O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

1 de agosto de 2017

Santo Afonso Maria de Ligorio



Santo Afonso Maria de Ligório 
nasceu em Marianella, no Reino de Nápoles, no dia 27 de Setembro de 1696. De rara inteligência, recebeu em 1712 o doutorado em direito civil e canônico. Não lhe faltaram temperamento e dons artísticos: poeta, músico, arquiteto, pintor.
Era o primogênito de uma família bastante numerosa, pertencente à nobreza napolitana. Recebeu uma esmerada educação em ciências humanas, línguas clássicas e modernas, pintura e música. Compôs um Dueto da Paixão, como também o cântico de Natal mais popular da Itália, Tu Scendi dalle Stelle, e numerosos outros hinos. Terminou os estudos universitários alcançando o doutorado nos direitos civil e canônico e começou a exercer a profissão de advogado. No ano 1723, depois de um longo processo de discernimento, abandonou a carreira jurídica e, não obstante a forte oposição do pai, começou os estudos eclesiásticos.
Desde jovem Afonso dedica um carinho especial aos pobres. Participa de diversas confrarias, cuja finalidade era dar assistência aos necessitados. Ajuda, por exemplo:
- Os condenados à morte: Afonso inscreve-se na numa associação de voluntários que conforta na fé os condenados à morte, acompanha-os até o local da execução e faz os funerais.
- Os doentes incuráveis: Afonso pertenceu à Confraria dos Doutores, visitava e cuidava dos doentes do hospital conhecido como hospital dos incuráveis.
- Os "lazzaroni": cerca de trinta mil, vivendo e perambulando pelas ruas e dependendo da caridade alheia. Será seu grupo preferido em Nápoles. Para eles cria chamadas “capelas vespertinas”, uma das grandes iniciativas pastorais de seu século.

 

Evangelização os pobres

Um novo grupo de evangelizadores dos abandonados? - Para quê? Nápoles já tinha tantas congregações. Afonso também fizera para si mesmo todas essas perguntas. Mas havia os que ninguém abraçava, porque eram pobres, grosseiros, que só entendiam de cabras. Os cabreiros. Gente que não dava retorno algum. Só incômodo, despesas e sacrifício. Por isso, viviam abandonados. E o grupo dos congregados do Santíssimo Redentor era para eles.
Uma característica do grupo: não morar fora e longe dos abandonados . As residências do grupo não serão em Nápoles, mas o mais próximo possível dos pobres. Assim o grupo poderá girar mais facilmente entre eles e eles poderão participar mais da vida dos missionários. Irão às suas Igrejas, reunir-se-ão em suas casas para os exercícios espirituais... Não apenas pregam missões: a comunidade, a casa, tudo é missão e missão contínua. Assim os redentoristas, como serão chamados mais tarde, continuam Jesus Redentor que armou sua tenda no meio de nós.Sinal de contradição Afonso foi sinal de contradição. Em primeiro lugar, para a Igreja da época, que deixava no abandono os pobres dos campos.
Diante de uma mentalidade rigorista, que punha a lei e o pecado em primeiro lugar, Afonso apresenta o amor e a misericórdia. Deus nos ama: eis o anúncio predileto de toda a vida de Afonso.
. Afonso convida a uma resposta de amor: diante do amor tão grande de Deus, nós somos levados a amá-lo também.
O amor misericordioso de Deus revela-se de modo especial no sacramento da Reconciliação. Esse sacramento será marcante em sua vida. É o homem da escuta aberta, amiga, amorosa. O homem da reconciliação.
Ele dizia que o confessor deve ser "rico de amor e suave como o mel".
Foi ordenado presbítero a 21 de dezembro de 1726, aos 30 anos. Viveu seus primeiros anos de presbiterado com os sem-teto e os jovens marginalizados de Nápoles. Fundou as "Capelas da Tarde", que eram centros dirigidos pelos próprios jovens para a oração, proclamação da Palavra de Deus, atividades sociais, educação e vida comunitária. Na época da sua morte, havia 72 dessas capelas com mais de 10 mil participantes ativos.
No dia 9 de novembro de 1732, Afonso fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, popularmente conhecida como Redentorista, para seguir o exemplo de Jesus Cristo anunciando a Boa Nova aos pobres e aos mais abandonados. Daí em diante, dedicou-se inteiramente a esta nova missão. Afonso escreveu diversas obras importantes para a Igreja sobre espiritualidade e teologia 111 obras, que tiveram 21.500 edições e foram traduzidas em 72 línguas. Mas, sua maior contribuição para a Igreja foi na área da reflexão teológica moral, com a sua Teologia Moral. Esta obra nasceu da experiência pastoral de Afonso, da sua habilidade em responder às questões práticas apresentadas pelos fiéis e do seu contato com os problemas do dia-a-dia. Combateu o estéril legalismo que estava sufocando a teologia e rejeitou o rigorismo estrito do seu tempo, produto da elite poderosa.
Em 1762, aos 66 anos foi ordenado bispo de Santa Ágata dos Godos.
No dia 1º de agosto de 1787, morreu entre os seus no Convento de Pagani.
Foi canonizado em 1831 pelo Papa Gregório XVI e declarado Doutor da Igreja (1871) e Padroeiro dos Moralistas e Confessores (1950).

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