Ao término de um período de decadência sobre vêm o ponto de mutação. A luz
poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas este não é gerado pela
força... O movimento é natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a
transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo ê
introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí,
portanto, nenhum dano. I Ching
O Físico e autor de alguns livros sobre
Ciência e espiritualidade, Fritjof Capra no seu livro “O ponto de mutação’, nos fala de três transições que estão abalando nossas
vidas e transformando profundamente o
sistema social, econômico e político em todo mundo.
1- “A primeira, e talvez a mais profunda, deve-se ao lento, relutante,
mas inevitável declínio do patriarcado”. Segundo ele, o patriarcado tem sido o
único sistema “que, até data recente, nunca tinha sido abertamente desafiado em
toda a história documentada, e cujas doutrinas eram tão universalmente aceitas
que pareciam constituir leis da natureza; na verdade, eram apresentadas como
tal. Hoje, porém, a desintegração do patriarcado tornou-se evidente. O
movimento feminista é uma das mais fortes correntes culturais do nosso tempo, e
terá um profundo efeito sobre a nossa futura evolução. ”
2- “A segunda transição nos é imposta pelo
declínio da era do combustível fóssil. Essa época será marcada pela transição
para uma era solar, acionada por energia renovável oriunda do Sol e envolverá
transformações profundas em nossos sistemas econômicos e políticos.
3- A terceira transição está relacionada com
valores culturais e envolve o que chamamos de “mudança de paradigma”.
“O paradigma ora em transformação
dominou nossa cultura durante muitas centenas de anos, ao longo dos quais
modelou nossa moderna sociedade ocidental e influenciou significativamente o
resto do mundo.”
A concepção do universo como máquina está dando lugar a uma nova
concepção do universo como um sistema
vivo e isso já pode ser percebido claramente na medida em que crescem as
manifestações e soluções que vêm das minorias criativas e que
respondem aos desafios do nosso tempo.
“A transformação que estamos vivenciando agora poderá muito bem ser
mais dramática do que qualquer das precedentes, porque o ritmo de mudança em nosso tempo é mais célere do que no passado,
porque as mudanças são mais amplas, envolvendo o globo inteiro, e porque várias
transições importantes estão coincidindo.
A crise atual, portanto, não é apenas uma crise de indivíduos, governos ou instituições sociais, é uma transição de dimensões planetárias. Como indivíduos, como sociedade, como civilização e como ecossistema planetário, estamos chegando a um momento decisivo.”
A crise atual, portanto, não é apenas uma crise de indivíduos, governos ou instituições sociais, é uma transição de dimensões planetárias. Como indivíduos, como sociedade, como civilização e como ecossistema planetário, estamos chegando a um momento decisivo.”
“Durante essa fase de reavaliação e renascimento cultural, será
importante minimizar as agruras, a discórdia e as rupturas que inevitavelmente
ocorrem em períodos de grandes mudanças sociais, a fim de tornar a transição
tão indolor quanto possível. Portanto,
é essencial que se vá além dos meros ataques a determinados grupos ou
instituições sociais, mostrando que suas atitudes e comportamento refletem um
sistema de valores que sustenta toda a nossa cultura mas está ficando agora
obsoleto.
As instituições sociais dominantes
recusar-se-ão a entregar seus papéis de protagonistas a essas novas forças
culturais, mas continuarão inevitavelmente a declinar e a
desintegrar-se, e as minorias criativas poderão estar aptas a transformar
alguns dos antigos elementos
Será necessário reconhecer e comunicar amplamente o fato de que as mudanças sociais correntes são
manifestações de uma transformação cultural muito mais ampla e inevitável.
Somente então estaremos aptos a abordar a espécie de transição de cultura
harmoniosa e pacífica descrita num dos mais antigos livros de sabedoria da
humanidade, o I Ching chinês, ou O livro das mutações:
“O movimento é natural, surge espontaneamente. Por essa razão, a
transformação do antigo torna-se fácil. O antigo é descartado, e o novo é
introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí,
portanto, nenhum dano.”
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