Maria Madalena
Todas as incertezas a respeito de Maria Madalena deve-se à uma projeção totalmente alterada. Ela acabou presa entre as incongruências da interjeição moral cristã e a imagem arquetípica da natureza feminina erótica.
Tudo que se sabe de Maria Madalena é retirado da bíblia ou de fontes apócrifas. A discussão a respeito dessa figura feminina que acompanhou Jesus e seus discípulos no final de sua vida pública perdura por séculos. Pouco se sabe na verdade
Para alguns, ela foi mulher de Jesus, a mais
sábia dos apóstolos e a causadora das revoltas de Pedro, líder do grupo dos 12,
que não suportava vê-la receber de Jesus ensinamentos ocultos. Para outros,
apenas uma seguidora fiel que ajudava financeiramente a causa do Nazareno
Existem poucas citações diretas sobre ela nos quatro
evangelhos, porém ela está nominalmente presente nas passagens mais marcantes
na vida do Cristo, como a Paixão e a Ressurreição. Ela é a discípula que ama o
mestre acima de tudo e é testemunha da Sua Ressurreição, sendo a portadora da
Boa Nova. Por isso ela pode ser considerada a primeira apóstola.
Marcos se refere a Maria Madalena como "aquela que
Jesus havia tirado sete demônios" a referencia da expulsão
de sete demônios (Marcos 16:9 / Lucas 8:2), que na linguagem evangélica
significa libertar da totalidade do poder que aprisiona o homem.
A justaposição nos leva a acreditar que as duas mulheres se identificam em uma só. A mesma história aparece em Mateus e Marcos, mas a mulher sem nome não é tachada de pecadora e lhe foi dada muita importância ao colocá-la na última Ceia, em Betania. Não unge os pés de Jesus, mas sim sua cabeça, de modo mais cerimonial em que se unge os reis, durante a cerimônia de um sacrifício ritual. Ante a indignação dos discípulos, que argumentam que o azeite foi mal gasto, pois poderia ser vendido e dado aos pobres, Jesus pede que sua ação seja considerada como um ato de celebração, dizendo: " Porque os pobres tereis sempre convosco, porém a mim não me tereis sempre (Marcos).
João, no entanto, acrescenta uma complicação a mais ao descrever a ressurreição de Lázaro, onde identifica de forma explícita a Maria de Betania com "a que ungiu ao Senhor com perfumes e lhe ungiu os pés com seus cabelos". João relata a cena no capítulo seguinte de forma muito similar aos outros Evangélicos, não tachando Maria como pecadora: "Então Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, muito caro, ungiu os pés de Jesus e os secou com seus cabelos. E a casa se encheu do odor do perfume". Porém João não identifica em modo algum a Maria de Betania e a Maria Madalena.
Há inúmeras outras citações e publicações sobre esta mulher importantíssima na vida do cristianismo primitivo. Sem dúvida Madalena foi muito mais do que quiseram nos fazer crer.
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