J Ricardo A de Oliveira
Sem dúvida, afinal a festa gira em torno de um menino
que veio ensinar que só há uma lei :
Amar.
Ninguém está mais propenso a se entregar
de cabeça no amor do que as crianças. Criança não tem preconceito, não
discrimina, não pensa antes de falar, não tem censura para amar a quem quer que
seja.
Já repararam como as crianças ficam agitadas e
felizes com a proximidade do Natal? Certamente
elas guardam mais de perto a memória do convívio com o aniversariante. Tenho um amigo que diz que é porque elas saíram recentemente da fábrica...
O natal traz em nós um gosto de infância, a espera
do presente, a dúvida se o Noel vai atender ao pedido, se o comportamento
durante o ano vai mesmo ser levado em consideração...
Quando se é criança e tivemos a graça de viver em
uma família onde o amor é o sentimento mais presente e também o mais cultivado,
o Natal é uma festa da realização deste ideal. Tive Natais muito felizes. As lembranças que chegam à minha mente, vem
com a casa cheia de primos, tios e uma grande algazarra de crianças. Mas vem
também o cheiro da manteiga batida e rebatida que a vovó Bebel usava para fazer seus "mantecais".
Eram quilos e quilos para que ninguém ficasse sem os deliciosos biscoitões
típicos de sua aldeia Malagueña na época do Natal. Eram feitos com muito
carinho e a participação da Tia belinha e da Tia Nair, as quituteiras mais
competentes da famila que a essa altura devem estar preparando a ceia de natal lá no céu.
Me salta na lembrança também, avó Corintha, a que me criou , essa de descendência lusitana, preparando o mexido ou formigos. Era um tal de esfarelar miolos de pães dormidos que eram molhados e levados para a panela de barro ao fogo e por horas eram mexidos e remexidos enquanto eram acrescentados os ovos, as amêndoas, o mel, o vinho e sei lá eu mais quantas iguarias eram postas naquilo que virava uma espécie de um creme, delicioso, servido solenemente na ceia.
Quantas lembranças e quanta saudade! Quanto AMOR! Mas Natal é fundamentalmente isso: Amor.
A minha criança interna se enche de ansiedade nesta época. Sinto falta das grandes mesas cheias de coisas gostosas, das brincadeiras, do riso farto, a felicidade contagiando e unindo os nossos corações. Sinto falta da briga depois do almoço para decidir quem ia lavar a louça. Todas, minha mãe e tias queriam lavar e participar da arrumação. Quando o amor está presente , todo serviço é feito com alegria e prazer.
Eram muitos netos e depois do almoço, invariavelmente havia para alegria da vovó Bebel, o jogo de víspora. Ela sentava-se ao lado dos netos, cada qual com seus cartões e os montinhos de grãos de feijão para marcar. Aos poucos o vovô Zezé, cantava os números: dois patinhos na lagoa ( 22), bico de pato (4), terminou o jogo (99) , vai começar a brincadeira ( 1) . E, de repente alguém gritava: Duque de ponta! E parava tudo para o vovô conferir. E a tarde seguia animada e muito alegre. Acho curioso que as lembranças mais vivas não são dos presentes, mas da alegria do convívio daqueles a quem tanto amávamos.
Me salta na lembrança também, avó Corintha, a que me criou , essa de descendência lusitana, preparando o mexido ou formigos. Era um tal de esfarelar miolos de pães dormidos que eram molhados e levados para a panela de barro ao fogo e por horas eram mexidos e remexidos enquanto eram acrescentados os ovos, as amêndoas, o mel, o vinho e sei lá eu mais quantas iguarias eram postas naquilo que virava uma espécie de um creme, delicioso, servido solenemente na ceia.
Quantas lembranças e quanta saudade! Quanto AMOR! Mas Natal é fundamentalmente isso: Amor.
A minha criança interna se enche de ansiedade nesta época. Sinto falta das grandes mesas cheias de coisas gostosas, das brincadeiras, do riso farto, a felicidade contagiando e unindo os nossos corações. Sinto falta da briga depois do almoço para decidir quem ia lavar a louça. Todas, minha mãe e tias queriam lavar e participar da arrumação. Quando o amor está presente , todo serviço é feito com alegria e prazer.
Eram muitos netos e depois do almoço, invariavelmente havia para alegria da vovó Bebel, o jogo de víspora. Ela sentava-se ao lado dos netos, cada qual com seus cartões e os montinhos de grãos de feijão para marcar. Aos poucos o vovô Zezé, cantava os números: dois patinhos na lagoa ( 22), bico de pato (4), terminou o jogo (99) , vai começar a brincadeira ( 1) . E, de repente alguém gritava: Duque de ponta! E parava tudo para o vovô conferir. E a tarde seguia animada e muito alegre. Acho curioso que as lembranças mais vivas não são dos presentes, mas da alegria do convívio daqueles a quem tanto amávamos.
Hoje essas lembranças me fazem rir sozinho como a
criança daquele tempo que faço força para que continue viva em mim, apesar dos muitos anos.
Junto com o riso, as lágrimas também insistem em rolar pelo meu rosto, fruto da
grande saudade que também tempera a alma
da criança que sente a ausência de quase
todas aquelas presenças, nas festas de final de ano. Consola-me saber que foram
comemorar o Natal junto do aniversariante. Fora isso é muito bom além de
relembrar sentir-se que se está criando memória junto aos mais novos que hoje
são as atuais crianças do Natal.
Um feliz e abençoado Natal, que o “Menino Eterno” renasça sempre no nosso coração, e que o Natal , nos lembre sempre que é preciso ser criança para entrar no Reino de justiça, Paz e amor que o Pai os reservou.
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