O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

19 de abril de 2010

Pedra revela Messias anterior a Jesus ?

Acid :: escreve o Blog (Saindo da Matrix).


Já se falava de um Messias ressuscitado antes de Jesus ter nascido. Pelo menos é essa a interpretação que investigadores fazem da inscrição, em hebraico, numa pedra encontrada no Mar Morto e que data do século I antes de Cristo.

A inscrição na pedra - adquirida por um colecionador israelita na Jordânia, há nove anos - sugere que a ressurreição do Messias não é única nem genuína do cristianismo. De acordo com aquele texto, que investigadores já decifraram, a ressurreição seria um conceito adotado pelo judaísmo ainda antes de o ser pelo cristianismo. A premissa de que Jesus era o Messias e ressuscitou três dias depois de morrer - vencendo a própria morte - serve de base à fé cristã. Confirmar-se que a ressurreição aconteceu antes de Cristo seria pôr em questão o dogma católico da ressurreição de Jesus.

O judaísmo sempre encarou Jesus apenas como um profeta que mudou as crenças tradicionais, mas não como o Messias ou o filho de Deus. Agora, esta descoberta vem reacender o debate, enquanto investigadores decifram as 87 linhas do texto em hebraico, escrito na pedra, e não esculpido, em duas colunas.

Irás viver

A imprensa israelita chama a pedra de "A Visão de Gabriel", uma vez que grande parte do texto remete para uma visão do Apocalipse transmitida pelo anjo Gabriel. Israel Knohl, professor de estudos bíblicos da Universidade Hebraica de Jerusalém, explicou que se trata de um texto profético escrito no século I antes de Cristo, e que cita este anjo dizendo a um certo "príncipe dos príncipes": "Daqui a três dias irás viver. Eu Gabriel, te ordeno".

Na interpretação do Sr. Knohl, o texto trata de uma figura messiânica que ele acha ser Simão. Acredita também que os escritores da história seriam os seguidores de Simão. No texto, o Sr. Knohl aponta que a morte e sofrimento desse Messias seriam necessárias para a salvação, segundo as linhas 19 a 21 da inscrição: "Em três dias, você saberá que o mal será derrotado pela justiça", e outras linhas que falam de sangue e sacrifício como o caminho para a justiça.

Dois investigadores israelitas, Ada Yardeni e Binyamin Elitzur, publicaram uma análise detalhada do escrito em 2007, confirmando a data. No entanto, consideraram indecifrável a palavra que se segue a "daqui a três dias", na 80ª linha. Knohl, por seu turno, argumenta que a palavra é "Hayeh" ou "viver" no imperativo. Segundo a interpretação deste docente, a lápide sugere a ideia de que o sangue do Messias morto e ressuscitado é necessário para atingir a redenção, o que demonstraria que a premissa terá sido adotada pelo judaísmo antes de o ser pelo cristianismo, já que o texto foi escrito previamente. Knohl sublinha que esta interpretação sustenta uma teoria que ele já tinha exposto num livro editado em 2000, segundo a qual existia um Messias antes de Cristo. Ele diz que um Messias sofredor é um conceito muito diferente da imagem judia tradicional de um Messias triunfante, poderoso descendente de David. "O que acontece no Novo Testamento foi a adoção de Jesus e seus seguidores de uma história anterior sobre um Messias".

Moshe Bar-Asher é respeitoso, mas cauteloso quanto à tese de Knohl: "Há um problema, pois em partes cruciais do texto há palavras faltando. Eu entendo a tendência do Sr. Knohl a achar aí evidências de um período pré-cristão, mas em dois pontos cruciais do texto há várias palavras faltando".
Knohl disse que é menos importante saber se foi ou não Simão o Messias, e mais importante o fato de que o texto sugere que um salvador que morre e ressuscita após 3 dias já era um conceito estabelecido na época de Jesus. "A missão de Jesus foi sofrer e ser morto pelos romanos, para que seu sangue fosse um sinal da redenção que viria. Isto dá a Última Ceia um significado absolutamente diferente. Ele deu o sangue não pelos nossos pecados, mas pela redenção do povo de Israel".

A polêmica revelação do investigador, a partir da sua interpretação dos escritos, foi revelada numa conferência no Museu de Israel, subordinada à celebração dos 60 anos da descoberta dos "Manuscritos do Mar Morto".

Referência:
The Independent;
The New York Times

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