ter uma filha que iluminaria o mundo.
Pertencia a uma família e era dotada de grande beleza. Destacou-se desde cedo  aos pequenos, tanto que, ao deparar-se com a pobreza evangélica vivida por Francisco foi tomada pela irresistível tendência religiosa de segui-lo.
Clara a despeito do que muitos dizem era apaixonada por Francisco e ele por ela, é uma pena que a realidade do relacionamento deles tenha ficado sepultada pelos preconceitos puritanos que acham que a santidade está acima das característica básicas do ser humano.



Ouvi, pobrezinhas, pelo Senhor chamadas,
que de muitas partes e províncias fostes congregadas:
vivei sempre na verdade, para morrerdes na obediência.
Não olheis a vida de fora, porque a do espírito é melhor.
Eu vos rogo com grande amor,
que tenhais discrição nas esmolas que vos dá o Senhor.
As que estão por doença agravadas
e as outras que por elas estão fatigadas,
umas e outras suportai-o em paz,
pois havereis de vender bem caro essa fadiga,
porque cada uma ser rainha
no céu coroada com a Virgem
 Maria.

Este cântico foi composto por São Francisco, já à beira da morte, para as Irmãs clarissas de São Damião entre 1225 e 1226.

7 de agosto de 2017

Perplexidade



Em muitos anos de vida sinto uma estranha sensação. Percebo que a cada dia as certezas diminuem, e as dúvidas se avolumam. Sempre gostei daquela frase que diz: quando acho que tenho todas as respostas, vem a vida e me mostra uma infinidade de novas perguntas. 
É mais do que isso, a sensação é de não ter mais chão, de que o projeto humano está por um fio muito tênue, prestes a se romper...
Nâo é depressão, não é pessimismo, o termo que melhor define é perplexidade.
Quando vejo  a mentira ser utilizada para enganar as pessoas de forma sórdida, e ainda ser apelidade de pós verdades. Quando vejo que valores éticos  parece se  desfazer em meio a um mar de corrupção onde justiça se confunde com levar vantagens. Quando vejo  atiradores entrando em templos, escolas, cinemas e matando sem a menor cerimônia... Quando constato uma quantidade de réus em um processo onde as dúvidas sobre a idoneidade dos acusados não são maiores do que as que pairam sobre os acusadores e pior sobre aqueles que deveriam ser isentos para julgar...Quando leio que na instituição igreja católica eminências pardas que possibilitam lavagem de dinheiro, investimentos em armas de morte se colocam de forma covarde contra um papa que veio restaurar os ensinamentos do mestre Jesus... Quando vejo pastores distorcendo a Bíblia em busca do próprio enriquecimento, e gente de todos os tipos de manifestação religiosa e espiritual mais preocupadas com o aspecto material, eu sinto uma estranha sensação de não saber onde estou e para onde quero ir.
Só o que me resta são dúvidas, e no meio delas uma única certeza de que o que quer que eu ainda acredite, está dentro de mim, bem lá no fundo do meu coração. E é para essa "coisa" que não ouso nomear, porque tenho medo que também me seja roubada, é para essa realidade que me aquece e ainda ilumina os meus pensamentos e a minha consciência que eu rezo todos os dias...
"O reino de Deus está no meio de vós" foi o que Ele disse...

1 de agosto de 2017

Coisas do progresso



Hoje pela manhã, ao me aproximar da esquina, notei um grupo de moradores em acalorada conversa.  Alguns reconheci como vizinhos e ao parar para atravessar pude ouvir parte da conversa.  Confabulavam sobre a expulsão de alguém, falavam do barulho e do incomodo, e de que não era possível conviver com esse absurdo. Já pensando tratar-se de algum morador incômodo, desses que ao ouvirem música, não se contentam de ouvir sozinhos, e insistem que todos ouçam suas preferencias musicais compulsoriamente, ou de alguém que na calada da noite causa  intermináveis “DRs” ou discussões outras com a participação silenciosa de toda a vizinhança. Decobri que qual nada, logo verifiquei que se tratava de um canto.
Pensei: seria algum cantor lírico a ensaiar nas madrugadas, ou quem sabe os sabiás  já estariam precocemente começando a anunciar a primavera, como já aconteceu há alguns anos atrás e causou tanta revolta em gente desacostumada a ouvir os pássaros.

Não, era sim uma ave, um Galo cantor!
 
Tenho que Confessar que já o tinha ouvido no silencio da madrugada. Não nego que senti um certo saudosismo de minha infância e adolescência quando eram comuns na vizinhança e até no quintal de meus avós os galinheiros. Mas com o progresso que a tudo corrompe e destrói com a desculpa de melhorar a vida da população, os tornou cada vez mais raros e um canto de galo em plena manhã é, pelo menos para mim um alento de que a natureza ainda não desistiu de nós, apesar do tanto que a temos maltratado.
Então era esse o motivo da revolta e do complô. Era preciso expulsar o galo! Certamente ele estava distraindo a atenção e perturbardo quem já se acostumou com os gritos de socorro na madrugada, ou com os tiros seguidos de correria, ou quem sabe, com as descargas barulhentas (será que acham barulhentas?)  
dos automóveis dos frequentadores dos bares. Talvez prefiram as rizadas e o falatório dos frequentadores dos bares animados pelo elevado estado etílico...


 
Andando pela rua em direção ao trabalho fiquei pensando em como nos afastamos da natureza e de como hoje não nos reconhecemos como parte dela. Será que alguém se dá conta de que este afastamento está na base de tantas doenças e da maior e mais frequente delas a depressão?
Não ! Galos são coisa de gente pobre, a menos que estejam maquiados e disfarçados em bandejinhas nas geladeiras de supermercados. Estes já não podem cantar nem incomodar nossas neuroses cotidianas.
Veio a minha mente a alegria, a felicidade que ainda hoje sinto quando ouço em meio a madrugada, quando em viagens pelo interior, os sons da natureza, o cantar dos galos, o piar dos pássaros noturnos...
E por falar em saudosismo lembrei do saudoso Belchior:

“Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,

Que hoje eu trago e tenho
....................................................................
Eu era alegre como um rio, 
Um bicho, um bando de pardais
Como um galo, quando havia, 
Quando havia galos, noites e quintais
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo, 
O mal que a força sempre faz
Não sou feliz, mas não sou mudo, 
Hoje eu canto muito mais”

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