Um pouco de história:
A festa religiosa começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade belga de Liège, tendo sido ampliada à Igreja universal pelo Papa Urbano IV através da bula papal "Trasnsiturus de hoc mundo" em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios compostos por St. Tomas de Aquino.
Até o século XI, a linguagem sobre a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia não tinha conotação fisicista, ou seja, não se cogitava a hipótese da transubstanciação.
Utilizava-se normalmente a designação de corpo real de Cristo para a Igreja e Corpo místico para a Eucaristia.
Hoje é exatamente ao contrário: o corpo real é a Eucaristia e o corpo místico é a igreja.
Nos primórdios do século XIII, Inocêncio III diz que o pão e o vinho da Eucaristia são o verdadeiro corpo e sangue de Jesus Cristo. O ato da consagração é visto como um rito com efeitos automáticos que opera, pelas palavras de Cristo, a mudança da substância do pão e do vinho na substância do corpo e do sangue de Cristo. Como o corpo e a alma são inseparáveis da divindade de Cristo, a divindade de Cristo está também presente na Eucaristia.
O Concílio de Latrão utiliza a terminologia “substância” e “espécies”. Espécie é aquilo que não subsiste por si e é variável. O corpo de Cristo permanece oculto sob as espécies do pão e do vinho [Denz. 430].
Urbano IV diz que a Eucaristia é a comemoração de Cristo. Nesta comemoração, o Senhor torna-Se presente com a Sua substância [Denz. 459].
Neste tipo de linguagem já não existe a noção de que a Eucaristia não é uma questão biologica mas sim espiritual.
Por outras palavras, a Eucaristia que corporiza o Cristo histórico, mas o Cristo ressuscitado, como diz o evangelho de São João: “Isto escandaliza-vos? E se virdes o filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito é quem dá vida, a carne não serve para nada. Ora, as palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62-63).
No século XV, o Concílio de Constança diz que sob o véu do pão e do vinho, está o próprio Jesus que sofreu na cruz e está sentado à direita do Pai [Denz. 666].
Por seu lado, o Concílio de Florença afirma que, em cada pedacinho da hóstia consagrada, bem como em cada gota do vinho, está Cristo inteiro [Denz. 698], numa visão holográfica da Eucaristia.
Quando Deus criou o homem, Ele disse:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Gn: 1,26,
Então se o homem tem uma forma
ela é uma réplica daquela que lhe serviu de modelo
O corpo de Deus !.
Quando nos referimos ao Corpo de Deus,
normalmente pensamos na Sagrada Eucaristia.
Mas será que o corpo do Deus vivo
está somente na Eucaristia sobre o altar?
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Lembro-me de uma música, cuja letra é bem oportuna:
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"TU NÃO HABITAS EM TENDAS,
"TU NÃO HABITAS EM TENDAS,
NEM EM TEMPLOS FEITOS POR MÃOS.
ETERNO, PERFEITO, PRINCÍPIO E FIM,
ACIMA DAS RELIGIÕES.
NÃO HÁ NADA NO CÉU,
NA TERRA OU NO MAR,
SEMELHANTE A TI, SENHOR.
TUA IMAGEM ESTÁ, REVELADA EM NÓS
EXPRESSÃO DO TEU AMOR
INCOMPARÁVEL,
SENHOR TU ÉS
MINH'ALMA ESTÁ APEGADA A TI,
SENHOR INCOMPARÁVEL ÉS. "
Sendo assim como será que anda
este corpo de Deus revelado em nós ?
Como podemos permitir que esta seja
a imagem e semelhança do Deus que dizemos crer?
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"Em verdade eu vos declaro:
todas as vezes que fizestes isto
a um destes meus irmãos mais pequeninos,
foi a mim mesmo que o fizestes"
Mt 25,40
De que forma devemos então
comemorar esse Corpus Christi ?
Nota explicativa:
Denz = Heinrich Joseph Dominicus Denzinger (1819 - 1883) foi um teólogo católico e autor do Enchiridion Symbolorum et Definitionum(Manual de credos e definições) comumente chamado de "Denzinger" ou simplesmente DENZ.
A politica faz com que pessoas dependam, através da pobreza, para serem submissos e assim aproveitarem dessa submissão; O mundo tem como acabar com a fome. só falta boa vontade politica.
ResponderExcluirDevemos comemorar esse Corpus Christi indo às criaturas, aos pequenos, abraçando aqueles que Jesus nos envia. Dia a dia cumprir o que aquele dia nos pede, o que Ele nos pede neste dia.
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