O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

28 de agosto de 2025

Refletindo sobre o fluir da vida ao se completar 74 primaveras.

 

Seguem interminavelmente os dias e as noites...
Na maioria das vezes, sem que eu nem perceba a aceleração do tempo.
Parece que foi ontem... 




A lembrança dos tempos de escola primária, ainda é muito viva.
Me surpreendo olhando  fotografias daquele tempo
e reconhecendo pelo nome alguns companheiros...
Como se a roda do tempo, no seu incansável movimento,
 já não tivesse dado mais sessenta e quatro voltas...




A foto está um tanto desbotada, estaria eu também desbotando?
Ah! Os cabelos sim, os poucos fios que ainda restam
Desbotaram, embranqueceram...

Mas éramos tão jovens...
Como pode o tempo passar tão rápido?
Será que só eu, como a Carolina do Chico, não vi?


                         


 Fico me perguntando: o que é ser Jovem? }
Não sou mais?
Tenho que confessar:
Acho ótimo ser e me sentir jovem, cada vez mais, há mais tempo...




Tenho que confessar, há coisas que não faço mais.
Embora ainda tenha vontade de fazer...
Mas agora, correr tornou-se um pouco difícil...
Mas aquela sensação de tocar a campainha
e sair em disparada... Ah!!!
                                                         
O mundo cobra posturas,
falam de maturi-dade, serie-dade...
Mas isso, tem para mim, um jeito de uma outra “dade”
Uma “dade” que me assusta: a infelici-dade!

Não, não quero, não admito e não vou!
Na medida das minhas forças,
Não vou sucumbir a estas banali-dades...
Uma outra “ dade”? Chega!

Mas se a vida parece me cobrar tristeza,
Vou responder com alegria!
Quando me impuser sofrimentos,
Vou devolver gratidão!
Meus sonhos Minhas utopias! Meus valores!

Não vou permitir que os meus sonhos,
aparentemente derrotados, neste momento sombrio
que esta nossa linda casa comum atravessa,
sucumbam às velhas lembranças.
A história é cíclica, ela sempre segue a mecânica do dia:

Amanhece, entardece e na noite morre,
Para renascer a cada manhã.


Duvidam?
Plantem uma semente...
Ela germina, cresce, floresce, dá frutos,
que quando caem,  parecem morrer, apodrecem!
Mas logo renascem, germinam em uma nova vida.



Não deixarei meus sonhos desanimarem,
Serão sonhos até que despertem
Diz o poeta que sonhos, não envelhecem...
Eu confio nele
!

Volto à antiga fotografia,

Comparo aquele tempo com o meu agora,
Urge despertar para a realidade.
A esperança, teimosa e insistente.
A Fé ja bem machucada, ainda resiste.
Porque então, não festejar?
Já não importam as dores nas costas,
o joelho que reclama,
os caminhos que insistem em parecer mais longos...

Nada! Nenhuma destas armadilhas vai me impedir de ser grato.
Gratidão é o meu mantra.
Tenho algumas decisões e mudanças para fazer, e farei.
Recuperar a simplicidade, investir um pouco mais na espiritualidade.
Reservar mais tempo para ficar em silêncio e,  
poder ouvir os conselhos e o que diz o próprio Deus.
Conversar com ele, me tornar mais íntimo...
Descubro que estou falando de recuperara fé...

Ela, a fé, e sua companheira, a esperança,
teimosa e insistente, me diz:
Não esqueça, o rio só para de correr, se o represarem,
Seu fluxo é continuo, lento e uniforme.
Não caia na sedução de apressá-lo, muito menos detê-lo.
Veja como contorna obstáculos,
Como insistentemente molda e suaviza as arestas,
Do que tenta lhe impedir a passagem.  

Ele sempre corre sozinho, jamais perde a esperança,
ele mais do que crer,
Sabe que seu destino é a imensidão do mar.
Tal como a vida.

Que eu continue a agradecer esse fluir de energia, que há 74 primaveras, me presenteia sempre com um novo, simples e desafiante marulhar cotidiano.
O grande segredo da VIDA é ser como um Rio, que incessantemente flui.

11 de agosto de 2025

"The Little Church" do filme Irmão sol Irmã Lua






Se você quiser que o seu sonho se realize
Faça seu tempo, ir devagar
Faça algumas coisas, mas faça-as bem
trabalho Sincero cresce abundantemente
Se você quer viver uma vida livre
Faça seu tempo, ir devagar
Faça algumas coisas, mas faça-as bem
trabalho Sincero cresce abundantemente

Dia após dia, pedra por pedra
Construa o seu segredo lentamente
Dia após dia, você vai crescer muito
Você perceberá a glória de Deus

Se você quer viver uma vida livre
Faça seu tempo, ir devagar
Se você quiser que o seu sonho se realize
Faça seu tempo, ir devagar
Se você quiser que o seu sonho de ser
Faça seu tempo, ir devagar
Se você quer viver a vida livre


10 de agosto de 2025

Salve Santa Clara de Assis a companheira de Francisco


                              Santa Clara de Assis  16/6/1194 - 11/8/1253

Segundo a tradição, o seu nome vem de uma inspiração dada à sua religiosa mãe, de que haveria de ter uma filha que iluminaria o mundo.
Pertencia a uma família e era dotada de grande beleza. Destacou-se desde cedo  aos pequenos, tanto que, ao deparar-se com a pobreza evangélica vivida por Francisco foi tomada pela irresistível tendência religiosa de segui-lo.
Clara a despeito do que muitos dizem era apaixonada por Francisco e ele por ela, é uma pena que a realidade do relacionamento deles tenha ficado sepultada pelos preconceitos puritanos que acham que a santidade está acima das característica básicas do ser humano.



Ouvi, pobrezinhas, pelo Senhor chamadas,
que de muitas partes e províncias fostes congregadas:
vivei sempre na verdade, para morrerdes na obediência.
Não olheis a vida de fora, porque a do espírito é melhor.
Eu vos rogo com grande amor,
que tenhais discrição nas esmolas que vos dá o Senhor.
As que estão por doença agravadas
e as outras que por elas estão fatigadas,
umas e outras suportai-o em paz,
pois havereis de vender bem caro essa fadiga,
porque cada uma ser rainha
no céu coroada com a Virgem
 Maria.

Este cântico foi composto por São Francisco, já à beira da morte, para as Irmãs clarissas de São Damião entre 1225 e 1226.