Ele havia sido aclamado como um Rei, era de se esperar que agisse como um, mas surpreendeu a todos, aliás como era de seu feitio. Tirou o manto, tomou um jarro e uma bacia, ajoelhou-se diante de seus companheiros e começou a lavar-lhes os pés. Mas essa não seria uma tarefa de escravos?
Um deles tentou impedi-lo, e ele o repreendeu: se não lhe lavo os pés, não terás parte comigo!
Então era um ritual de iniciação aquilo?
Sim era um ritual de iniciação mas muitos poucos entenderam
desta forma,
e consta que ele ainda arrematou: Viram o que fiz ? Lavei os pés de vocês.
Então de agora em diante lavai os pés uns dos outros.
Mas aquela era uma ocasião especial e que estava só começando, e ele ainda os fez sentar à mesa e tomando de um pedaço de pão ele proferiu a benção e mais uma vez os surpreendeu.
Este é o meu corpo que será dado por vós.
Fez o mesmo com o vinho, e o deu para que repartissem entre eles.
E então deu a segunda parte da iniciação, todas as vezes que
vocês fizerem isso, será para relembrar este momento.
Lavem os pés uns dos outros e jamais esqueçam que eu estou me doando por vocês
e para completar, para que não houvesse nenhuma dúvida arrematou: Amai-vos uns
aos outros como eu vos amo, nisto está TODA a lei e toda a profecia.
Ele, como sempre, foi tão simples, tão direto. Não falou em sacrifícios, não
falou em transubstanciações. Toda a Lei e toda profecia estava resumida em Amar
como ele amou, e todo aquele que quiser fazer parte de seu reino, que é o reino
do Pai só precisa saber ajoelhar-se diante de um semelhante seu, e lavar seus
pés, humildar-se, porque para quem ama não existe humilhação. E de forma simples
repartir o pão e o vinho, se fazendo “um” com aquele a quem se ama.
Dou-vos um novo mandamento:
Que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.
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