O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

3 de abril de 2011

Romero. Uma beatificação incômoda

No dia 24 de março de 1980, um grupo de pistoleiros crivou de balas o então Arcebispo de São Salvador Oscar Arnulfo Romero e Galdámez. Um assassinato político em meio a uma sangrenta guerra civil. Os discursos do prelado foram por demais incômodos para o governo e para os esquadrões da morte. Passados 31 anos de sua morte, a sua figura continua incomodando e o seu processo de beatificação não avança.
A análise é de Andrés Beltramo Alvarez em seu blogSacro & Profano, 28-03-2011. A tradução é do Cepat.
Por seus inflamados discursos em favor dos pobres, a defesa dos direitos humanos e a sua proximidade com o povo, Monsenhor Romero é lembrado como um defensor dos menos favorecidos. Em uma América Latina onde a Teologia da Libertação tinha força, o seu assassinato foi lido pela chave ideológica (algo inevitável).
Em 1994, o seu sucessor na Arquidiocese de São Salvador Arturo Rivera e Damas, iniciou o processo de beatificação. Como era previsível, a interpretação ideológica veio a tona, sobretudo no Vaticano. Em 2000, a Congregação para a Doutrina da Fécomeçou o estudo de todos os discursos de Romero. Em 2005, o postulador da causa, o bispo italiano Vincenzo Paglia disse publicamente que Romero não era um bispo revolucionário, mas um homem da Igreja, do Evangelho e os pobres”.
Apesar disso, seis anos depois, nada se sabe sobre a beatificação. Fontes qualificadas nos confiaram que, neste momento, a Santa Sé não tem previsão sobre tema. Espera passar tempo suficiente para deixar para trás riscos de instrumentalização e permitir que venha a tona a figura de Romero, para além das ideologias.
Enquanto isso, o povo salvadorenho espera, assim como o movimento católico da Comunidade de São Egídio, um dos grupos eclesiais que mais apóia o "caminho para o altar" do arcebispo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário