Uma das representações mais bonitas de toda a tradição cristã católica é a representação do Sagrado Coração de Jesus. Ela nos remete à principal missão do Mestre. É na verdade a representação daquilo que ele veio fazer em
nosso mundo, o Dharma( missão) sublime, de ensinar o amor á humanidade.
Eu vos dou um novo mandamento:
Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Sim ele nos deixou como mensagem que o seu único mandamento
que resume toda a Lei e toda a profecia é justamente o AMOR.
Amai-vos uns aos outros.
Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
ti mesmo.
Amai a Deus,
amai a vós mesmos (como a ti mesmos),
e amai ao próximo.
E o discípulo tardio ainda irá acrescentar:
"...Ainda que eu falasse a lingua dos anjos
e a dos homens, se eu nao tivesse amor nada
seria..."
(I Corintios Cap 13)
A devoção ao Sagrado Coração tem sua origem na própria
Sagrada Escritura. O coração é um dos modos para falar do infinito amor de
Deus. Amor que chega a seu ponto alto com a vinda de Jesus.
O Sagrado Coração aparece em dois acontecimentos fortes do
evangelho: o gesto de João, discípulo amado, encostando a sua
cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na cruz,
onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). No primeiro
temos o consolo pela dor da véspera de sua morte, e no outro, o sofrimento
causado pela insensatez dos seres humanos incapazes de compreender o amor sem
reservas e limites.
Estes dois exemplos do evangelho nos ajudam a entender o
apelo de Jesus, feito em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque quanto a honrar
o seu Divino e Sagrado Coração
O Coração e o amor nos levam à misericórdia. A palavra tem
sua origem no latim. Além de ter a mesma escrita e pronuncia,
também compartilha o mesmo significado que a palavra em
português: clemência ou piedade. É composta pelos termos
latinos MISERATIO, derivado de MISERERE, que significa
“compaixão” e CORDIS, derivado de COR, “coração”.
A ciência moderna tem comprovado o que os antigos
acreditavam sobre o coração: o coração é o centro de uma sabedoria superior.
Ele pode realmente se lembrar de coisas e pode funcionar de forma muito
parecida com o cérebro.
“Há um cérebro no coração, metaforicamente falando. “O coração contém neurônios e gânglios que têm a mesma função que as do cérebro, tais como a memória.
Para a ciência o coração é a Sede da Vida. Para a espiritualidade o coração é a morada do Espírito Santo, duas formas de descrever a mesma realidade.
“Há um cérebro no coração, metaforicamente falando. “O coração contém neurônios e gânglios que têm a mesma função que as do cérebro, tais como a memória.
Para a ciência o coração é a Sede da Vida. Para a espiritualidade o coração é a morada do Espírito Santo, duas formas de descrever a mesma realidade.
Alguns místicos cristãos do passado tinham conhecimento
desta "fisiologia sutil". A abadessa Hildegard de Bingen (1098-1179),
Santa Hildegarda, uma mulher muito à frente e seu tempo, conhecia e praticava
essa medicina que envolvia o conhecimento das plantas, pedras e cores e em seus
muitos relatos existem ensinamentos sobre a aplicação de determinadas pedras,
cores e sons sobre centros vitais do corpo (hoje conhecidos como chacras).
Infelizmente esse conhecimento foi todo abandonado pela
igreja.
Honrar o Sagrado Coração nos faz meditar e questionar a
nossa conduta frente ao mandamento do Mestre e ao que S. Paulo indaga em sua
carta:
“Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero” (Romanos 7, 19)
Constantemente repetimos:
Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração, semelhante ao Vosso.
Mas infelizmente parece que ficamos só na repetição da jaculatória de maneira mecânica, esbanjamos egoísmo, indiferença, ódio, injustiça ... ultimamente parece que temos estado com nossos “pavios” muito curtos. São frequentes as demonstrações de intolerância, as cenas de agressão e violência gratuitas. Muitos de nós agem como se não estivéssemos comprometidos com a mensagem de Jesus e mesmo pedindo um coração semelhante ao dele, temos comportamentos preconceituosos, impermeáveis ao perdão e pouco interessados no projeto da construção do Reino que Ele nos mandou construir. Certamente estamos esquecidos de que foi Ele próprio que nos chamou atenção de que quando desprezamos a qualquer uma das suas criaturas é a Ele que estamos desprezando. E que ele separará os misericordiosos dos egoístas. (Mt25,31e ss)
Peçamos a Jesus, o grande arquétipo da síntese, que faça
realmente uma grande mudança em nossos corações, que troque o nosso coração de
pedra, que condena antes de procurar perdoar, que exclui antes de se abrir ao
que é diferente. Peçamos um coração inclusivo, um coração que não tem medo de
se doar, de se rasgar, de se comprometer com as causas que a sociedade de hoje
teima em rejeitar como na época dos primeiros tempos do cristianismo.
“Cria em mim oh! Deus /Um coração igual ao Teu /
Liberto para amar sem ter limites /...........
Sem mágoas, maldições e cheio de perdão.
Transborda nele a Tua paz/ Tu és olheiro molda e faz /
Faz jorrar teu rio vivo e o teu mover’.
(Marcos Goes)