Desde que você chegou por aqui sempre nos entendemos muito bem, eu era um adolescente e seus conselhos a minha mãe me foram muito uteis. Embora houvesse uma grande diferença de idade tínhamos uma visão do cristianismo bem parecida. Tão parecida que acabamos colegas de pré-vestibular para Psicologia. Em nossas conversas o meu e o seu jeito critico sobre algumas posturas combinava perfeitamente, e isso nossos anéis de tucum podiam atestar, até mesmo quando alguns tentavam demonizar esse simbolo da opção cristã pelos mais necessitados. Éramos muitos a lhe admirar. As crianças que corriam ao seu encontro, os jovens, que recebiam as suas broncas cheias de amor, os adultos e os mais velhos a quem você sabia tão bem tranquilizar e aliviar o coração. Você tinha esse dom de saber falar ao coração de cada um, de convencer-nos que o amor de nosso Deus era infinitamente maior do que qualquer falta que pudéssemos cometer.
Você nos ensinou a sermos inclusivos como Jesus, a deixar os julgamentos de lado, a na hora do ofertório, oferecer tudo, mas tudo mesmo, principalmente as nossas limitações, as nossas falhas, a entregar nas mãos do Pai exatamente aquilo que somos, com todos os nossos defeitos. quase posso ouvir você dizendo e olhando para nós: vai! entrega! sem medo! se coloque por inteiro, coloque a sua vida aqui neste altar.
Descanse em Paz Pe. Marques, um descanso merecido depois de tantas ocupações e tantas realizações, os seus amigos especiais são muito gratos pela realização de uma obra fantástica, a Casa da Convivência. São gratas também as muitas famílias que aconselhou como psicólogo/sacerdote, além delas as incontáveis crianças que passaram pelo catecismo da Santo Afonso que durante muitos anos, por sua causa, tinha a fama de ser o melhor da arquidiocese. Foi uma jornada maravilhosa e você meu amigo e confessor, merece toda a nossa admiração.
A igreja do Brasil lhe deve a catequese dos especiais, uma luta sua em um tempo em que ninguém acreditava ser possível. Você desbravou e abriu muitos caminhos, cabe a nós caminhar e aprimorá-los.
Fica para nós essa saudade incomoda e a falta de alguém que celebre a Eucaristia com esse sorriso e essa intimidade que nos fazia sentir Jesus alí, bem perto de nós.
Quem ousará abrir caminhos e ouvir as criticas pela ousadia de fazer o novo?
Quem não se lembra da primeira vez que você colocou as crianças à sua volta no altar
Quem não se lembra da primeira vez que você colocou as crianças à sua volta no altar
no momento da consagração?
Colocar especiais como acólitos?
Santa Ousadia !
Santa Alegria!
Santa disponibilidade para acolher a tantos.
Para nós o sentimento mais forte será sempre a gratidão.
Receba o nosso carinho e no céu continue a rezar por nós.
Até um dia Pe. Marques
+ 22-10-2016
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