O absurdo e a Graça

Na vida hoje caminhamos entre uma fome que condena ao sofrimento uma enorme parcela da humanidade e uma tecnologia moderníssima que garante um padrão de conforto e bem estar nunca antes imaginado. Um bilhão de seres humanos estão abaixo da linha da pobreza, na mais absoluta miséria, passam FOME ! Com a tecnologia que foi inventada seria possível produzir alimentos e acabar com TODA a fome no mundo, não fossem os interesses de alguns grupos detentores da tecnologia e do poder. "Para mim, o absurdo e a graça não estão mais separados. Dizer que "tudo é absurdo" ou dizer que "tudo é graça " é igualmente mentir ou trapacear... "Hoje a graça e o absurdo caminham, em mim lado a lado, não mais estranhos, mas estranhamente amigos" A cada dia, nas situações que se nos apresentam podemos decidir entre perpetuar o absurdo, ou promover a Graça. (Jean Yves Leloup) * O Blog tem o mesmo nome do livro autobiográfico de Jean Yves Leloup, e é uma forma de homenagear a quem muito tem me ensinado em seus livros retiros, seminários e workshops *

21 de julho de 2020

22 de Julho - Myrian de Magdala

Maria Madalena


Todas as incertezas a respeito de Maria Madalena deve-se à uma projeção totalmente alterada. Ela acabou presa entre as incongruências da interjeição moral cristã e a imagem arquetípica da natureza feminina erótica. 


Tudo que se sabe de Maria Madalena é retirado da bíblia ou de fontes apócrifas. A discussão a respeito dessa figura feminina que acompanhou Jesus e seus discípulos no final de sua vida pública perdura por séculos. Pouco se sabe na verdade


Para alguns, ela foi mulher de Jesus, a mais sábia dos apóstolos e a causadora das revoltas de Pedro, líder do grupo dos 12, que não suportava vê-la receber de Jesus ensinamentos ocultos. Para outros, apenas uma seguidora fiel que ajudava financeiramente a causa do Nazareno


Existem poucas citações diretas sobre ela nos quatro evangelhos, porém ela está nominalmente presente nas passagens mais marcantes na vida do Cristo, como a Paixão e a Ressurreição. Ela é a discípula que ama o mestre acima de tudo e é testemunha da Sua Ressurreição, sendo a portadora da Boa Nova. Por isso ela pode ser considerada a primeira apóstola. 


Marcos se refere a Maria Madalena como "aquela que Jesus havia tirado sete demônios" a referencia da expulsão de sete demônios (Marcos 16:9 / Lucas 8:2), que na linguagem evangélica significa libertar da totalidade do poder que aprisiona o homem. 
É a partir do que Jesus a transforma, um ser livre e preparada para servir e doar-se ao projeto de Deus, que devemos conhecer Maria Madalena. Nada mais interessa.Lucas fala de uma mulher que segue Jesus, e que "havia sido curada de espíritos malignos e enfermidades"; se chamava Maria, provinha de uma cidade de Magdala, e Jesus expulsou dela sete diabos. Imediatamente antes disto, Lucas relata a cena com o fariseu, quando uma mulher sem nome lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, os secou com seus cabelos e logo o unge, em agradecimento ao perdão por parte de Jesus por seus pecados. 







A justaposição nos leva a acreditar que as duas mulheres se identificam em uma só. A mesma história aparece em Mateus e Marcos, mas a mulher sem nome não é tachada de pecadora e lhe foi dada muita importância ao colocá-la na última Ceia, em Betania. Não unge os pés de Jesus, mas sim sua cabeça, de modo mais cerimonial em que se unge os reis, durante a cerimônia de um sacrifício ritual. Ante a indignação dos discípulos, que argumentam que o azeite foi mal gasto, pois poderia ser vendido e dado aos pobres, Jesus pede que sua ação seja considerada como um ato de celebração, dizendo: " Porque os pobres tereis sempre convosco, porém a mim não me tereis sempre (Marcos). 




João, no entanto, acrescenta uma complicação a mais ao descrever a ressurreição de Lázaro, onde identifica de forma explícita a Maria de Betania com "a que ungiu ao Senhor com perfumes e lhe ungiu os pés com seus cabelos". João relata a cena no capítulo seguinte de forma muito similar aos outros Evangélicos, não tachando Maria como pecadora: "Então Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, muito caro, ungiu os pés de Jesus e os secou com seus cabelos. E a casa se encheu do odor do perfume". Porém João não identifica em modo algum a Maria de Betania e a Maria Madalena. 



Há inúmeras outras citações e publicações sobre esta mulher importantíssima na vida do cristianismo primitivo. Sem dúvida Madalena foi muito mais do que quiseram nos fazer crer.







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